CRÍTICA | NÃO TENHA MEDO DO ESCURO

Em 2009, Arraste-me Para o Inferno fez sua estreia nos cinemas, e trouxe o terror clássico trash dos anos 80 de volta para a atualidade: vômitos, gosmas, rituais satânicos, demônios, e as cenas que grotescas que mais faz a gente rir do que se assustar. Agora, o mexicano Guilhermo Del Toro traz outro subgênero clássico do terror: mansões antigas com segredos, barulhos a noite, sombras, e criaturas bizarras que ser escondem nas paredes, porões, etc. Dirigido por Troy Nixey, Não Tenha Medo do Escuro é uma refilmagem de um homônimo filme para TV, em 1973, que no Brasil foi traduzido como Criaturas da Noite, e tem no elenco Katie Holmes, Guy Pearce, Bailee Madson e Jack Thompson.

Sally (Bailee Madson) é uma garotinha que vai passar uns dias na nova casa do seu pai, Alex (Guy Pearce), com a nova namorada dele, Kim (Kate Holmes). Lá, ela descobre que estranhas criaturas vivem na casa, e acaba se tornando o principal alvo delas.

Não Tenha Medo do Escuro usa o terror infantil, elemento comum nos filmes de Guilhermo Del Toro, onde ninguém acredita na criança até que a ameaça apareça, para a surpresa dos pais. A produção aposta no mistério, sustos e gritos, com criaturas misteriosas para atormentar o público, com bastante suspense, cenários escuros e uma ambientação antiga, o que da um charme maior e lembram bastante os filmes dos anos 80. A refilmagem não é dirigida por Guilhermo Del Toro, mas é possível ver muitas referências aos seus trabalhos anteriores.

O mistério que envolve as criaturas é desvendado aos poucos, deixando o espectador curioso sobre elas e as suas origens, mas a revelação das criaturas pode decepcionar alguns, apesar de serem razoavelmente grotescas. Troy Nixey cria cenas bem interessantes com esses monstrinhos, e destaco aqui a cena do lençol, clichê, obviamente, mas é produzida de forma diferente, e da um susto divertido. Outro erro foi na revelação dos vilões, cedo demais, quebrando a nossa curiosidade sobre elas, e talvez ficaria mais intrigante, e poderiam até explorar mais a mitologia, se tivessem deixado para o final. Porém, não teriam as cenas legais com as criaturas.

Katie Holmes e Bailee Madson tem atuações convincentes, principalmente a garotinha, quando ela interage com as criaturas, o que da um bom sustento para a trama. Tem sustos, uma direção de arte e fotografia assustadoras, tensão, muito suspense e situações bem interessantes. A conclusão é interessante, e deixa a entender que há possibilidades de uma continuação, o que acho desnecessária, porque com certeza não vai ficar bom. No mais, Não Tenha Medo do Escuro é eficiente em trazer elementos clássicos do terror dos anos 80, e ter uma trama boa e bem explorada. É um terror bem acima da média, em comparação com o que tem estreado ultimamente.

Originalmente publicado em 2011. Editado em 2020.