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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | MALIGNO



James Wan é um nome de sucesso garantido, e a maioria dos seus filmes, seja como diretor ou produtor, são muito relevantes para o cinema. Wan dirigiu o primeiro Jogos Mortais, lá em 2004, e Sobrenatural Capitulo 1 e 2, onde o auge de sua carreira veio com os dois primeiros Invocação do Mal. Depois de se aventurar na ação (Velozes e Furiosos 7), e no universo da DC (Aquaman), o diretor retorna ao seu gênero preferido, com Maligno. Absurdo, insano e imprevisível, a produção pega elementos de vários subgêneros, mas como já foi confirmado pelo próprio diretor, sua maior inspiração são os filmes italianos “Giallos”. Para quem não está familiarizado, Giallo é um subgênero presente nos filmes italianos de horror dos anos 60 e 70, que basicamente são tramas sobre uma investigação com situações macabras e trash, os famosos “filmes B”. E é por aí que o diretor James Wan segue.


Sem dar muitos spoilers, vou apenas falar sore o básico da trama, nada que você já não tenha visto em trailers, ou em outras sinopses. Madison (Annabelle Wallis) começa a ter visões de uma entidade misteriosa que mata algumas pessoas. Ela, então, decide investigar o que está acontecendo, descobrindo coisas do seu passado que já tinha esquecido.


Maligno é o filme mais diferente de Wan, e com certeza, um dos melhores e mais absurdos filmes de terror dos últimos anos. A produção tem seus altos e baixos no roteiro: as vezes é bom, outras vezes fica ruim, e na maioria do tempo, tudo fica confuso, com muita informação; a edição tem um pouco de culpa nisso. Também, as vezes flerta com o sobrenatural, outras vezes, parece que não é, mas também parece ser um terror psicológico, daí, vem a trama policial, tudo misturado, causando uma certa confusão, e é essa a ideia, o que não estraga o divertimento. O desenvolvimento dos personagens deixa um pouco a desejar. Mesmo que o enredo resolva investigar o passado de alguns deles, não é o suficiente para que o público crie um vínculo, e consequentemente, quando algo acontece, mesmo com o drama de Madison, que fica mais interessante quando a entidade maligna está envolvida.



Maligno é, praticamente, um filme B (produções de baixos orçamento, e por isso é chamado de “trash”), ainda mais que sua principal inspiração são os filmes de horror italianos dos anos 60 e 70. Sabendo disso, espere por muita violência, sangue, cenas moderadamente gráficas, e um monte de mortes, muitas mesmos, já que o vilão é um serial killer, independente de ser algo sobrenatural, ou não. A tal entidade é bem assustadora, visualmente, aos poucos vamos descobrindo o que é, e os segredos vão sendo revelados.


A trama de Maligno é repleta de segredos, vai se desenvolvendo aos poucos, e os mistérios vão se resolvendo. A revelação sobre a entidade, é o ponto alto da produção, e é aquela coisa: ou você vai gostar, ou vai odiar. O filme pode parecer estranho, e até ruim, mas quando chega nessa parte, a sua visão sobre tudo que aconteceu, vai mudar. É insano, absurdo, trash, impressionante, violento, macabro, e sanguinário, uma bela homenagem aos filmes B. E depois, ainda acontece muita coisa.


Maligno é, com certeza, um dos filmes mais interessantes e originais que estrearam nos últimos anos, misturando vários subgêneros do terror, onde se destacam o gore, o slasher e o trash, em uma trama repleta de reviravoltas surpreendentes que te deixará impactado. James Wan faz um terror intrigante, onde o espectador cria várias teorias sobre o que está acontecendo, e ainda te surpreende com a revelação. Maligno pode ser fantasioso, ridículo, e com certeza dividirá opiniões, mas claramente se destaca entre os filmes do gênero lançados nesses últimos anos.




MALIGNO (MALIGNANT)


Ano: 2021

Direção: James Wan

Elenco: Annabelle Wallis, Maddie Hasson, George Young, Michole Briana White, Jake Abel e Indgrid Bisu.



NOTA: 9,0




Disponível na HBO MAX











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