top of page
Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | MARIA E JOÃO: O CONTO DAS BRUXAS



Os contos de fadas fazem parte das nossas vidas desde crianças, em forma de desenhos e animações, sempre com uma lição de moral ou algum ensinamento sobre a realidade. Quando crescemos, percebemos que todo conto de fadas tem um pé em algum elemento de horror, e Hollywood sempre soube aproveitar isso, trazendo releituras em versões sombrias desses contos. Eis que chega uma nova versão do clássico João e Maria, onde dois irmãos encontram uma casa na floresta que vive uma bruxa, e ela os alimenta até ficarem gordinhos para come-los. Oz Perkins dirige essa nova versão, que puxa mais para o lado artístico do horror, do que o comercial, e tem no elenco Sophia Lillis, Jessica de Gouw, Alice Krige e Samuel Leakey.


O enredo é basicamente o mesmo, dois irmãos, Maria (Sophia Lillis) e João (Samuel Leakey) fogem para a floresta, e acabam encontrando uma casa onde mora uma estranha senhora, que os abriga e os alimenta. Em troca do abrigo, os irmãos a ajudam a cuidar da casa, e Maria acaba descobrindo segredos sombrios dela.


Diferente do que muita gente está acostumada, Maria e João – O Conto das Bruxas (sim, a ordem dos nomes é trocada de propósito), não segue a linha dos filmes de terror mais comerciais, com sustos fáceis e sangue em abundância para impressionar o espectador. Há uma pegada mais cult, um terror folclórico, seguindo a linha do filme A Bruxa, de 2016, e trazendo elementos mais sobrenaturais. O maior destaque da produção é a direção de arte, o visual do filme, com cenários mais góticos e imagens mais profanas e assustadoras, embaladas com uma trilha sonora a base de sintetizadores.



Diferente do conto infantil, Maria e João não fala sobre uma tragédia infantil, e sim, sobre a jornada de autoconhecimento da protagonista, e por isso, o nome de “Maria” aparece primeiro. Sophia Lillis, a Beverly de IT – A Coisa, interpreta a protagonista, carregando todo o peso e fardo da personagem com maestria, onde ela tem que amadurecer e cuidar do seu irmão e, ao mesmo tempo, aceitar a sua nova condição de vida recém descoberta. Alice Krige, que interpreta a bruxa na versão idosa, também ganha um grande destaque, ainda mais quando contracena com Lillis. E apesar de ser extremamente fofo, o João do jovem ator Samuel Leakey não se sobressai muito, não pela sua atuação, mas sim porque o filme é de Sophia Lillis e sua Maria.


Talvez, o maior problema seja que essa releitura foca mais nos cenários deslumbrantes do que na história em si, já que em muitos momentos, a trama fica arrastada demais, mas não menos interessante. Bruxarias e folclore aparecem em peso no filme, que talvez não agrade o grande público pelo mesmo motivo que filmes como A Bruxa sofreu: não ser um terror mais comercial e com sustos fáceis. Não é um filme maravilhoso, mas é belo, sutil e assustador, e funciona perfeitamente como um terror psicológico.





MARIA E JOÃO: O CONTO DAS BRUXAS (GRETEL & HANSEL)


Ano: 2020

Direção: Oz Perkins

Elenco: Sophia Lillis, Jessica de Gouw, Alice Krige e Samuel Leakey



NOTA: 8,0















0 visualização0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments

Rated 0 out of 5 stars.
No ratings yet

Add a rating
bottom of page