CRÍTICA | MEGATUBARÃO 2

Lançado em 2018, o primeiro Megatubarão se tornou um enorme sucesso de público, dividiu a crítica, mas trouxe um excelente filme de aventura com situações insanas e muito bom humor – e quem melhor que Jason Stathan para enfrentar um tubarão pré-histórico gigante? -. Cinco anos depois temos Megatubarão 2, sequência que pega tudo o que o original fez de melhor – a “trashzeira” medonha – e faz um filme maior em todos os sentidos possíveis. Na trama, Jonas (Jason Stathan) trabalha em uma estação de pesquisas e sua equipe acaba descobrindo mais Megalodontes, e outras criaturas, escondidos em uma trincheira no fundo do oceano. Claro que essas criaturas vão escapar e causar o caos por onde passarem. Cliff Curtis também retorna para a sequência, e ainda tem no elenco Sienna Guillory, Wu Jing, e Page Kennedy.

Ainda que o primeiro Megatubarão tenha elementos trash e situações absurdas – foi justamente por isso que a produção fez sucesso -, o filme era mais “sério”, ou tentava ser mais sério. Já a continuação não está nem aí para a seriedade e abraça a galhofa de maneira bem divertida e muito boba. Não temos somente um tubarão pré-histórico, e sim três, além de outras criaturas marinhas – um polvo gigante e provavelmente um dinossauro, ou lagarto pré-histórico, que sobrevive tanto na água quanto na superfície terrestre -. Além disso, o humor escrachado, as piadas incansáveis, e até as frases de efeito estão presentes, e são muito mais do que o original. Megatubarão 2 não é um filme para se levar a sério, é tosco e absurdo (tipo Jason Stathan nadando a mais de 7mil km de profundidade sem roupa de mergulho), um filme para quem busca se divertir e rir da excentricidade proposta.

A trama é um pouco mais elaborada, ainda que não faça muito sentido, e tem uma diferença: no filme de 2018, o vilão principal era o Megalodon e o enredo era praticamente o animal subindo para a superfície e causar o caos. Já em Megatubarão 2 os vilões em destaque são os humanos – um grupo de saqueadores terroristas que despejam lixo nos oceanos e que também estão à procura de minerais poderosos, e farão de tudo para conseguir -. Sendo assim, a trama envolve questões ambientais e críticas sociais enquanto as criaturas pré-históricas causam a maior confusão, principalmente quando atacam a “Ilha da Diversão”. O diretor Ben Wheatley cria ótimas sequências de ação, daquelas impossíveis de acontecer, mas que divertem o espectador e que escondem a trama fraca e os absurdos – um polvo gigante no melhor estilo das obras de Julio Verne atacando todo mundo e Stathan dando conta de dois megas sozinho -. Aliados a isso tem os ótimos efeitos especiais, nada de extraordinário, mas bem superior aos filmes trash, como Sharknado, criando um espetáculo visual impressionante.

Jason Stathan retorna ao seu famoso personagem, Jonas, que agora está mais adepto às causas ambientais, além de continuar com seu humor irônico e o jeito protetor, tudo isso para enfrentar os megas sozinho em um jet-ski. Cliff Curtis também retorna como o amigo fiel de Stathan, e a ausência de Li Bingbing, que interpretou o interesse amoroso de Jonas no primeiro filme, é explicada. A nova adição ao elenco é Sienna Guilory, a Jill Valentine de Resident Evil Apocalipse, a líder do grupo de saqueadores. O problema aqui é que os personagens não são nada desenvolvidos, e olha que eles ganham mais atenção do que o primeiro Megatubarão, onde a maioria está ali apenas para virar comida das criaturas. Mas também não dá para se esperar muito de um filme desse gênero.

Megatubarão 2 foi feito para um público específico, aqueles que gostam de uma sessão descompromissada, divertida, que não liga para as situações absurdas e a trama sem nexo – afinal, um filme que tem três tubarões pré-históricos, um polvo gigante e dinossauros não é todo mundo que gosta -. Praticamente é um Sharknado com um orçamento maior, mas não tão absurdo quanto, é repleto de sequências de ação, situações improváveis, e muita confusão. Até o momento dessa crítica, o filme já tinha faturado mais de U$ 250 milhões pelo mundo todo, e com as intenções do diretor em fazer Megatubarão 3, é muito provável que teremos mais um. E que seja mais absurdo e mais trash ainda.