CRÍTICA | MÁFIA MAMMA! DE REPENTE CRIMINOSA

Máfia Mamma! De Repente Criminosa é uma sátira aos filmes sobre a máfia italiana, principalmente da trilogia O Poderoso Chefão. Máfia No Divã, com Robert DeNiro e Billy Cristal, e a continuação, já fizeram paródias com a trilogia de Francis Ford Copolla, resultando em filmes divertidos e com personagens carismáticos. Mas Máfia Mamma é um pouco diferente, e apesar de ser paródia, tem tiroteios, perseguições, mortes, e até toques de gore, além de ter um diferencial: ao invés do líder da máfia ser um homem, como geralmente é, agora a líder é a uma mulher, a americana Kristin (Toni Collette), que do nada acaba sendo a chefona da máfia italiana e precisa comandar o crime organizado. Na trama, Kristin descobre que seu avô, que mora na Itália e que nunca conheceu pessoalmente, morreu, e acaba indo viajar de férias para o país e ir ao funeral. Lá, ela descobre que ele era o chefe da família Balbano, integrante da máfia italiana, e que foi indicada para ocupar o lugar dele. Monica Belluci, Giulio Corso, Eduardo Scarpetta, Alfonso Perugini e Francesco Mastroianni estão no elenco.

Dirigido por Catherine Hardwicke (que comandou o primeiro filme da franquia Crepúsculo), Máfia Mamma! De Repente Criminosa é direto no que propõe, não tem um enredo maravilhoso, mas é tudo certinho, e diverte bastante. Vários elementos dos filmes de máfia estão presentes – os capangas, as reuniões secretas, os assassinatos -, tudo em um tom de comédia pastelão da melhor forma possível. Kristin não consegue se livrar dessa “herança” deixada pelo seu falecido avô, e precisa aprender a ser uma chefona da máfia italiana, e é aí que a trama se sustenta, entregando situações hilárias, outras mais sérias (quando a sua família, os Balbanos, enfrentam a outra família mafiosa, os Romanos), e ainda tem elementos trash. Sim. A produção tem desmembramentos, partes do corpo cortadas, sangue, e até uma mutilação, mas sem mostrar quando isso acontece, e a câmera foca no rosto da personagem de Toni Collette, que faz caras e bocas engraçadas.

Amanda Sthers, J. Michael Feldman e Debbie Jhoon, os roteiristas de Mafia Mamma, acrescentam um toque de empoderamento feminino ao mostrar uma mulher descobrindo a sua capacidade ao se tornar chefe da máfia italiana, que normalmente é comandada pelos homens, além de sua independência. Toni Collette carrega o filme nas costas com o seu carisma e o lado cômico de sua personagem, Kristin, que constantemente busca ser respeitada como uma chefona do crime organizado, além de querer ter o “Eat, Pray, Fuck” dela, uma alusão ao filme “Comer, Rezar e Amar (Eat, Pray, Love). Monica Belluci é a mão direita de Kristin, a que ajuda a personagem a se manter firme na sua nova empreitada, e apesar de não ter nada demais em sua Bianca, a atriz marca presença sempre que aparece. Outro destaque é a atrapalhada dupla de capangas, Aldo (Alfonso Perugini) e Dante (Francesco Mastroianni), divertidíssimos como os guardas de Kristin, e o ator italiano Eduardo Scarpetta, o estourado Fabrizio Balbano, que quer muito ser o novo chefe da família.

A trama é repleta de clichês do gênero (aqui não é um problema) e ainda há um plot twist bem interessante, os personagens italianos são bem estereotipados, há muitos momentos engraçados e divertidos, e o tom de galhofa da produção é um charme – assim como os elementos trash -. No mais, Máfia Mamma! De Repente Criminosa cumpre exatamente o que propõe, uma comédia leve e despretensiosa sobre a independência de uma mulher em situações do cotidiano, mesmo que seja o cotidiano de uma família mafiosa da Itália, tendo como plano de fundo os belos cenários dos vinhedos italianos, e as charmosas cidades do país. Não tem nada de mais, mas também não é ruim.