O diretor alemão Roland Emmerich é conhecido mundialmente pelos seus filmes catástrofes, O Dia Depois de Amanhã, 2012 (sobre o fim do mundo), e a famosa invasão alienígena de Independence Day, que teve uma continuação em 2016. Suas produções são repletas de efeitos especiais e muita destruição, mas pecam no roteiro, muitas vezes fraco, e nos personagens chatos e pouco desenvolvidos. Depois de um hiato de seis anos sem destruir a Terra, o diretor retorna com seu filme catástrofe mais doido, Moonfall – Ameaça Lunar, produção que mistura ficção com destruição global, e teorias da conspiração, no filme mais inusitado da carreira de Roland. Estão no elenco Patrick Wilson, Halle Barry, John Bradley-West, Charlie Plummer, Michael Pena e Donald Sutherland.
Na trama, uma força misteriosa tira a Lua da órbita, fazendo com que ela se aproxime da Terra, causando vários desastres. Uma equipe de cientistas precisa descobrir os motivos disso, e tentar salvar o planeta da ameaça iminente.
Moonfall segue a cartilha dos filmes catástrofes, gênero que o próprio Roland popularizou: incríveis efeitos especiais e megalomaníacas cenas de destruição, para esconder um roteiro cheio de furos, situações impossíveis, e personagens sem carisma nenhum. Mas o cineasta consegue inovar no quesito destruição ao fazer o nosso satélite natural se aproximar da Terra, afetando a nossa gravidade. Seguem inundações, objetos e pessoas sendo puxados, com belas imagens da Lua no fundo, se aproximando e se espedaçando, aos poucos. Parece ser um filme qualquer sobre o fim do mundo, mas com Roland, tudo é possível, e ele da um passo maior, buscando uma das teorias da conspiração mais famosas da história da humanidade: de que a Lua é habitada por seres extraterrestres, lembrando que, não necessariamente, por “humanoides verdes”. Por mais que essa parte possa parecer uma “viagem total “, é muito interessante, trazendo teorias curiosas sobre seres de outros planetas, muito similar ao que o diretor queria fazer com o terceiro filme do Independence Day, se tivesse saído do papel.
A trama é dinâmica, e dificilmente você ficará entediado, trazendo cenas absurdas, muitas vezes incoerentes, resoluções mirabolantes que ignoram as leis da física, e da realidade, além das frases de efeito e o humor, típico dos filmes do diretor; sem esquecer o famoso “discurso motivacional”. Mas tudo isso é “apagado” pelos efeitos especiais, e as cenas de destruição, coisas que Roland sabe muito bem como fazer. Acho que as cenas das inundações, e das ondas gigantes, ficaram devendo um pouco, mas as cenas do espaço, da Lua quase que encostando na Terra, e quando os personagens chegam no interior do nosso satélite natural, são realmente incríveis.
Um dos grandes problemas dos filmes catástrofes de Roland Emmerich, são os personagens, chatos, sem carisma, e pouco desenvolvidos. Sempre tem o pai buscando uma redenção com a sua família, os filhos problemáticos, pais divorciados, o personagem com as teorias de conspiração, os políticos que não acreditam no perigo iminente (o que não teve no filme 2012), e por aí vai. Patrick Wilson e Halle Barry são o casal protagonista, ex-casal na verdade, que se unem para salvar a Terra, junto com o personagem de John Bradley-West, o alívio cômico do filme, responsável pelas teorias de que a Lua é uma construção alienígena oca; eles são os grandes destaques da produção. No outro núcleo, temos os seus respectivos familiares que tentam se salvar no meio das destruições causadas pela Lua, conseguindo feitos bem inusitados.
No mais, Monnfall – Ameaça Lunar é um filme que serve apenas para divertir o público, misturando elementos de Independence Day com os filmes de catástrofes naturais, levando para um desfecho maluco e interessante, exagerado, claro, mas que no fim, serve para refletir sobre os mistérios do universo. Roland Emmerich faz o filme mais inusitado, e estranho, da sua carreira, mas com todos os elementos típicos das suas produções, que muitos odeiam, mas acabam comprando a ideia. Não é um “fim do mundo” qualquer.
MOONFALL - AMEAÇA LUNAR (MOONFALL)
Ano: 2022
Direção: Roland Emmerich
Elenco: Patrick Wilson, Halle Barry, John Bradley-West, Charlie Plummer, Michael Pena e Donald Sutherland
NOTA: 7,0
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