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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | MAXXXINE



Em 2022, X – A Marca da Morte surpreendeu os fãs do terror com um slasher ambientado nos anos 70, e a clara referência ao clássico O Massacre da Serra Elétrica. Dirigido por Ty West, a trama acompanhava um grupo de cineastas que alugaram uma casa na zona rural do Texas para filmar um filme pornográfico, onde são atacados por um serial killer. E o interessante é que a atriz Mia Goth interpretava duas personagens, Maxine, uma estrela dos filmes pornôs, e Pearl, a senhora idosa que morava na casa. Goth, que é neta da atriz brasileira Maria Gladys, se destacou tanto com esses personagens que no ano seguinte estrelou Pearl, a história de origem daquela senhora idosa, ambientado na década de 30.


E para finalizar a sua trilogia, Ty West lança nos cinemas MaXXXine, sequência direta de “X – A Marca da Morte”, que acompanha a história de ascensão da personagem título, que tem com o cenário a antológica Hollywood dos anos 80. Seis anos após o massacre no Texas de “X”, Maxine Minx (Mia Goth) está tentando a sorte em Hollywood, onde quer se livrar do gênero pornográfico e estrelar um “filme de verdade”. Mas o passado da personagem volta para assombrá-la, enquanto um serial killer chamado “Night Stalker” aterroriza Los Angeles, atrapalhando o seu sonho de se tornar uma atriz de verdade. Elizabeth Debicki, Kevin Bacon, Halsey, Michelle Monaghan, Lily Collins e Giancarlo Esposito estão no elenco.


MaXXXine é um filme irregular, há muitos detalhes na trama, muitos personagens, as vezes é um slasher, um filme investigativo, um “Giallo” – filmes italianos de suspense/policial - uma crítica a Hollywood, enfim, todas essas referências são ótimas, mas é muita informação para um filme só. Em MaXXXine, o diretor Ty West praticamente ignora as cenas de nudez e de sexo, elementos muito presentes em X e Pearl, mas até faz sentindo porque a personagem título quer se afastar desse estereotipo de atriz pornô, e afinal de contas, o filme é dela. Além disso, as cenas de assassinato cometidas pelo "Night Stalker" não são tão violentas como se esperava. Mas o ponto forte da produção é a ambientação dos anos 80 e as referências da cultura pop dessa época: as videolocadoras e os VHS, a direção de arte, a ambientação, as cores, até as homenagens aos filmes de slashers que se popularizaram na década de 80, a trilha sonora, os figurinos, é como se tivéssemos realmente assistindo a um filme dessa década.



E apesar de Maxine ganhar o protagonismo todo para ela, a personagem fica muito contida, não parece aquela Maxine brutal e poderosa dos filmes anteriores, tudo acontece ao redor dela, e acaba não se envolvendo tanto. A culpa é do roteiro, não da atriz, até porque, Mia Goth dá um show como Maxine Minx, que está amadurecida e determinada, se tornando uma “final girl” marcante do slasher. Kevin Bacon surge como um detetive corrupto e canalha – tipo de personagem que cai muito bem para ele, no bom sentido -, totalmente caricato, e o jogo de gato e rato com Maxine é ótimo. Elizabeth Debicki também se destaca como a diretora do filme “A Puritana 2”, que está muito a frente do seu tempo e sempre apoiando Maxine, e Giancarlo Esposito, que interpreta o agente da protagonista, que acaba se tornando também um “protetor” para ela. Todos eles ajudam a construir as várias camadas da personagem, só aumentando o protagonismo de Maxine, mas é uma pena que participações como a da cantora Halsey e Lily Collins são pouco aproveitadas.


MaXXXine faz também uma crítica ao conservadorismo em Hollywood, tocando em assuntos como a fama, estrelato, sexismo, e a violência nas ruas da “Cidade dos Anjos”. Além disso, o filme carece um pouco de violência – X e Pearl eram bem mais violentos -, e em surpreender o público com cenas chocantes e as surpresas no roteiro, mas se destaca pela atuação de todo o elenco e pela excelente ambientação dos anos 80, que dá um charme maior para o filme. Para muitos, MaXXXine pode ser um pouco frustrante, tendo em vista a magnitude que a franquia acabou se tornando após o sucesso de Pearl, além de que o trecho final realmente ficou abaixo do esperado em relação aos outros filmes da trilogia, mas apesar de todos esses problemas, é um desfecho digno para Maxine Minx, comprovando que ela é mesmo a “porra de uma estrela” do cinema. Se teremos mais um filme da franquia, não sabemos ainda, porém, seria interessante que a próxima produção de Ty West fosse “A Puritana”.




MAXXXINE


Ano: 2024

Direção: Ty West

Distribuidora: A24/ Universal Pictures

Duração: 104 min

Elenco: Mia Goth, Elizabeth Debicki, Kevin Bacon, Halsey, Michelle Monaghan, Lily Collins e Giancarlo Esposito



NOTA: 8,0



















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