CRÍTICA | MISSÃO MADRINHA DE CASAMENTO

Atualizado: 23 de nov. de 2021

As comédias “politicamente incorretas”, que incluem grosserias, palavrões e humor escrachado, tem estreado de monte nos cinemas nesses últimos anos, e se citarmos todos, estenderíamos demais o texto. Em 2009, estreava Se Beber Não Case, dirigido por Todd Phillips, filme sobre uma despedida de solteiro em Las Vegas, que fez um enorme sucesso no seu ano do lançamento. Agora, trocando o elenco masculino por mulheres, o diretor Paul Feig lança Missão Madrinha de Casamento, mais uma produção do gênero, com situações constrangedoras, muita confusão e ciúmes, que acompanha a jornada de um grupo de mulheres planejando o casamento de uma delas. Kristen Wigg, Maya Rudolph, Rose Byrne, Melissa McCarthy, Ellie Kemper, Wendi McLendon-Covey, Chris O'Dawn e John Hamm estrelam.

Annie (Kristen Wigg) é uma solteirona que está com sua vida pessoal e profissional abalada, e recebe o convite de ser madrinha de casamento de sua melhor amiga, Lilian (Maya Rudolph). Junta com outras quatro amigas da noiva, Helen (Rose Byrne), Rita (Wendi McLendon Covey), Becca (Ellie Kemper) e Megan (Melissa McCarthy), as amigas passarão por muita confusão e conflitos até o dia do casamento de Lilian.

Seguindo a linha do politicamente incorreto, Missão Madrinha de Casamento é um filme que mistura comédia com drama e lições de moral. Situações absurdas, palavrões, constrangimentos e muita imaturidade, Paul Feig foge um pouco dos filmes do gênero, e foca bastante no drama dos personagens, mais para a metade da produção. É impossível não rir com as confusões que as madrinhas se metem, as piadas divertidas, o ciúme que Annie tem de Helen, e os embates entre as duas para impressionar a melhor amiga delas. Mas Depois de, mais ou menos, 1h de duração, o enredo muda quase que totalmente de rumo, enfatizando o drama da personagem Kristen Wigg com seus problemas pessoais, e as suas atitudes infantis.

Bridesmaids é divertido, mas não consegue ser a todo instante, não por ser ruim, ou por, praticamente, mudar de gênero em um certo ponto da trama, mas sim pelas suas mais de duas horas de duração, tornando um pouco tedioso e arrastado demais em algumas partes. A cena em que as damas de honra vão almoçar no restaurante brasileiro foi bastante criticada por aqui, o que é bobagem, na minha opinião, mas os produtores pecaram ao colocarem uma música mexicana, e quando o garçom fala algo em espanhol, em um restaurante brasileiro.

Todas as personagens são divertidas e carismáticas, mas aqui, há um problema em relação ao desenvolvimento delas, quando o roteiro foca em algumas, e deixa outras sem muito destaque. O foco principal é Annie (Kristen Wigg), ciumenta e dramática, ela está transtornada com sua vida pessoal, e tudo piora quando sua melhor amiga, Lilian (Maya Rudolph), vai se casar. Ela até tenta esconder os ciúmes, mas tudo piora quando aparece Helen (Rose Byrne), a mais recente nova amiga, querendo fazer tudo do jeito dela. O resultado disso: brigas, irresponsabilidade e muita imaturidade, com direito a confusão e reconciliação, tudo dentro do politicamente incorreto.

Melissa McCarthy também se destaca bastante com sua Megan, uma mulher mais “masculinizada”, mas não menos divertida e grossa, protagonizando momentos hilários com sua personagem. Wendi McLendon Covey e Ellie Kemper acabam recebendo menos destaque na trama, mas são personagens com grande potencial que deveriam ter sido mais exploradas.

Entre tantas brigas, infantilidades e muita confusão, é legal ver como as personagens evoluem, e os valores da amizade, e maturidade, entram com tudo na trama, e com certeza você se identificará com alguma personagem, ou alguma situação que elas passam. No mais, Missão Madrinha de Casamento é uma divertida comédia dramática, cheia de constrangimento e cenas absurdas que da vontade de se esconder de tanta vergonha. Apesar de ter uma lição de moral básica, a produção não tenta ser certinha, e acaba sendo sem noção nenhuma, e sem vergonha de ser um besteirol típico. Está longe de ser inovador, mas diverte, emociona e constrange o espectador, no bom sentindo.

Originalmente publicado em 2011. Editado em 2020