CRÍTICA | NA SUA CASA OU NA MINHA?

Atualizado: 26 de fev. de 2023

Reese Whiterspoon e Ashton Kutcher já são nomes conhecidos no gênero das comédias românticas desde a distante década de 2000, estrelando produções como E Se Fosse Verdade, Recém-Casados e Doce Lar, que encantaram os fãs do gênero. Quando a Netflix anunciou um novo filme com os astros, muitos já estavam ansiosos para o retorno deles, mas tendo em vista as últimas produções originais da plataforma, já era esperado algo morno. Então temos “Na Sua Casa Ou Na Minha?”, uma típica comédia romântica sobre dois amigos que se apaixonam, mas que é necessário um filme inteiro para eles descobrirem isso. Dirigido por Aline Brosh McKenna (roteirista de O Diabo Veste Prada), a trama acompanha Debbie (Whiterspoon) e Peter (Kutcher), que se relacionaram há 20 anos atrás, mas decidiram ser amigos. Atualmente, cada um mora em cidades diferentes, mas se falam praticamente todos os dias. Debbie precisa fazer uma viagem de estudos para Nova York e eles acabam trocando de casa por uma semana, e com isso, acabam tendo uma nova visão da vida de cada um, surgindo sentimentos que nem eles imaginavam. Steve Zahn, Zoe Chao, Tig Notaro, Wesley Kimmel e Jesse Williams também estão no elenco.

“Na Sua Casa Ou Na Minha?” é uma comédia romântica bem simples, sem grandes pretensões, mas que traz uma ótima nostalgia das produções dos anos 2000. A trama é repleta de clichês básicos do gênero que nem preciso mencionar aqui, e apesar de ser tudo bonitinho e divertido não é um filme que empolga muito, e as vezes se torna maçante e repetitivo. Mas dinâmica é bem interessante – os protagonistas ficam longe um do outro o tempo todo -, algo parecido com O Amor Não Tira Férias, e também se sustenta no carisma dos protagonistas, Kutcher e Whiterspoon, que carregam o filme nas costas. Os conflitos são medianos e sem muito desenvolvimento, principalmente o arco de Jack (Wesley Kimmel), filho de Debbie, mas a maioria são mal desenvolvidas; tudo fica no comodismo, sem reviravoltas ou surpresas, além de ser bastante previsível – sabemos como vai terminar e que alago vai estremecer a relação do casal protagonista no final, e eles vão se odiar, por alguns minutos -.

Ashton Kutcher e Reese Whiterspoon são os grandes destaques de “Na Sua Casa Ou Na Minha?”, e ambos têm carisma o suficiente para prender a nossa atenção nas quase duas horas de duração do filme (outro grande problema). Kutcher é Peter, que mora em Nova York e não assume seus compromissos, seja de trabalho ou nos relacionamentos, e Whiterspoon é Debbie, é uma mãe solteira que mora em São Francisco e cheia de “tocs”, e ambos já se relacionaram há duas décadas atrás. A dinâmica entre eles é muito boa, e quando eles trocam de casa, cada um descobre sentimentos do passado que estavam escondidos. Se a dupla funciona perfeitamente na trama, mesmo de longe, entre os coadjuvantes já é outra história. Muitos personagens são mal aproveitados, como Steve Zahn, o jardineiro de Debbie, que serve apenas como alivio cômico, Zoe Chao, a desconstruída Amanda, que passa a trama toda dando conselhos para sua nova amiga, assim como Tig Notaro, que dá conselhos para Jack.

“Na Sua Casa Ou Na Minha?” é um filme bem simples e não é tão ruim como falam, é bem simpático e engraçado, só faltou mesmo mais surpresas e situações diferentes, porque quase tudo que a produção aborda já foi visto em outros filmes do gênero, e a maioria das situações são bem previsíveis. Ashton Kutcher e Reese Whiterspoon esbanjam carisma e ganham a simpatia do público, são divertidos e tem ótima sintonia, o suficiente para ser uma mediana comédia romântica. Vale a pena assistir, mas não espere muito.