CRÍTICA | MISSÃO IMPOSSÍVEL - PROTOCOLO FANTASMA

Já passaram quinze anos desde o primeiro filme Missão Impossível e é incrível como a cada lançamento a franquia vai se reinventando, com missões cada vez maiores e sequências de ação mais insanas do que antes. Então, chegamos no quarto filme das missões impossíveis de Tom Cruise e cia, Missão Impossível – Protocolo Fantasma, produção que vai ditar os rumos da franquia como conhecemos hoje. Já tivemos Brian de Palma, John Woo e J.J. Abrahms na direção, e agora, é a vez de Brad Bird (que dirigiu Os Incríveis e Rattatouile) dar o seu toque pessoal na franquia, e ele faz isso muito bem: Protocolo Fantasma é o melhor e mais elaborado, além de ter a sequência de ação mais incrível da franquia, pelo menos até esse quarto filme. Na trama, após uma missão fracassada em Berlin, que causou a explosão da base russa Kremlin, a tensão do país com os EUA aumentou, obrigando o governo americano a fechar de vez a IMF – a agência de Ethan -. Sem apoio de ninguém, Ethan e sua equipe precisam agir secretamente para evitar uma nova guerra nuclear, e limpar o nome da agência. Tom Cruise e Simon Pegg reprisam seus papéis, e as novas adições são Jeremy Renner, Paula Patton, Léa Seydoux, e Michael Nyqvist.

Protocolo Fantasma fica um pouco confuso no início, mas ao longo da trama tudo vai se ajeitando e as respostas vão aparecendo. O filme já começa com Tom Cruise fugindo de uma prisão na Rússia – mas como ele foi parar lá? – fato que é explicado mais adiante e é uma das várias revelações que o roteiro de Josh Appelbaum e André Nemec faz. Entre reviravoltas, decisões inesperadas, muita tensão, humor e piadas na medida certa, a dupla de roteiristas desenvolve muito bem a história, envolvendo o espectador na trama sem perder o ritmo. Seguindo os passos do agente britânico James Bond, o diretor Brad Bird nos leva à lugares incríveis, e Ethan Hunt e sua equipe vão para a Rússia, Dubai e até a Índia, e em cada um desses lugares tem alguma cena de ação espetacular: a invasão com os aparelhos tecnológicos na sede Russa, a longa e empolgante sequência em Dubai – a melhor da franquia até agora -, e a perseguição em uma garagem, todas muito bem dirigidas e fáceis de se acompanhar, sem os cortes bruscos de antes.

Missão Impossível – Protocolo Fantasma se beneficia pela atuação do elenco, a equipe de Ethan, que trabalham juntos sem o apoio de ninguém e passam por vários perrengues. Simon Pegg, que entrou na equipe em MI:3, é especialista em tecnologia e faz um personagem divertido que rouba a cena sempre que aparece, e sua interação com Brandt (Jeremy Renner) rende bons momentos. Renner, aliás, tem um ar misterioso e seu personagem parece que esconde um segredo. Fechando a equipe de Ethan, ainda tem Paula Patton, que interpreta a agente Jane, uma mulher poderosa que sabe seduzir e combater seus inimigos da melhor forma. E claro, tem Tom Cruise com o mesmo carisma incontestável de sempre, e palmas para o ator que continua fazendo praticamente todas as sequências de ação: sim, é o próprio Tom Cruise que escala o prédio 200 andares em Dubai. Mas um dos problemas no quarto filme é o vilão Michael Nyqvist, o mais fraco de toda a franquia: faltou uma apresentação melhor do antagonista, talvez uma conversa mais séria com Ethan, da mesma forma que aconteceu no filme anterior.

Depois de quatro filmes, finalmente a franquia encontrou o seu caminho, e Missão Impossível – Protocolo Fantasma é o filme que definiu a franquia que conhecemos até hoje. Tom Cruise e Brad Bird fazem o melhor e mais divertido filme das missões impossíveis de Ethan Hunt - até agora -, com uma trama bem executada, e entre as constantes revelações tem as melhores sequências de ação da franquia – de novo, a sequência em Dubai com Cruise escalando o Burj Khalifa de 800 metros e depois perseguindo o vilão no meio de uma tempestade de areia é espetacular -. Protocolo Fantasma é empolgante, enérgico, o melhor exemplo de um blockbuster digno de uma boa sessão.