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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | MISSÃO IMPOSSÍVEL 3



Enfim chegamos na terceira Missão Impossível de Tom Cruise – ainda temos mais três filmes antes de chegar em Acerto de Contas Parte 1 -, e é curioso como cada filme tem uma abordagem diferente, e a cada lançamento o exagero vai aumentando. MI1 foi dirigido por Brian de Palma, e é uma produção mais discreta, focada na espionagem do que nas sequências de ação. MI2 foi dirigido por John Woo, que já tinha experiências no gênero, mantendo o clima de espionagem do primeiro mas com muito mais ação do que antes.


Agora temos Missão Impossível 3, dirigido por J. J. Abrahms, que faz sua estreia no cinema – ele é o criador das séries Alias e Lost – dirigindo, provavelmente, o filme mais diferente de toda a franquia. Mas o que o diretor podia nos apresentar de novo para esse terceiro filme? Missão Impossível 3 é o mais sentimental da franquia, mostrando um outro lado de Ethan Hunt que ainda não tínhamos visto. Na trama, Hunt (Tom Cruise) está de licença das missões impossíveis de sua agência – inclusive está até noivo de Julia (Michelle Monaghan) – quando é chamado para resgatar uma agente desaparecida. A missão dá errado, porém, ele decide continuar com a investigação,. As pistas levam para o terrorista Owen Davian (Phillip Seymour Hoffman), que pretende comprar uma arma biológica chamada “Pé de Coelho”. Ving Rhames, Billy Crudup, Lawrence Fishburne, Simon Pegg, Keri Russel, Maggie Q, e Jonathan Rhys Meyers completam o elenco.


A trama de Missão Impossível 3 não é muito bem aprofundada, a missão é simples e rápida, e tudo parece corrido, como se fosse uma série de espionagem onde toda a missão teria que acontecer em cerca de uma hora. De uma forma geral, MI3 parece muito mais uma série de ação mesmo do que um filme, e não é por menos já que o diretor é J.J. Abrahms, que comandava séries de TV e faz aqui a sua estreia no cinema. Basicamente, MI3 mostra Ethan e sua equipe indo atrás da tal arma biológica – que é muito pouco explicado do que se trata -, e acabam sequestrando o vilão Owen, que logo depois consegue escapar. Corta para o agente desesperado indo buscar a sua amada, mas acaba sendo sequestrada, depois ele corre contra o tempo para salvá-la, e aí chega no desfecho. E no meio disso, tem fuga de helicóptero, uma intensa perseguição em uma ponte (a mesma de True Lies, além de que Velozes e Furiosos 5 praticamente copiou essa sequência), e Ethan Hunt pulando de um prédio para o outro (Velozes e Furiosos 7 também fez isso em Dubai, mas com carros).



Missão Impossível 3 é o filme com o ritmo mais frenético da franquia – pelo menos até agora -, e praticamente corta de uma missão para outra em questão de minutos. J.J. Abrahms traz também mais emoção para a trama, além de mostrar um lado de Ethan Hunt que não foi mostrado até agora: o agente tem sentimentos e se importa com seus amigos e colegas. Já foi mostrado um pouco desse lado nas missões anteriores, mas agora, esse sentimento ultrapassa o profissional e atinge o pessoal (a sua noiva Julia). Até o vilão de Phillip Seymour Hoffman é diferente: ao invés de usar a sua força nas cenas de lutas, ele entra no psicológico de Ethan, e isso pode ser pior ainda. MI3 tem também muitas revelações durante a trama, algo que já é normal na franquia, principalmente com o uso das clássicas máscaras – aqui vemos como eles produzem uma - e os dispositivos que modificam a voz. Outro ponto positivo que vale destacar é em relação ao trabalho da equipe de Ethan: eles planejam a sua missão passo a passo, além de trabalharem juntos a todo o momento, algo que John Woo não fez no filme anterior.


Missão Impossível 3 tem uma carga emocional bem alta, e isso reflete nos personagens, principalmente Ethan Hunt. Tom Cruise faz as mesmas coisas de sempre – luta, sai no soco, corre feito um condenado, salta de prédios e faz outras loucuras -, mas o seu lado emocional se destaca muito. Há uma sequência em especial que o personagem fica tão nervoso que é possível ver somente pelos seus olhos a raiva que está sentindo. Hunt se importa com todos – sua noiva Julia e a colega Lindsay (Keri Russel) -, e o ódio pode levar a situações extremas. Phillip Seymour Hoffmann é o antagonista Owen, e é provavelmente o melhor vilão da franquia. Sem exageros, ele fala somente o que precisa, é confiante, e entra no psicológico dos outros, se tornando um vilão realmente ameaçador e que é capaz de tudo. Uma pena que o roteiro dá um desfecho indigno para o personagem, sem nenhuma emoção ou algo mais épico, tudo muito rápido e simples.



Passando por Berlin, Vaticano, Xangai, Missão Impossível 3 é intenso do início fim e com um ritmo frenético que prende a atenção do público, seja pelas incríveis sequências de ação, as situações inusitadas que acontecem com Ethan e sua equipe, e até a raiva que temos com alguns personagens. J.J. Abrahms faz um Missão Impossível mais sentimental, que reflete nos personagens e na própria trama, que muda de a busca pelo Pé de Coelho para uma corrida contra o tempo para resgatar Júlia (Michelle Monaghan), e tudo isso mudaria os rumos da franquia até hoje. MI3 tem seus erros, os absurdos, e não tem nenhuma cena que ficou marcada na franquia, como a invasão ao cofre de MI1, mas a ideia como um todo funciona e é o capítulo mais enérgico da franquia, até agora. Tiro, porrada, bomba – e mais emoção – é o que você vai ver em Missão Impossível 3.



MISSÃO IMPOSSÍVEL 3


Ano: 2006

Direção: J.J. Abrahms

Distribuidora: Paramount

Duração: 126 min

Elenco: Tom Cruise, Phillip Seymour Hoffmann, Ving Rhames, Billy Crudup, Lawrence Fishburne, Simon Pegg, Keri Russel, Maggie Q, e Jonathan Rhys Meyers


NOTA: 9,0


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