CRÍTICA | MINIONS 2 - A ORIGEM DE GRU

Os Minions são uma das criaturas mais fofas do cinema, que surgiram como coadjuvantes na animação Meu Malvado Favorito, em 2010, encantando tanto adultos quanto crianças. Após uma continuação, em 2013, essas criaturinhas amarelas que adoram bananas ganharam um filme solo, que acabou se tornando um enorme sucesso de público, e apresentando uma trama basicamente inexistente, mas isso pouco importava, afinal, eram os Minions. Depois de um terceiro filme (que já apresentou sinais de cansaço), chega aos cinemas o segundo filme solo – que no fim, não é bem assim -, Minions 2 – A Origem de Gru, animação que foi adiada por causa da pandemia, e que estreou dois anos depois do previsto. Com uma trama maior, mais ação, e muitos Minions, a produção ainda encanta por causa das criaturinhas, mas peca no roteiro que parece não saber para onde ir. Com diz o subtítulo, acompanhamos a origem de Gru, o “vilão” de Meu Malvado Favorito (claro que ele realmente não é o vilão), que está com 12 anos, e sonha em se tornar parte da Liga dos Vilões, os maiores do mundo. Mas após ser renegado por eles, Gru rouba um colar do zodíaco que dá superpoderes, e acaba se aliando com o vilão favorito dele para derrotar a liga dos vilões.

A Origem de Gru acaba se tornando mais um filme sobre o Gru (como diz o subtítulo) do que um filme sobre a trajetória dos Minions, como foi com o primeiro. As criaturinhas amarelas ainda divertem o público com as suas confusões, as “malvadezas”, o carisma, o jeito atrapalhado, as situações engraçadas, e a fofura que encantou todo mundo, mas a trama toda deixa aquela sensação que se realmente era necessário mais um filme, ou se fosse, de fato um filme sobre os minions. A animação de 2015 não tinha muita história, era apenas um filme dos amarelinhos, e era o suficiente para entreter e encantar o público. Mas agora, A Origem de Gru tem uma história – a tentativa do jovem Gru em se tornar um grande vilão -, que toma grande parte da trama, e muitas vezes chega a ficar entediante. Afinal, o que realmente interessa são os Minions e as suas aventuras. Contar a origem de um personagem é algo que já virou moda em Hollywood, como aconteceu com Cruella recentemente, fazendo várias referências a franquia, além de ligar com os filmes do Meu Malvado Favorito. E para quem conhece o jogo dos Minions, que foi lançado em 2015 para Android e Apple, notará as referencias nas fases, na música, e alguns cenários.

Claro que os Minions é uma animação voltada para o público infantil, diferente da maioria dos filmes da Pixar – lembro que fui ver o primeiro Minions no cinema, e também o Divertida Mente, e as crianças ficavam mais entretidas com o filme da Universal do que o da Pixar -, mas os adultos também vão se divertir bastante. Além da fofura dos seres amarelinhos, tem as referências aos anos 70, já que a trama se passa nessa época: cultura, as músicas, filmes (Tubarão, de Steven Spielberg), até o estilo das roupas (incluindo a que os Minions usam), além dos créditos iniciais fazerem referencia aos filmes do James Bond.

No mais, Minions 2 – A Origem de Gru é um filme que vai divertir todo mundo, pais e crianças, com muitas piadas, um monte de referências, e muita fofura envolvendo os Minions. Sinceramente, não acho o Gru muito simpático, e preferia uma trama centrada mais nas adoráveis criaturinhas amarelas de macacão azul, assim como foi o filme de 2015. Trazendo lições sobre amizade e trabalho em equipe, A Origem de Gru se encaixaria muito melhor como um prelúdio de Meu Malvado Favorito, e que acaba pecando na trama que parece não saber onde quer chegar. Não é um filme ruim, afinal, tem os Minions, mas os sinais de cansaço já estão aparecendo.