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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | MILLENNIUM: OS HOMENS QUE NÃO AMAVAM AS MULHERES

Atualizado: 4 de nov. de 2021



David Fincher é um renomado diretor não tão conhecido pelo grande público, mas com certeza você já deve ter visto alguns de seus filmes: Seven, O Quarto do Pânico, Zodíaco, A Rede Social, e até o tão criticado Alien 3. Em seu mais novo trabalho, o suspense Millenuim – Os Homens que Não Amavam as Mulheres, o diretor retorna ao gênero que o consagrou, filmes de serial killer. Millenium é uma série de três livros de um escritor sueco, que já foram adaptados para o cinema, também suecos: A Menina que Brincava Com Fogo e A Rainha do Castelo do Ar, são as continuações. A produção é estrelada por Daniel Craig, Rooney Mara, Stellan Skarsgard e Christopher Plummer.


Mikael (Daniel Craig), que trabalha na editora Millenium, é chamado para escrever um livro, e investigar, um caso de desaparecimento ocorrido a mais de 40 anos, Harriet Vanger, em uma pequena cidade o interior da Escócia. Ele pede ajuda para Lisbeth (Rooney Mara), especialista em investigação, e descobrem que a jovem pode ter sido morta por um serial killer que já matou mais de dez mulheres.


Filmes que envolvem assassinatos em séries, são bem interessantes, pois envolvem mistério, investigação e reviravoltas, e geralmente são bons; o novo filme de David Fincher tem tudo isso. A trama é envolvente e cheia de suspense, e apesar de ser um filme do subgênero serial killer, a história foca mais na investigação, sem as cenas de perseguição, ou quando o assassino ataca suas vítimas e as famosas cenas do crime. Tem reviravoltas, e até outras tramas paralelas, mas que tem relação com a investigação do desaparecimento da jovem.



Um bom filme de investigação não chamaria a atenção se não fosse pela fotografia da cidade onde o mistério se passa. A trama acontece em uma pequena cidade tomada pela neve, está sempre nublado e as arvores congeladas dão o clima sombrio que a produção precisa. Paralelo a isso, a personagem de Rooney Mara fica grande parte do filme na cidade grande, e os cenários escuros e melancólicos enfatizam os problemas que sua personagem passa. E para fechar a parte técnica, a trilha sonora também é um grande destaque para a trama, principalmente a cena de abertura, com o cover de "Immigrant Song", do Led Zeppelin, feita por Karen O com Trent Reznor & Atticus Ross.


Rooney Mara, e sua Lisbeth, é o maior destaque do filme de Fincher, com uma interpretação poderosa da atriz, mostrando com bastante facilidade todo o drama e os problemas que sua personagem sofre; e ainda consegue fazer o espectador rir em algumas cenas, com suas atitudes. Daniel Craig também se sai bem, e quem achava que ele repetiria o seu jeito de James Bond, se enganou: o ator da mais personalidade ao personagem, do que o cara que fez a versão original. A química entre Mara e Craig é eficiente, e muito importante para dar um sustento na trama. Dos coadjuvantes, Christopher Plummer rouba as cenas em que aparece, interpretando o pai de Harriet, a garota desaparecida, e que chama o jornalista para investigar o caso, e Stellan Skarsgard, que interpreta um dos irmãos da jovem, um empresário rico e misterioso que ajuda na investigação.


Os Homens que Não Amavam as Mulheres, segue a mesma linha do original, incluindo cenas parecidas, mas a produção tem todo um charme maior, graças ao ótimo trabalho de David Fincher, desde a escalação certeira dos atores, até a parte técnica, fotografia, em especial, que dá um tom mais estiloso na produção. A trama é envolvente, tem reviravoltas e aquele clima de investigação, com uma história dramática de plano de fundo, faz do filme, um dos melhores trabalhos do diretor.


Originalmente publicado em 2012. Editado em 2020.




MILLENNIUM: OS HOMENS QUE NÃO AMAVAM AS MULHERES (THE GIRL WITH THE DRAGON TATTOO)



Ano: 2012

Direção: David Fincher

Elenco: Daniel Craig, Rooney Mara, Stellan Skarsgard e Christopher Plummer.



NOTA: 10



Disponível na HBO MAX.








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