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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | MOGLI: O MENINO LOBO


A Disney tem investido bastante em adaptações "live-action" de seus grandes desenhos: Alice No País das Maravilhas (2010), Malévola (2014), Cinderela (2015), Alice Através do Espelho (2016), e A Bela e a Fera, com lançamento previsto para 2017. Essas adaptações são diferentes das originais, mas mantém os mesmos personagens e um enredo parecido, e todas foram bem sucedidas nos cinemas. A mais recente versão com atores e computação gráfica é Mogli - O Menino Lobo, uma versão amadurecida, e mais humana, do desenho lançado em 1967. O filme é dirigido por Jon Favreau (Homem de Ferro 1 e 2), que também é ator, é estrelado pelo novato ator mirim Neel Sethi, e as vozes originais de Bill Murray, Ben Kingsley, Idris Elba, Lupita Nyon'g, Scarlett Johanson e Christopher Walken. Na versão brasileira estão Marcos Palmeira, Dan Stulbatch, Thiago Lacerda, Julia Lemmertz, Aline Morais e Thiago Abravanel.


A história é a basicamente a mesma do desenho. Mogli (Neel Seth) é um menino órfão que foi criado por uma alcateia de lobos. A vida na floresta onde ele vive sempre foi calma, até que o tigre Shere Kan ameaçou todos, e ordenou que o menino fosse embora da floresta. Sem querer causar problemas para os animais, o Mogli decide ir embora, e acompanhado da onça Baguera, ele conhece o urso Balu, no qual faz uma grande amizade. Mas ao perceber os perigos que sua família corre, o menino lobo descobre que somente ele pode acabar com Shere Kan e sua ameaça para que a paz volte a reinar na floresta.


Com uma incrível bilheteria de U$ 964 milhões, Mogli - O Menino Lobo é uma das melhores surpresas do ano. A versão de Jon Favreau segue os mesmos eventos do desenho de 1967, e do livro lançado em 1884, porém, é mais amadurecida e "violenta", mas mantendo toda a magia e a fofura que o desenho trouxe. O maior mérito do filme são os animais e a floresta criados em computação gráfica de extrema qualidade. Praticamente tudo no filme foi criado por computação, e nem parece que foi: o cenário é perfeito e bastante real, assim como os animais e seus movimentos (repare nos pelos) e feições, que são perfeitos e muito detalhados, deixando-os bem vivos em tela. Ainda na parte técnica, a bela fotografia, junto com as luzes e as cores da floresta, dá um realismo ainda maior para o filme. Prevejo algumas indicações ao Oscar para o filme. Diferente do desenho, essa versão tem cenas de ação mais violentas, além de ter um ritmo mais agitado, mas o longa mantém toda a magia e emoção do desenho original, nos envolvendo cada vez mais nessa maravilhosa história sobre amizade e família, algo que não se mostra mais com tanta frequência ultimamente.



O nova-iorquino com descendência indiana Neel Sethi ficou responsável para dar vida ao menino lobo, o Mogli, e a sua semelhança com o personagem do desenho é demais. Jon Favreau instruiu bem o novato ator, e ele se mostrou bastante convincente, ainda que seja engraçadinho demais, mas sua empatia com os animais da floresta cativa o público. Dos animais, temos o preguiçoso urso Balu (na voz de Bill Murray), que faz "somente o necessário" e se torna o novo amigo de Mogli, a dócil Raksha (voz de Lupita Nyon'g), que criou Mogli junto com meus mega fofos filhotes, o líder da alcateia de lobos, Akela (Giancarlo Esposito), a onça Baguera (Ben Kingsley), que ensina Mogli a sobreviver na floresta como um lobo, a assustadora cobra Kaa (Scarlett Johanson), e o Rei Luis (Christopher Walken), um enorme orangotango que parece o King Kong pelo seu tamanho. Mas é o temido tigre Shere Khan (Idris Elba) que rouba a cena. O tigre tem uma forte ligação com o mocinho Mogli, e isso sustenta a trama, e é amedrontador o suficiente para gelar a espinha do espectador, se tornando um vilão assustador. Todas as motivações dos personagens são bem convincentes, os seus dramas são bem explorados, e tudo é mostrado perfeitamente em tela.


O único erro do filme é quando o diretor usa as duas famosas músicas do desenho, "Bear Necessities", a música que Balu e Mogli catam, "necessário, somente o necessário", e I Wanna Be Like You, cantada pelo orangotango Rei Luis. A impressão que dá é que essas músicas foram introduzidas apenas para nostalgia, porque não funciona com o "timing" do filme. Mas esse pequeno erro não é o suficiente para estragar toda a magia do filme, e ouvi-las em som alto no cinema é sensacional demais.


Como de costume em desenhos da Disney, Mogli o Menino Lobo passa uma mensagem para o espectador, que além da amizade e família, fala sobre a preservação da natureza, o carinho e cuidado que devemos ter com os animais, e as leis de uma sociedade, que no caso do filme é a alcateia dos lobos e as leis da natureza. Com uma história simples, mas eficiente, ótimos efeitos especiais, cenários de cair o queixo e todo um cuidado nos mínimos detalhes com os animais, a nova versão de Jon Favreau do livro de Rudyard Kipling e do desenho da Disney, se mostra uma das melhores aventuras dos últimos anos, capaz de emocionar e nos impressionar da mesma forma como Avatar e As Aventuras de Pi fizeram com a gente. Para os que já conhecem o desenho original, o filme será uma grande viagem no tempo e uma ótima nostalgia, e para os jovens de hoje, é um ótimo exemplar com tudo que a tecnologia atual oferece para conhecerem um dos maiores clássicos da Disney. E devido ao grande sucesso de público, crítica, e bilheteria, Mogli - O Menino Lobo terá uma continuação prevista para 2018.




MOGLI: O MENINO LOBO (THE JUNGLE BOOK)


Ano: 2016

Direção: Jon Favreau

Elenco: Neel Sethi, vozes de Bill Murray, Ben Kingsley, Idris Elba, Lupita Nyon'g, Scarlett Johanson e Christopher Walken. Vozes brasileiras de Marcos Palmeira, Dan Stulbatch, Thiago Lacerda, Julia Lemmertz, Aline Morais e Thiago Abravanel



NOTA: 9,0














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