CRÍTICA | JURASSIC WORLD: O MUNDO DOS DINOSSAUROS

Atualizado: 23 de mar. de 2022

Em 1993, Jurassic Park mudou a história dos efeitos especiais e se tornou um sucesso mundial, além de ter trazido de volta a paixão das pessoas pelos dinossauros. O filme ganhou duas continuações, O Mundo Perdido e Jurassic Park 3, que foram inferiores ao original, principalmente o terceiro, e depois, os dinossauros sumiram do cinema. Catorze anos depois de JP 3, e vinte e dois anos depois do original, os dinossauros voltaram com tudo para os cinemas, com Jurassic World - O Mundo dos Dinossauros (Jurassic World, 2015), que é uma sequência direta dos eventos do filme de 1993, e que leva a série a um novo rumo, além de dar uma repaginada. Jurassic World nos leva para a ilha nublar, a do primeiro filme, onde finalmente o parque foi aberto ao público, com inúmeras atrações e recebendo visitantes do mundo todo. O filme é dirigido pelo novato Colin Trevorow, e tem no elenco Chris Pratt, Bryce Dallas Howard, B.D. Wong, Nick Robinson e Ty Simpkins.

O parque dos dinossauros finalmente está aberto ao público, exatamente como John Hammond sonhou, e agora é chamado de O Mundo dos Dinossauros. O parque tem inúmeras atrações e recebe milhares de visitantes por ano, e para manter o sucesso, a equipe de cientistas do Jurassic World criou um novo dinossauro, chamado de Indominus Rex. O novo parque é administrado por Claire (Bryce Dallas Howard), que convida os seus dois sobrinhos Zach (Nick Robinson) e Gray (Ty Sympkins) para passarem o final de semana. Mas o que seria um belo passeio no parque, se torna uma aventura aterrorizante quando a maior ameaça do parque escapa, colocando em risco todos os visitantes, e com isso, Claire chama o treinador de Velociraptors, Owen (Chris Pratt), para controlar a situação.

Jurassic World é bem diferente de toda a série, e além de dar uma nova repaginada na franquia pré-histórica dos dinossauros, presta uma bela homenagem ao original, que vão desde situações até lugares já visitados. O filme tem muito mais ação, efeitos especiais, mais cenas com dinossauros, e o uso de armas para mata-los, e todas as atrações do parque são completamente diferentes, com muita tecnologia avançada, fato que poderá deixar os fãs um pouco indiferentes, já que tudo era mais simples no primeiro filme. Mas nada disso estraga O Mundo dos Dinossauros, e ainda deixa o espectador deslumbrado com os cenários e as atrações, nos fazendo sentir como se estivéssemos lá no parque mesmo. Michael Gianchino é o responsável pela trilha sonora de Jurassic World, e ele ainda presenteou os fãs colocando os temas principais de Jurassic Park, compostas por John Williams, aumentando ainda mais a nostalgia, que mesmo colocada em alguns momentos errados, é um deleite para os ouvidos.

Jurassic World tem muito mais dinossauros, e todas as cenas com eles são incríveis, impressionantes, e repleta de efeitos especiais, fazendo o público se mexer na poltrona de emoção, e ainda tem uma cena de cortar o coração. Alguns dinossauros já conhecemos, e há outros novos, mas os dois maiores destaques são o Mesossauro (o dinossauro aquático), e o Indominus Rex, que é geneticamente modificado e é a maior atração do filme: terrivelmente assustador e amedrontador, o Indominus Rex é a nova espécie criada para chamar ainda mais a atenção do público, que já estava cansado de ver os mesmos dinossauros. E se você também tinha saudades do T-Rex, se prepare para vê-lo em ação novamente. O fato de os Velociraptors serem domesticados, como foi mostrado ainda no primeiro trailer, foi uma ideia interessante, mas acabou deixando-os bem menos assustadores, criando até um vínculo com o espectador.

O roteiro de Jurassic World segue a linha do original, onde temos algumas das referências do filme, além de situações conhecidas e personagens parecidos. A história se desenvolve de forma rápida e direta, tem reviravoltas interessantes e conflitos familiares típicos. Com muito suspense e tensão, as cenas vão moldando os próximos acontecimentos, e ao mesmo tempo mostra os irmãos visitando o parque.

Nenhum dos atores de Jurassic Park, com exceção do dr. Henry Wu (B.D Wong), estão de volta, mas podemos ver facilmente as referências. O quarteto principal Owen (Chris Pratt), o novo astro dos filmes de aventura, Claire (Bryce Dallas Howard), e os irmãos Zach (Nick Robinson) e Gray (Ty Simpkins), lembram bastante a composição do original: Alan Grant, Ellie Sattler, Lex e Tim. Mesmo não tendo o carisma dos personagens originais, todos eles ficaram bem nos seus papéis, com destaque para Chris Pratt e seu divertido Owen. Claire é a administradora do novo parque, e foge dos dinossauros de salto alto, e junto com Owen, tem um romance mal resolvido. O dono do parque dessa vez é Masrani (o indiano Irrfan Khan), que não chega aos pés de Hammond, e seu personagem nem é tão explorado; ainda tem o personagem que tem outros interesses nos dinossauros, Vic (Vicent D'Onofrio), chefe da InGen, e o personagem cômico Lowery (Jake Johnson), que usa uma camisa com o símbolo do Jurassic Park.

Jurassic World não é tão bom quanto o primeiro filme, mas diverte, empolga, e nos faz relembrar toda a magia do original. O que ficou diferente foi o visual do filme, que usou bastante tecnologia para as atrações, deixando tudo meio futurista e as vezes com muita poluição visual, mas nada disso estragou a produção, só que quem estava acostumado com a trilogia original, vai acabar estranhando um pouco. Com bastante violência, tensão e suspense, ótimos efeitos especiais e cenas de ação empolgantes, Jurassic World é o filme que a série precisava depois do ruim terceiro filme, e presenteia os fãs com belas referências ao original. Tenho que deixar um comentário sobre o ato final do filme: com certeza é um final épico e impressionante, mas talvez previsível, que fará você pular da cadeira, seja por empolgação ou por estar surpreso com o que acontece. É simplesmente demais! Os dinossauros voltaram com tudo, e prepare-se para mais sequências, pois o final fica em aberto e mostra ainda quem é que manda no mundo nos dinossauros.