Quando Matrix foi lançado, lá em 1999, ninguém esperava a magnitude do sucesso que se tornaria, em todos os sentidos. Não foi apenas um filme, e sim, marco na história do cinema, mostrando que a nossa realidade é mentira, além de revolucionar os efeitos especiais na época. Todo mundo queria conhecer esse “universo Matrix”, e muita gente queria estar nessa realidade. A produção rendeu uma trilogia, com Matrix Reloaded e Matrix Revolutions, sequências que foram inferiores ao original, mas o público aceitava, porque, era Matrix.
Agora, quase vinte anos depois, Lana Wachowski lança Matrix Resurrections, sem a sua irmã, Lily, na produção, trazendo os personagens mais famosos da franquia, e alguns dos atores, em uma trama completamente nova, mas mantendo o “universo Matrix” que todos conhecemos. Mas será que deu certo? Keanu Reeves e Carrie-Annie Moss retornam aos seus papeis, Neo e Trinity, respectivamente, e as novas adições são Jessica Henwick, Yahya Abdul-Mateen, Jonathan Groff e Neil Patrick Harris.
O grande problema do quarto filme da franquia Matrix, é justamente o seu roteiro arrastado e explicativo demais. Sem muitos spoilers, a trama é, praticamente, Neo e o seu grupo, tentando encontrar Trinity, e traze-la de volta para a Matrix. Lana explica praticamente tudo de novo sobre esse universo, além de novas explicações sobre as várias mudanças que a realidade teve ao longo do tempo. Acredito que a intenção é para introduzir à um novo público, mas a diretora esqueceu que é possível assistir aos outros filmes. Para quem é fã e já conhece a franquia, Matrix 4 é quase que um “fan service”, copiando alguns momentos mais icônicos do primeiro filme, além de várias referências, como as lutas em câmera lenta, as máquinas, os “casulos”, as pílulas, o visual, tudo está lá, agora, com efeitos especiais bem melhores, graças a tecnologia atual, deixando tudo mais realista ainda. Um detalhe que torna a produção mais interessante, é por inserirem cenas dos filmes clássicos como um elemento importante na trama, que tem um propósito.
Provando que são a alma de Matrix, Keanu Reeves e Carrie-Anne Moss retornam aos seus papeis de sucesso, Neo e Trinity, e é incrível como eles conseguem reviver a mesma química de quase vinte anos atrás. Tanto é que, a trama principal, envolve eles, além de serem o centro das atenções por onde vão. Eles demoram para se juntar nas lutas, mas quando isso acontece, a nostalgia se completa. Sem Lawrence Fishburne interpretando Morpheus, agora, Yahya Abdul-Mateen ficou encarregado de reviver o personagem, fazendo jus ao Morpheus original, em uma mistura de carisma e mistério. Outro personagem que retorna, mas com outro ator, é o agente Smith, que antes era interpretado por Hugo Weaving, agora é a vez de Jonathan Groff de dar vida ao agente. Dos personagens novos, se destacam Bugs (Jessica Henwick), integrante do grupo de Neo, e o terapeuta, interpretado por Neil Patrick Harris, personagem divertido e muito importante para a trama.
Matrix Resurrections vale mais pela nostalgia de rever um capítulo da franquia nos cinemas, com as várias referências, mas como um novo filme, deixa a desejar. Mantém o universo Matrix de uma forma que empolgará os fãs, trazendo os personagens mais queridos, ou não, de volta, mas tem uma trama arrastada e cansativa, desgastando o espectador, ainda mais com os diálogos confusos e explicativos demais. Pontos para os efeitos especiais e as empolgantes sequências de ação, porém, não é o suficiente para se sustentar. Mas é legal a forma como Lana consegue expandir ainda mais o universo, com novas possibilidades para fazer mais filmes dessa franquia que marcou o cinema. Pena que o tão esperado, ou não, retorno à Matrix, não tenha sido tão bom assim.
MATRIX RESSURRECTIONS
Ano: 2021
Direção: Lana Wachowski
Elenco: Keanu Reeves, Carrie-Annie Moss, essica Henwick, Yahya Abdul-Mateen, Jonathan Groff e Neil Patrick Harris
NOTA: 6,5
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