CRÍTICA | NOITES BRUTAIS

Atualizado: 13 de mai.

Ultimamente os filmes de terror têm sido poucos surpreendentes, apesar de algumas ótimas surpresas esse ano, como Sorria, X – A Marca da Morte, o angustiante Terrifier 2, e até Halloween Ends. Mas tem uma produção que surgiu discretamente, passando despercebido nos cinemas mundo afora, mas que acabou chamando a atenção de quem assistiu, e o “boca à boca” acabou popularizando o filme: Noites Brutais, conhecido como Barbarian. Dirigido por Zach Cregger, quanto menos você souber da trama, mais surpreendente será, porque você acha que o filme é uma coisa, e acaba sendo uma outra bem inusitada. O máximo que posso falar sobre a trama, sem dar spoilers, é que a produção mostra a enrascada que Tess vai se meter ao alugar uma casa no Airbnb em um bairro bem sinistro. Ao chegar lá, a jovem descobre que já tem alguém alugando o local no mesmo período, o misterioso Keith. E obviamente, a casa esconde segredos. O elenco tem grandes nomes como Bill Skarsgård (o palhaço Pennywise de It - A Coisa), Justin Long (do primeiro Olhos Famintos), e Georgina Campbell, mais conhecida por trabalhos na TV.

Noites Brutais é um dos filmes mais interessantes de 2022, e provavelmente você o encontrará na maioria das listas de melhores filmes de terror do ano. A dinâmica da trama é bem diferente, como se fossem vários filmes em um só, seguindo por um caminho inusitado e surpreendente, cheio de reviravoltas, situações absurdas, e é quase certo que você ficará “boiando” em grande parte do filme. Zach Cregger consegue criar uma atmosfera angustiante, com momentos genuínos de terror e tensão crescentes, aliados a cenários assustadores (aquele corredor é sinistro) e uma trilha sonora inquietante. A casa esconde segredos, e aos poucos vão sendo revelados, surpreendendo o espectador a todo instante. Quem é bom e quem é mal? Você dividiria a casa com um estranho?

O arco de Tess (Georgina Campbell) e Keith (Bill Skarsgård), por não sabermos nada sobre o que está acontecendo, é o mais intenso, com muito suspense. Georgina se mostra forte para enfrentar os perigos, e determinada e confiante nas atitudes de sua Tess, enquanto Skarsgård faz o personagem mais interessante da trama, o misterioso e assustador Keith, com atitudes duvidosas que trazem uma certa desconfiança para o espectador, e para a própria Tess. Pena que é um personagem muito pouco aproveitado. O arco de AJ (Justin Long) também é intenso, já que o roteiro deixa tudo ainda mais confuso, e queremos entender o que está acontecendo. Mas seu personagem, AJ, é bem chatinho, mesmo sendo o alívio cômico do filme. E daí vem o terceiro ato...

A desconfiança toma conta de Noites Brutais, e você tenta desvendar o mistério que cerca a casa, mas provavelmente vai errar. Daí surgem revelações, segredos, a trama segue rumos que você nem imaginava, e cada vez mais o filme te surpreende. E não estou falando da sequência final. Barbarian, no original, é uma das produções mais interessantes dos últimos anos, que prende a atenção desde o início, deixando o espectador confuso (propositalmente), mas interessado na trama e em tudo o que pode acontecer; e não se preocupa que tudo vai ser explicado. É intenso, angustiante, rende bons sustos, tem situações insanas, e com certeza você sairá comentando sobre o que assistiu. Noites Brutais, com certeza, vai te pegar de surpresa, e tão cedo você não verá um filme assim.