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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | MAMA


Quando vemos o nome do cineasta mexicano Guilhermo Del Toro em produções de terror sobrenatural, uma coisa é certa: um ótimo filme está por vir. A Espinha do Diabo, O Labirinto do Fauno, O Orfanato e Não Tenha Medo do Escuro, são exemplos de filmes em que Guilhermo dirigiu ou produziu; e todos tem em comum, um tom mais fantasioso, não se limitando apenas ao puro e simples terror. O novo filme desse gênero, que agora Del Toro é apenas produtor, é Mama, dirigido e escrito pelo novato cineasta argentino Andy Muschietti. No elenco estão Jessica Chainstain, Nikolaj Coster-Waldau, Megan Charpenter e Isabelle Nelisse.


Annabell (Chainstain) e Lucas (Nikolaj) são um casal que estão com problemas financeiros, até que são notificados do paradeiro de suas duas sobrinhas, desaparecidas há cinco anos, depois que o irmão de Lucas fugiu com elas. Elas são encontradas em terrível estado, perturbadas psicologicamente, já que ficaram todo esse tempo em uma casa abandonada com um espirito que elas chamam de Mama. Ao se mudarem com o seu tio e sua namorada, elas descobrem que Mama as acompanhou, e começa a atormentar a todos que tentam tirara-las de seus cuidados.


Mama é baseado em um curta de apenas três minutos, criado pelo próprio Muschietti, mas o foi o suficiente para que o cineasta mexicano ficasse fascinado e decidisse fazer um longa. O filme realmente assusta e impressiona em algumas de suas sequências com a aparição da Mama, tem alguns sustos, previsíveis, mas que funcionam e divertem. Logo no início, vemos a famosa frase “Era uma vez...”, típica em contos de fadas, e com o visual da neve, da floresta e da casa, já se percebe que é um terror diferente, um pouco gótico, por assim dizer. Os cenários também ajudam a dar aquela tensão básica, criando um ambiente assustador, e nos preparando para os sustos, pincipalmente na casa abandonada que as crianças ficam. Muschietti foi esperto em mostrar vários cômodos da casa, no mesmo ângulo da câmera, onde, na mesma cena, vemos a personagem arrumando o armário em um quarto, e no outro, uma situação assustadora.



Apesar do filme ter ares de uma fábula assustadora, Mama segue a linha de filmes sobrenaturais, mas com poucos clichês. E, desde o início, já mostra para o que veio. O roteiro não perde tempo, e já começa com uma certa tensão, nos introduz a história, e a figura fantasmagórica, sem a mostrar direito. Mais adiante, segue no estilo investigação, sobre a história de Mama, ao mesmo tempo que ela se torna ameaçadora.


O problema é que não aprofundaram a história de alguns personagens, como o pai das meninas, e o casal de protagonistas. Nikolaj Coster-Waldau e Jéssica Chainstain interpretam o casal que acaba adotando as crianças. Lucas é tio das meninas, e luta na justiça para ter a guarda definitiva delas, fato que durante o longa não é mais mostrado. Annabell é a namorada de Lucas, e passa a maior parte do tempo com as meninas sendo perseguida pelo fantasma. O destaque maior é para as irmãs, Victoria (Megan Charpenter) e Lilly (Isabelle Nelisse), que roubam as cenas, tanto pela doçura e maturidade das personagens, principalmente da Victoria, quanto pelas suas atuações. A irmã menor, Lilly, consegue ser mais assustadora que o próprio fantasma, com seus movimentos selvagens adquiridos no tempo que ficou sozinha com a irmã na casa abandonada.


Mama, como carinhosamente as meninas chamam a figura fantasmagórica, é a que mais tem sua história aprofundada, explicando o motivo de ser tão apegada as meninas. Coube ao ator Javier Botet, sim, um homem alto e magro, para dar vida ao fantasma. O CGI ficou muito artificial, o que tira um pouco o tom assustador da criatura, mas ainda dá um certo pavor.


Com cenas bem interessantes e situações tensas, Mama é uma ótima fábula de terror sobrenatural, bem construída e com um final bem diferente dos filmes de terror, que deixará o espectador mais sensível, bem emocionado.







MAMA


Ano: 2013

Direção: Andy Muschietti

Elenco: Jessica Chainstain, Nikolaj Coster-Waldau, Megan Charpenter e Isabelle Nelisse.



NOTA: 8,5












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