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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | MIDSOMMAR: O MAL NÃO ESPERA A NOITE



Os filmes de terror são uns dos mais polêmicos e que sempre dividem opiniões, garças as variedades de histórias, e pode ser dividido em dois tipos: os mais comerciais e conhecidos pelo grande público, e os mais cults, independentes e que causam certo estranhamento pela maioria das pessoas. Em 2016, o filme A Bruxa foi aclamado pela crítica, mas foi rejeitado pelo grande público, que achou a história sem graça e muitos saíram sem entender. Acontece que o longa da produtora A24, é um filme bem diferente do que estamos acostumados, não tem sustos fáceis, focando mais no terror psicológico, e não entrega tudo tão facilmente para o público.


Um dos diretores promissores nesse gênero de terror mais cult, é o americano Ari Aster, que em 2018, nos trouxe o ótimo e polêmico filme Hereditário, sobre uma família que lida com a perda e o luto. Aclamado pela crítica, e até mais aceito pelo público, o logo firmou o diretor e roteirista em Hollywood, sendo que ele tem só dois filmes no currículo até agora, e alguns curtas. Seu segundo trabalho, e também o segundo pela produtora, é o controverso Midsommar – O Mal Não Espera a Noite, sobre um grupo de amigos que vão participar de um festival de verão na Suécia, em uma comunidade alternativa. No elenco estão Florence Pugh, Will Poulter, Jack Reynor e Vilhelm Blomgren.


Após uma grande perda na sua família, Dani (Florence Pugh) decide ir com seu namorado, Christian (Jack Reynor), e seus amigos, até um festival em uma comunidade na Suécia. Lá, eles conhecem a cultura das pessoas do local, que causam um estranhamento neles, e acabam achando que eles correm risco de vida.


Midsommar é um filme que nos provoca uma onda de sentimentos: medo, tensão, estranhamento, até risadas o diretor consegue tirar da gente. Ari Aster consegue esse mix de sentimentos em uma trama que desperta a curiosidade do espectador, que quer entender o que está a acontecendo, e como essa tal comunidade vive, a cultura deles. É um ambiente bem pacifico, aparentemente, daqueles que muitos queriam ir para esquecer os stress das grandes cidades, que abusa das cores claras, e uma ambientação com muita luz, já que a história se passa sempre durante o dia, no meio de uma natureza belíssima.



O roteiro nos apresenta todo o estilo e vida dessa comunidade, assim como as suas culturas, com rituais duvidosos e estranhos. Essa abordagem é usada durante o longa, onde uma cultura nova pode causar um estranhamento para quem vem de fora, e o que pode ser estranho para nós, mas é perfeitamente natural para eles. E é nessa introdução da cultura do novo lugar que o roteiro da uns tropeços. Quando acontece algo impactante, e são muitos momentos assim, a tensão é cortada ao nos apresentar mais sobre a cultura deles, que não deixa de prender a atenção do público. Vale ressaltar que aqui, são cenas bem gráficas, mas nada de tão apelador ou exagerado.


O filme de Ari Aster aborda o sentimento da perda de um ente querido, as relações, e como a gente reage a tudo isso. A personagem de Florence Pugh é o grande foco da trama, que vê nessa viagem uma oportunidade de esquecer os problemas. A atriz se destaca com sua personagem, lidando com essas ondas de sentimentos de uma forma espetacular, mostrando que ela pode ser uma atriz promissora em Hollywood. Ao mesmo tempo que luta contra a perda, ela tem que salvar o seu relacionamento com o namorado, Christian (Jack Reynor), personagem que não passa nenhuma empatia para o público. Will Poulter, de As Crônicas de Nárnia e Família do Bagulho, também está no elenco, interpretando Mark, que só causa transtorno, e Vilhelm Blomgren, onde seu personagem cresceu nessa comunidade, e convidou seus amigos. Aqui, o roteiro mostra que todos estão ali por alguma razão, e todos fazem parte de algo maior nesse evento; e nada é o que parece ser.


Midsommar é um filme repleto de tensão e mistério, causando um estranhamento no público, que ora vai nos deixar impressionados com as cenas grotescas, e ora vai nos fazer dar risadas com as situações mais bizarras desse estilo de vida da comunidade. Ao mesmo tempo que a região seja linda, e tudo parece estar na maior paz, há uma sensação de claustrofobia, como se os personagens não tivessem como fugir dali. Com certeza vai ser um filme polêmico, que dividirá o público da mesma forma que o filme A Bruxa fez, lá em 2016. O filme de Ari Aster é bem diferente do que estamos acostumados a assistir, e pode causar um certo estranhamento, o mesmo que os personagens sentem ao conhecer a comunidade alternativa. Talvez, essa seja uma grande analogia que o filme faz.





MIDSOMMAR: O MAL NÃO ESPERA A NOITE (MIDSOMMAR)


Ano: 2019

Direção: Ari Aster

Elenco: Florence Pugh, Will Poulter, Jack Reynor e Vilhelm Blomgren



NOTA: 8,0
















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