A natureza sempre foi uma grande antagonista no cinema, seja na floresta, montanhas, no gelo, ou no mar, palco de ótimos filmes, como No Limite (1997), estrelado por Anthony Hopkins e Alec Baldwin, O Rio Selvagem (1994), com Meryl Streep e Kevin Bacon, e Evereste (2015), com Jake Gyllenhaal e Jason Clarke. Lançado em 2000, Limite Vertical mostrava a história de uma missão de resgate na montanha K2, considerada a mais perigosa para escalar, em uma produção tensa e repleta de ação. Dirigido por Martin Campbell, de 007 – Contra Goldeneye, A Máscara do Zorro, e Cassino Royale, Limite Vertical é estrelado por Chris O’Donnell, Robin Tuney, Bill Paxton, Scott Glenn e Bem Meldensonh.
O milionário Ellioth Vaughn (Bill Paxton) organizou uma expedição para escalar a montanha K2, junto com Annie Garret (Robin Tuney), mas tudo da errado quando eles são atingindo por uma avalanche, e acabam preso em uma caverna de gelo. Peter Garret (Chris O’Donnel), irmão de Annie, decide organizar um resgate para encontrar o outro grupo e traze-los de volta à salvos.
Limite Vertical é um filme de ação e aventura, e nada mais, sem se preocupar muito em parecer verossímil, ter alguma noção da realidade, ou ser coerente, e sim, entreter. Abordando a coragem, sobrevivência, e um conflito familiar envolvendo perda, básico do gênero, a produção é bastante previsível, com personagens e situações clichês, típicas de filmes que envolva sobrevivência. O roteiro em geral, e os dramas dos personagens, não são os pontos fortes do filme de Martin Campbell, e sim, as sequencias de ação, quando os personagens começam a escalar a montanha, enfrentando ventos, frio, neve, avalanches, e problemas de saúde, como edema pulmonar, entre outros. Com um bom orçamento de U$ 75 milhões, os produtores conseguiram fazer um trabalho digno de filmes de ação, com cenas tensas e alguns momentos de suspense, além dos belos cenários da montanha K2.
Limite Vertical tem personagens bem clichês, típicos do gênero: os irmãos que não se falam por causa de um trauma do passado, o milionário bandido, o personagem que busca vingança, os comediantes, e por aí vai. Chris O’Donnell não convence muito como Peter, um alpinista sensível, honesto, e só se sai bem quando está escalando, e Robin Tuney parece estar amargurada o tempo todo, mas tem motivos para ficar assim. Bill Paxton, que faleceu em 2017, interpreta o milionário Vaughn, que se revela um canalha, e desonesto aspirante a alpinista, e Scott Glenn é Montgomery Wick, um aposentado alpinista que procura o corpo de sua mulher na montanha K2. O alívio cômico é dos irmãos Malcolm e Cyril, irritantes com suas piadas, mas mesmo assim, acabam nos divertindo, e ainda completam o elenco, a enfermeira Monique (Izabella Scorupco), sempre de mal humor, e o religioso Kareen, que também está procurando seu irmão, desaparecido junto com a primeira equipe.
Com algumas situações absurdas que fogem da realidade, e de algumas leis da física, Limite Vertical é pura nitroglicerina, com ótimas sequencias de ação, situações tensas, e um ritmo ágil que fisga o espectador na trama, não pelo roteiro, mas sim pela aventura. É previsível, com personagens clichês, e algumas lições de moral, e fica a dica para não desafiar a natureza: se tem uma tempestade vindo, e você está em um lugar inóspito, não continue seu passeio. E claro, um dia, a verdade vem à tona. No mais, a produção de Martin Campbell é pura diversão e aventura, nada mais do que isso.
LIMITE VERTICAL (VERTICAL LIMIT)
Ano: 2000
Direção: Martin Campbell
Elenco: Chris O’Donnell, Robin Tuney, Bill Paxton, Scott Glenn e Bem Meldensonh.
NOTA: 8,0
Disponível na STAR +.
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