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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | MORTE NO NILO

Atualizado: 5 de abr. de 2022



Em 2017, o diretor Kenneth Branagh lançou Assassinato no Expresso Oriente, trama que segue a premissa de “quem matou”, baseada em uma obra da escritora Agatha Christie, considerada a “rainha do crime” pelas suas obras de mistério. A trama se passava em um trem, o famoso expresso oriente, na Europa, palco de um assassinato, onde o detetive Hercule Poirot tentava descobrir o culpado. Menos de dois anos depois, o diretor adaptou mais uma obra da autora, Morte no Nilo, trazendo a mesma premissa, mas agora, em um navio de cruzeiro no rio Nilo. Porém, devido a pandemia da Covid, acabou sendo adiado, e as polêmicas envolvendo Armie Hammer e Letitia Wright, agravaram ainda mais a situação, e acabou estreando somente agora, em fevereiro desse ano. Kenneth Branagh retorna para a direção, e no papel do detetive Poirot, e ainda tem no elenco, Gal Gadot, Annette Bening, Emma Mackey, Tom Bateman, e Sophie Okonedo.


Linnet (Gal Gadot) está em lua de mel com seu marido Simon (Armie Hammer) em um cruzeiro pelo rio Nilo. Entre os convidados, estão familiares e amigos, que Linnet desconfia que estão interessados no dinheiro dela. Quando um assassinato acontece, o detetive Hercule Poirot (Kenneth Branagh) precisa descobrir quem é o responsável pelo crime.


Basicamente, Morte no Nilo segue a mesma dinâmica de seu antecessor, Assassinato no Expresso Oriente, a diferença é o lugar: antes, em um trem atravessando a Europa, agora, um cruzeiro luxuoso no rio Nilo. Utilizando os clichês básicos dos filmes de mistérios, mas que são recorrentes nas obras de Agatha Christie, e necessários para construir a narrativa, Kenneth Branagh, e o roteirista Michael Green, conseguem despistar o espectador com o seu roteiro repleto de informações, colocando quase que todo mundo como suspeito; e eles sabem muito bem como fazer isso. A primeira parte, que dura quase que uma hora, serve para introduzir os personagens, construir as suas personalidades, e as possíveis motivações para o assassinato, e aqueles que tem pressa em descobrir quem morre, e quem é o assassino, terão que ter paciência. A segunda parte, quando de fato acontece o crime, é corrida, o que pode confundir o público, nos bombardeando com pistas, e diálogos rápidos e certeiros, prendendo a nossa atenção para tentar descobrir quem é o assassino. Os efeitos especiais são meia boca, o ponto negativo de Morte no Nilo. Muitas vezes, percebe-se que o filme foi produzido através do fundo verde; os cenários são belíssimos, mas parece ser artificial.



Os personagens são bem estereotipados, outro elemento básico das obras da autora, principalmente o detetive Hercule Poirot, e o seu famoso bigode. Kenneth Branagh, que além de dirigir, dá vida ao detetive, consegue captar a essência do personagem, arrogante, mas esperto e cirúrgico nas suas acusações. Diferente do primeiro filme, aqui, o detetive está mais sensível, e conhecemos mais sobre o seu passado. Gal Gadot está belíssima interpretando a ricaça Linnet, e rouba a cena sempre que aparece, tem glamour e relevância na trama, mas não é marcante o suficiente. Por fora, o destaque é Emma Mackey, que interpreta Jacqueline, ex amiga de Linnet, e também ex do atual noivo dela, Simon (Armie Hammer), uma mulher impulsiva, mas que marca presença sempre que aparece. Annette Bening, Letitia Wright e Sophie Okonedo, as que mais se destacam entre os coadjuvantes, completam o grande elenco.


Não há nada de novo em Morte no Nilo, seguindo no mesmo caminho de Assassinato no Expresso Oriente, assim como a maioria das obras da autora, e isso não é uma crítica ruim. Um clássico é um clássico. Com uma trama repleta de clichês necessários, e muito bem construída, Kenneth Branagh acerta no tom mais agitado que o anterior, divertindo o público que anseia para descobrir o mistério junto com Hercule Poirot. Morte no Nilo é um filme mais emotivo também, seja pelo seu desfecho dramático, típico shakespeariano, ou por deixar o detetive mais sensível, o que justifica os flashbacks sobre o seu passado. Quais as loucuras que você faria por amor? E qual será a próxima adaptação das obras de Agatha Christie?




MORTE NO NILO (DEATH ON THE NILE)


Ano: 2022

Direção: Kenneth Branagh

Elenco: Gal Gadot, Annette Bening, Emma Mackey, Armie Hammer, Letitia Wright, Tom Bateman, e Sophie Okonedo



NOTA: 9,0


















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