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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | MISSÃO IMPOSSÍVEL (1996)



Em 1996 estreava o primeiro filme de uma das maiores franquias de ação do cinema, Missão Impossível. Estrelado por Tom Cruise e dirigido por Brian de Palma, a produção se tornou a terceira maior bilheteria de 1996, faturando mais de U$ 457 milhões, e era baseada em uma série de TV homônima dos anos 60 que durou sete temporadas. Tom Cruise já era um dos maiores astros do cinema, mas o ator queria se aventurar na produção de um filme, criando a produtora Cruise/Wagner, junto com Paula Wagner, e Missão Impossível foi o primeiro lançamento deles. Com uma trama muito bem trabalhada, várias reviravoltas, e com um foco maior na espionagem, Missão Impossível acompanha Ethan Hunt (Cruise) em uma missão secreta que dá errado: tudo era uma cilada e a maioria de seus colegas são mortos. O problema é que Ethan é o principal suspeito das mortes, principalmente a de seu chefe, Jim (John Voight), e agora ele precisa provar a sua inocência. Emmanuelle Béart, Ving Rhames, Jean Reno, Vanessa Redgrave, Henry Czerny e Kristin Scott Thomas.


Diferente da maioria dos filmes da franquia, Missão Impossível foca mais no suspense e na construção do mistério da trama do que nas sequências de ação, e acaba se tornando um intenso thriller de espionagem da melhor qualidade. David Koepp e Robert Towe constroem uma trama envolvente e repleta de mistérios, segredos, traições e revelações que duram até o final, o clássico jogo de “gato e rato” do gênero, onde não se pode confiar em ninguém. A ação realmente acontece na sequência final do trem, com uma eficiente direção de Brian de Palma, criando uma situação absurda daquelas que “só acontecem em filmes”, onde os personagens desafiam até as leis da física; um exemplo do que estaria por vir nas sequências.


Missão Impossível tem uma cena que é clássica na franquia: quando os personagens invadem a agência da CIA para copiar dados de um computador, e Ethan fica pendurado dentro da sala. A parte em questão é quando ele cai e quase encosta no chão. É uma sequência bem simples, mas Brian de Palma consegue criar uma tensão jamais vista na franquia, mostrando uma visão ampla da sala para o espectador, além de ter duas situações que podem colocar a missão em risco. E tudo isso acontece sem nenhuma trilha sonora. Uma aula de direção.



Tom Cruise já era famoso antes do lançamento de Missão Impossível, mas a produção marcou a sua carreira, já que ele viveria o personagem em mais cinco sequências. O ator tem um carisma incrível, e ele usa isso ao seu favor para atrair o público, fazendo um agente fácil de se gostar e torcer para que tudo de certo com o seu personagem. E olha que pouco sabemos sobre a sua vida, ou dos outros personagens, único detalhe que David Koepp e Robert Towe pecam, fazendo com que nem se importamos quando algo de ruim acontece – menos Ethan Hunt -. O renomado ator, e pai de Angelina Jolie, John Voight aparece muito pouco em tela, mas é responsável por algumas reviravoltas na trama, além de que, os fãs da série não gostaram dos rumos que o personagem Jim, chefe da CIA, teve.


Missão Impossível marcou a década de 90 e inspirou muitos filmes de espionagem que viriam depois, indo na contramão dos filmes do gênero que focam mais nas sequências de ação do que na trama. Brian de Palma cria um ótimo thriller de espionagem com pouca ação e muito suspense onde não se pode confiar em ninguém, além de criar cenas que marcaram a franquia. Ainda, os fãs de Alfred Hitchock notarão várias referências de seus filmes em Missão Impossível, principalmente nos planos da câmera. Tiro, porrada e bomba é o que menos você vai ver na primeira missão (impossível) de Ethan Hunt.



MISSÃO IMPOSSÍVEL


Ano: 1996

Direção: Brian de Palma

Distribuidora: Paramount

Duração: 110 min

Elenco: Tom Cruise, John Voight, Emmanuelle Béart, Ving Rhames, Jean Reno, Vanessa Redgrave, Henry Czerny e Kristin Scott Thomas



NOTA: 8,0


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