Na maioria das vezes, os filmes do Universo Cinematográfico da DC não se saem bem nos cinemas, sempre apresentando uma história confusa, e com um tom mais “sombrio”, característico desse universo desde a estreia de Henry Cavil como Super Homem, em O Homem de Aço, de 2013. Batman vs Superman dividiu o público e foi muito criticado, e Esquadrão Suicida foi um fracasso total em todos os sentidos. Depois, veio o filme solo da Mulher Maravilha, que deu um animo na DC, e se transformou em um fenômeno mundial, onde o tom sombrio típico deu uma amenizada. O próximo passo do universo compartilhado da DC é A Liga da Justiça, que já havia sendo planejado desde Batman vs Superman, e reúne os grandes heróis (não todos) da DC para enfrentar um vilão que quer destruir o mundo: Batman, o falecido Superman, Mulher Maravilha, Aquaman, Flash e Cyborg. Dirigido por Zack Snyder, no elenco estão Ben Affleck, Gal Gadot, Henry Cavil, Jason Momoa, Ezra Miller, Ray Fisher, Amy Adams, J. K. Simons e Diane Lane.
Na história, os cidadãos de Metrópole sofrem com os danos causados pelos eventos de Batman vs Superman, culminando na morte do Homem de Aço. Uma criatura da raça dos Novos Deuses, o Lobo da Estepe, chega na Terra liderando um exército de “Parademonios”, com a intenção de roubar as três caixas maternas guardadas na Terra, uma na ilha das Amazonas, outra nos reinos de Atlântida, e a terceira em algum lugar secreto na Terra, para destruir o planeta. Batman (Ben Affleck) já havia recrutado Diana Prince, a Mulher Maravilha (Gal Gadot), mas com o Superman (Henry Cavil) morto, o homem morcego decide recrutar outros jovens com superpoderes para lutarem juntos: Aquaman (Jason Momoa), Flash (Ezra Miller) e Cyborg (Ray Fisher).
A principal mudança de Liga da justiça em relação aos outros filmes da DC, é a visível mudança de clima: o tom mais dramático, sombrio, cenários sem cores e sem vida, dão espaço para um filme mais “colorido”, com um ritmo mais de aventura, investindo no humor, se tornando mais leve e divertido. Um grande acerto da Warner/DC, já que esse clima mais sombrio estava gerando duras críticas, e a escolha por cenários mais claros ajudou a dar uma visível melhora nos efeitos especiais. Mas, novamente, o roteiro e o seu desenvolvimento ainda precisam ser trabalhados: os novos heróis são rapidamente apresentados, o vilão aparece do nada, a história é muito simples, e tudo acontece muito fácil. O filme de Snyder tem em torno de duas horas, e uns quinze minutos a mais não faria muito a diferença, levando em consideração a longa duração de Batman vs Superman, quase três horas, e seria bom para desenvolver melhor a trama.
Mas vamos falar de mais acertos de A Liga da Justiça. O elenco principal de heróis está em perfeita sintonia, e ao lutarem juntos, isso fica mais claro, e aqui, o público consegue criar simpatia por eles, fato que quase nunca acontecia. O Batman está mais engraçado, sim, realmente está, e o Superman está mais simpático, amigável, sim, é verdade. Ben Affleck não é bom em comédias, e muito menos Henry Cavil, apesar de sua simpatia, mas eles se saem muito bem nessa, e muito bem vinda, mudança. Apesar de não ter sido muito explorado, é interessante ver a reaproximação dos dois heróis, vistos que eles já se enfrentaram. Gal Gadot já havia participado de Batman vs Superman, e já protagonizou seu filme solo, e aqui, ela continua esbanjando carisma, e isso se intensifica quando ela luta ao lado dos seus companheiros, mostrando que a atriz nasceu para a personagem.
Dos novos heróis, temos Aquaman, interpretado por James Momoa, que terá um filme solo em 2018, e em Liga da Justiça, ele surpreende no seu tom mais cômico e fanfarrão. Ezra Miller ficou encarregado de viver o Flash, notável alivio cômico, onde o ator traz uma grande simpatia ao personagem, fazendo com que o espectador querer ser amigo do herói, que vive reclamando que não tem nenhum. Seu entusiasmo em fazer parte da equipe é sensacional, e ele se torna um dos heróis mais simpáticos da DC. E por fim, o último herói novo da equipe é Cyborg (Ray Fisher), mais retraído do que os outros, focando apenas na missão. E por fim, chegamos no vilão, o Lobo da Espete, um dos maiores inimigos da Liga da Justiça. E aqui, novamente, mais um erro da DC, ao mostrar um vilão nada ameaçador, que consegue as coisas facilmente, sem um arco dramático e nenhum indicio de sua origem.
Os efeitos especiais sempre foram um grande problema nos filmes da DC, muito parecidos com videogames, e eu, particularmente, nunca gostei e sempre achei meio falsos. Em A Liga da Justiça, isso deu uma grande melhorada, já que tivemos cenários mais claros, e isso se deve ao fato da bem vinda presença de Joss Whedon, que tem no seu currículo alguns filmes da Marvel. As batalhas não são memoráveis, e as cenas de ação continuam um pouco confusas, mas sim, tiveram uma notável melhora, e o filme consegue divertir e se sobressair dos demais filmes da DC; mas não melhor que o filme da Mulher Maravilha.
No fim, temos que reconhecer e dar parabéns para a DC, que viu os erros de seus filmes anteriores e decidiu repara-los, e assim, seguir por esse caminho. Talvez, o problema da DC seja em reunir os seus heróis, visto que Mulher Maravilha se saiu super bem em todos os sentidos, enquanto Batman vs Superman e Esquadrão Suicida, não deram muito certo, especialmente o segundo. Resta saber se a próxima produção da DC, o filme solo de Aquaman, terá os mesmos resultados que o filme da Diana teve. Liga da Justiça não é grandioso, e nem o melhor filme da DC, mas é a luz no fim do túnel para o estúdio. Com de costume, tem duas cenas pós créditos, onde a primeira, mais divertida e vista em vários momentos nas HQ’s, e o segundo, lá no final dos créditos, uma muito importante, que dirá os próximos filmes da DC, ainda que nada tenha sido revelado. Agora, a expectativa melhorou.
LIGA DA JUSTIÇA (JUSTICE LEAGUE)
Ano: 2017
Direção: Zack Snyder
Elenco: Ben Affleck, Gal Gadot, Henry Cavil, Jason Momoa, Ezra Miller, Ray Fisher, Amy Adams, J. K. Simons e Diane Lane
NOTA: 8,0
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