CRÍTICA | NO OLHO DO TORNADO

Em 1996, Bill Paxton e Helen Hunt eram caçadores de tornados cuja missão era aperfeiçoar o sistema de detecção desses fenômenos. Twister, de Jan De Bont, foi um enorme sucesso de público e crítica, e é um clássico, e referência, aos filmes do gênero. Tudo no filme funcionava: o roteiro, a história, os personagens, os atores e os efeitos especiais. Quase vinte anos depois, o diretor Steven Quale, de Premonição 5, leva seu filme No Olho do Tornado, para os cinemas, em um enredo muito parecido com Twister, mas sem as qualidades desse. Richard Armitage, Sarah Wayne Callies, Matt Walsh, Nathan Kress, Alycia Debnam Carey, Jeremy Sumpter, Kyle Davis, Brandon Ruiter estão no elenco desse filme catástrofe.

Uma grande tempestade está surgindo na região da cidade de Silverton, gerando uma enorme quantidade de tornados em sequência. O enredo foca em três grupos de pessoas tentando sobreviver aos desastres: uma equipe de documentário que quer registrar os fenômenos, com a ajuda de uma meteorologista, um grupo de estudantes de uma escola da região, junto com o pai de um deles, e dois caras fanáticos que fazem vídeos amadores para canais do Youtube.

No Olho do Tornado, é um filme bem básico, onde o espectador não pode ir com a intenção de assistir algo profundo e com uma história boa. O roteiro é simples, e com bastante clichês de filmes desse gênero: o pai herói, conflitos familiares, a obsessão pelo trabalho, as mortes óbvias, personagens estereotipados, o núcleo cômico; não que seja um problema, mas é tanto que chega a ser engraçado. Claro que, em um filme catástrofe, o roteiro não precisa ser “aquelas maravilhas”, mas tem que ser um pouco trabalhado. Por outro lado, o filme de Steven Quale é bem produzido nos efeitos especiais, criando cenas impressionantes com os tornados, e as destruições causadas. Outro ponto positivo, é o jogo de câmeras que o diretor usa: uma mistura de câmera profissional, câmeras amadoras, e a famosa GoPro, fato ajuda criar uma tensão maior para o filme; além, claro, da filmagem habitual.

Se o enredo é simples, não se pode esperar muito sobre o desenvolvimento dos personagens. A maioria tem seus dramas apresentados, alguns com relação ao passado, mas o roteiro não ajuda, e muito menos os personagens e os atores, sem carisma e pouco conhecidos. O rosto mais conhecido talvez seja de Sarah Wayne Callies, a Lori de The Walking Dead, que interpreta a meteorologista do grupo de cientistas, que tem como líder, o obcecado pelo trabalho Pete Moore (Matt Walsh). No elenco escolar, temos os irmãos Trey e Donnie, onde um deles adora fazer filmagens, e o outro é apaixonado pela colega de aula, Kaytlin, e ainda tem o pai dos irmãos, Garry, que tem uma relação conturbada com eles, e que ainda é o diretor da escola. E o núcleo cômico, são dois amigos aspirantes a Youtubers que ficam se metendo no meio dos tornados para gravar vídeos impressionantes com a câmera GoPro deles; núcleo, aliás, muito engraçado.

No Olho do Tornado é um filme simples, básico, servindo apenas para entreter e divertir, e isso ele faz muito bem, com seus ótimos efeitos especiais, incluindo uma em que eles ficam realmente como diz o título do filme. O ideal é entrar na história e se entreter com os impressionantes tornados e sua destruição, e esquecer o resto. Não é um filme ruim, mas não chega nem aos pés de Twister, sua maior referência.