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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | JURASSIC WORLD: REINO AMEAÇADO



Em 2015, a Universal Estúdios e o diretor Colin Trevorow, decidiram resgatar uma das maiores franquias do cinema: Jurassic Park. O resultado foi o nostálgico Jurassic World – O Mundo dos Dinossauros, repletos de efeitos em CGI, bastante criticado, mas que trazia toda a magia e a lembrança dos bons momentos quando a franquia estava em alta, e deixando uma brecha para uma continuação. Três anos depois, eis que temos o grandioso Jurassic World – Reino Ameaçado, o capitulo mais diferente de toda a franquia, levando a um rumo bastante inusitado. Dirigido por J. A Bayona, no elenco retornam Chris Pratt, Bryce Dallas Howard, e B. D. Wong; e as novas adições no elenco são James Cromwell, Justice Smith, Rafe Spall e Daniella Pineda.


Após o incidente nos eventos do primeiro filme, a ilha nublar foi abandonada, e os dinossauros foram deixados sozinhos. Anos depois, o vulcão adormecido da ilha entrou em erupção, ameaçando a existência dos animais, causando uma enorme comoção para salva-los. Liderados por um empresário milionário, uma corporação é enviada à ilha para resgatar alguns dinossauros, mas a empresa acaba tendo outros motivos para tirar os animais da ilha.


Reino Ameaçado tem duas partes bem distintas no enredo, quase como se fosse dois filmes dos dinossauros em um. J. A. Bayona dirigiu O Orfanato, de 2007, além de produzir outros filmes de terror, e esse é o tom que diferencia a produção. A primeira parte, tem elementos de um filme de aventura, e com toda a esquemática dos outros filmes da franquia que todos adoram: a história se passa na ilha, com muita ação, muitos dinossauros e muita nostalgia, repleto de efeitos especiais e grandiosas sequencias com os animais. A segunda parte, remete bastante a O Mundo Perdido, quando a corporação, que não era mais comandada por Hammond, trouxe o T-Rex para a cidade San Diego. Aqui, a ação leva os dinossauros para uma mansão no meio de uma floresta, lembrando muito os filmes de terror do diretor: estilo medieval, janelas enormes, cenários escuros, com muito suspense e tensão. Mesmo com essa notável diferença, Bayona consegue manter a atenção do público a esse novo ambiente, e novo tipo de ação.



Chris Pratt retorna para o papel de Owen, divertido, ainda mais chato do que no filme anterior, e Bryce Dallas Howard também repete a personagem Claire, cativante e autêntica, que agora está mais na vibe “protetora dos animais”, uma brusca mudança de comportamento em relação ao filme anterior. Para a sorte deles, e a nossa, a química entre dos dois ainda convence, mesmo com as trocas infantis de ofensas que os deixam bastante irritantes. Justice Smith é o alivio cômico da produção, um personagem que sempre está no lugar e na hora errada, e muita vezes soa exagerado. Rafe Spall é o vilão da vez, interpretando o ardiloso Mils, que tem outros planos para os dinossauros, e com um arco dramático envolvendo o personagem de James Crowell e a pequena Isabella Sermon, que interpreta a fofa e inteligente aspiradora a paleontologista Maisie. Ela tem um segredo bastante curioso revelado, nada que importará para esse segundo capítulo, e sim para o próximo. Tem ainda, uma pequena, mas importante, participação de Jeff Goldblum, interpretando seu icônico Ian Malcoln, e B.D. Wong, também do primeiro Jurassic Park, que tem um papel com mais destaque, assim como no filme anterior.


A trama deixa de lado os problemas familiares, tornando-a mais séria e com um toque mais ativista, por causa da enorme campanha para salvar os dinossauros, e o real motivo para a corporação fazer isso. E ainda, para fazer os fãs da franquia, especialmente do primeiro Jurassic Park, cair nas lágrimas, há uma cena, envolvendo um certo dinossauro, de partir o coração, um verdadeiro soco no estomago que o diretor prepara para a gente, quase que impossível de não se emocionar.


Bayona consegue equilibrar o terror e aventura, criando sequencias de ação empolgantes e grandiosas, com excelentes efeitos especiais. E mesmo a ação saindo da ilha, e acontecendo em uma mansão gigantesca, a produção não deixa de divertir o público, criando ainda mais suspense e terror, levando o filme a um outro nível jamais visto franquia. Jurassic World – Reino Ameaçado é um empolgante e sombrio capítulo, bem diferente da dinâmica que estamos acostumados a ver, que deixa de lado a nostalgia para agora, focar no futuro da produção, e termina de uma forma que levará a franquia a um outro nível que redefinirá tudo que já vimos até hoje. Se quiser esperar até o final dos créditos, há uma cena, curta e nada demais, mas que mostrará o rumo que a franquia Jurassic Park tomará. É inusitado, mas todos estamos curiosos para descobrir como vai ser o futuro, até porque, é como Ian Malcoln diz: “... é o mundo dos dinossauros”.





JURASSIC WORLD: REINO AMEAÇADO (JURASSIC WORLD: FALLEN KINGDOM)


Ano: 2018

Direção: J. A. Bayona

Elenco: Chris Pratt, Bryce Dallas Howard, B. D. Wong, James Cromwell, Justice Smith, Rafe Spall e Daniella Pineda



NOTA: 9,0



















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