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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | MOULIN ROUGE - AMOR EM VERMELHO



Recentemente, o diretor Steven Spielberg lançou o primeiro musical de sua carreira, Amor Sublime Amor, refilmagem do clássico dos anos 60, que foi indicado a sete Oscar, onde eu havia mencionado o filme dessa crítica. O gênero musical já vem desde os primórdios do cinema, com grandes títulos, como Noviça Rebelde, Cantando na Chuva, Grease, entre tantos outros. Em meados dos anos 90, o gênero deu uma esfriada, sem lançamentos durante a década, até o ano de 2001, com o lançamento de Moulin Rouge: Amor Em Vermelho. Dirigido pelo australiano Baz Luhrmann, a produção foi a responsável pela retomada dos musicais no cinema, onde, praticamente, a cada ano algum era lançado. Com Nicole Kidman e Ewan McGregor estrelando, o filme é exageradamente romântico, repleto de cores e números musicais estonteantes, e ainda tem no elenco Jim Broadbent, John Leguizamo e Richard Roxburgh.


Na incrível Paris dos anos 1900, Christian (Ewan McGregor) chega na cidade para se tornar um renomado escritor. Ele acaba conhecendo um grupo que trabalha para Harold Zidler (Jim Broadbent), na casa noturna Moulin Rouge. Lá, ela conhece a cortesã Satine (Nicole Kidman), a principal atração da casa, onde acabam se apaixonando. Porém, Satine já está prometida ao Duque de Monroth (Richard Roxburgh), e o jovem casal desafortunado acabam se tornando amantes.


A trama de Moulin Rouge é bem simples, não tem nada de inovador, e pode até parecer muito óbvia, mas o próprio diretor disse que um musical não precisa ter uma história complexa, o que importa são os números musicais; tanto é que Luhrmann já diz, na primeira cena, o destino de Satine. Pegando várias ideias da obra A Dama das Camélias, de Alexandre Dumas Filho, além de outras referências, a produção tem um estilo bem teatral, e cartunesco, com interpretações exageradas, números musicais deslumbrantes, e claro, situações bem shakespearianas. Obvio, o tema principal é o amor - “o amor é como oxigênio, tudo o que precisamos é o amor”, como Christian diz, eloquentemente, para Satine. Misturando tango, valsa, e vários estilos de dança, com músicas pop da época, que vão desde Madonna, Elton John, Nirvana, U2, David Bowie, entre muitos outros, Moulin Rouge é um espetáculo visual marcante, não cansa o espectador, que é bombardeado com muita cor, diálogos cantados, apresentações empolgantes, e figurinos exuberantes, rendendo a estatueta do Oscar na categoria.



Em Moulin Rouge, o diretor Baz Luhrmann consegue dirigir os seus atores muito bem, pegando a essência de cada personagem, graças ao incrível trabalho de todos. A Satine de Nicole Kidman, provavelmente, é a personagem mais marcante da carreira da atriz, ela consegue ser sedutora e vulnerável ao mesmo tempo, já que Satine é uma garota de programa que não aprendeu a amar de verdade, e se vê encantada com Christian que, pela primeira vez, a viu de outra forma. Ewan McGregor, que estava famoso na época ao interpretar Obi-Wan Kenobi, nos três primeiros episódios da franquia Star Wars, comove o público com seu amor apaixonante, e sofrido, por Satine, fazendo uma ótima química com Kidman. Ambos cantam, juntos e separados, com destaque para Diamonds Are The Girls Best Friends, originalmente interpretado por Marilyn Monroe em "Os Homens Preferem as Loiras”, fazendo a introdução de Satine na trama, a canção dos amantes, Come What May, e We Could Be Heroes, de David Bowie.


Jim Broadbent é o dono do cabaret Moulin Rouge, Harold Zidler, um cafetão que só pensa nos lucros de sua casa noturna, e na sua atração principal, Satine, ignorando os sentimentos, e a doença da personagem, mas acaba não se tornando um personagem tão insuportável assim, além de interpretar a música Like a Virgin, de Madonna, em uma divertida performance, junto com o duque de Monroth, interpretado por Richard Roxburgh. Aliás, o duque é um personagem bastante divertido, e apesar de ser o “vilão”, o desenvolvimento de seu personagem acaba deixando-o engraçado, e burro demais por não perceber que está sendo traído. Suas feições (vergonhosas), o seu jeito mais bobo, e a interpretação de Like a Virgin, são hilárias.



Moulin Rouge não é um filme que vai agradar a todos, não por ser ruim, muito pelo contrário, mas sim, por ser um musical, exagerado em todos os sentidos, mas divertido e apaixonante. O romance é levado ao extremo, com muito drama, atuações excessivas (no bom sentido), e caricatas, cenas de ciúmes, levando a um final extremamente dramático, e triste, muito shakespeareano, fato que não poderia ser diferente, já que Baz Luhrmann dirigiu Romeu e Julieta, com Leonardo DiCaprio e Claire Danes. Moulin Rouge é um musical deslumbrante, marcante e atemporal, impossível de não se deixar levar pela sua tocante trama de romance, ainda que seja fantasiosa para os dias de hoje, mas deixa no ar um sentimento de esperança de que ainda existe espaço para o romance clássico. Embora tenha o mesmo nome, e a mesma casa noturna, o Moulin Rouge de Baz Luhrmann não é uma refilmagem do filme homônimo de 1952, estrelado pela atriz húngaro-estadunidense, Zsa Zsa Gabor.




MOULIN ROUGE - AMOR EM VERMELHO (MOULIN ROUGE)


Ano: 2001

Direção: Baz Luhrmann

Elenco: Nicole Kidman, Ewan McGregor, Jim Broadbent, John Leguizamo e Richard Roxburgh.



NOTA: 10



Disponível na STAR+












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