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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | MAGGIE: A TRANSFORMAÇÃO


Os zumbis entraram com força na cultura pop atual, impulsionado pelos filmes da série Resident Evil; o primeiro foi lançado em 2002. Esse subgênero não se limitou apenas no horror, como Madrugada dos Mortos, Extermínio e REC, mas também em comédias como Todo Mundo Quase Morto e Zumbilândia, além de romance, com Meu Namorado é Um Zumbi, e a famosa série The Walking Dead, um dos maiores sucessos da TV. Chega agora Maggie - A Transformação, um "drama zumbi" que mostra os últimos momentos de uma garota que foi infectada e que terá o trágico destino, bastante elogiado em festivais onde passou. Para surpresa de todos, o principal nome do elenco é o astro dos filmes de ação Arnold Schwarzenegger, e ainda no elenco estão Abigail Breslin e Joely Richardson.


O mundo foi devastado por uma epidemia que transforma as pessoas em zumbis, mas a população mundial continua seguindo com suas vidas e convivendo com os infectados. Maggie Vogel (Abgail Breslin) foi mordida por um deles e o seu destino vai ser se transformar em um zumbi. Os infectados são levados pra uma quarentena, onde passarão seus últimos momentos de vida, mas Wade (Arnold Schwarzenegger) não quer deixar sua filha e decide cuidar dela em sua fazenda, até a sua transformação final.


A premissa de Maggie - A Transformação é ótima e bem assustadora: a pessoa que você ama muito está infectado por um vírus e você tem que escolher entre deixa-la para uma quarentena ou ficar com ela e acompanhar os últimos momentos de sua vida. Maggie é filme triste, com uma carga emocional pesada e um clima de desesperança por causa do destino da personagem de Abgail Breslin, já que ela irá se transformar em um zumbi. O tom apocalíptico do filme é ótimo, sem exageros, e apesar de ser um pouco lento, o longa prende a sua atenção com o tema proposto. É possível perceber alguma semelhança, principalmente na história, com outros filmes de crianças com doenças terminais, como A Culpa é Das Estrelas e Uma Prova de Amor, mas em Maggie, os detalhes são direcionados ao universo dos zumbis: ela pode a qualquer momento atacar alguém e se transformar, além de apresentar os sintomas típicos de zumbis, se tornando uma ameaça para todos que convivem com ela.



Vale lembrar que em nenhum momento no filme é mencionado a palavra zumbi, mas está bem claro que os infectados se tornarão um. Por ser um drama, não espere cenas de horror com muito sangue, carnificina e correria, mesmo sendo de zumbis, pois o foco da história é o pai, a garotinha Maggie e sua inevitável transformação. É interessante também ver o preconceito que as pessoas tem com os infectados, que já se sentem excluídos da sociedade e ainda tem que ouvir piadinhas e manter distância de todos.


O grande destaque do filme é a atuação de Abigail Breslin e Arnold Schwarzenegger, que conseguem passar todo o sofrimento dos personagens. Não existe nenhuma salvação para Maggie, a não ser esperar o trágico destino, e apesar de seus momentos de tristeza, ela sempre busca a felicidade para si mesma, e a atriz convence totalmente; desde Pequena Miss Sunshine, Abigail Breslin conquistou o público e sempre surpreendeu (lembrando que ela é a filha do personagem de Mel Gibson em Sinais, de 2002, dirigido por M. Night Shyamalan). Há um belo trabalho de maquiagem na atriz, passando mais realismo em sua transformação. Uma cena que merece estaque aqui é quando Maggie sai com seus amigos, uma das mais bonitas, tristes e comoventes cenas do longa, mostrando muito bem a proposta dramática do filme. A escalação de Arnold Schwarzenegger para interpretar o pai de Maggie, não foi um erro como estão falando, mas confesso que é estranho ver o astro dos filmes de ação em um drama. E ainda senti ele meio deslocado em algumas cenas, algo como "estou no filme errado", mas o ator austríaco-americano surpreendeu bastante, e nos mostra um pai que fará de tudo para ajudar a filha, e passar os últimos momentos ao lado dela. Vemos no olhar dele que está cansado e fragilizado, e o jeito mais sério dele ajuda bastante na formação do personagem, que precisa ser forte e firme com a situação.



A personagem de Joely Richardson, a madrasta também se destaca, que fica com medo de ter Maggie em sua casa devido a sua condição. Mas o clima de tensão que poderia ter, entre ela ficar dividida entre o marido e a filha dele, acontece de forma muito superficial, que poderia ter sido mais trabalhado para dar uma emoção maior no filme. Sua personagem, Caroline, acaba se tornando somente uma mulher individualista que se sente ameaçada pela garota.


Faltou um pouco mais de drama sobre a situação de Maggie, além de que a cena final deixou um ar de "queria mais", acabando de repente e poderia ter sido mais emocionante, mas ainda assim terminou de uma forma triste e perfeita para a sua proposta, que tocará profundamente nos nossos sentimentos. Maggie - A Transformação é uma das grandes surpresas do ano, um ótimo drama, e bem diferente também, com um clima pesado de tristeza e uma fotografia excelente, impossível de não se emocionar, nem que seja um pouco só.






MAGGIE: A TRANSFORMAÇÃO (MAGGIE)


Ano: 2015

Direção: Henry Robson

Elenco: Arnold Schwarzenegger, Abigail Breslin e Joely Richardson.



NOTA: 8,0













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