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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | JURASSIC WORLD: DOMÍNIO



O primeiro Jurassic Park, dirigido por Steven Spielberg, e lançado lá em 1993, foi um marco na história do cinema, inovou nos efeitos especiais ao mostrar dinossauros em alta definição pela primeira vez, ganhando 3 Oscar, e arrecadando, originalmente, U$ 915 milhões, se tornando a maior bilheteria da história até o lançamento de Titanic, em 1997. A produção rendeu duas continuações, O Mundo Perdido (1997), Jurassic Park 3 (2001), além de uma nova trilogia, chamada agora de Jurassic World, O Mundo dos Dinossauros (2015) e Reino Ameaçado (2018), e trilogia essa que se encerra com Jurassic World: Domínio, se apoiando na nostalgia, e nas referências, para criar uma trama diferenciada, mas que deveria ter ido por outro caminho. A trilogia original nos apresentou personagens icônicos, o paleontólogo dr. Allan Grant (Sam Neil), a paleobotânica dra. Ellie Sattler (Laura Dern), e o eloquente matemático dr. Ian Malcolm (Jeff Goldblum), que retornam à franquia mais de vinte anos depois, para a conclusão “épica” da saga dos dinossauros. Chris Pratt e Bryce Dallas Howard, da trilogia atual, retornam aos seus papeis de Owen e Claire, respectivamente, e ainda tem no elenco Justice Smith, Daniella Pineda, Isabella Sermon, Campbell Scott, e DeWanda Wise.


O mundo mudou, e agora, dinossauros e humanos convivem juntos, e trama acaba se dividindo em dois cenários: um deles é o arco dramático de Owen e Claire, que partem em busca da filha adotiva deles, Maisie (Isabella Sermon), sequestrada pela empresa Byosin, junto com a raptor bebê de Blue. O outro, envolve gafanhotos criados pela Byosin, que estão acabando com plantações ao redor do mundo, onde Ellie Sattler, junto com Allan Grant e Ian Malcolm, precisam encontrar uma forma de destruir essa nova praga. E sim, o encontro entre as duas gerações de protagonistas é inevitável.


Jurassic World Domínio deixa o fato de os dinossauros estarem nas cidades como plano de fundo, e insere uma trama desnecessária sobre uma conspiração envolvendo gafanhotos geneticamente modificados, o que não tem muita ligação com os animais pré-históricos. A trama é dividida em dois núcleos diferentes: o de Owen e Claire é o menos interessante, se tornando a clássica trama de resgate, onde o roteiro até que explora mais o fato dos dinossauros e os humanos coexistirem, reciclando algumas ideias de Reino Ameaçado. E é aqui estão as melhores e as mais tensas sequencias de ação, muito bem conduzidas pelo diretor Colin Trevorrow (que comandou o primeiro Jurassic World), envolvendo rixas de galinhas (opa, dinossauros!), contrabando, e muita perseguição pelas cidades com os animais pré-históricos. O outro núcleo é o do trio de protagonistas do primeiro Jurassic Park - Alan Grant, Ellie Sattler, e Ian Malcolm -, envolvendo os tais gafanhotos bizarros, e a Byosin, com menos ação e mais investigação, porém, é o mais interessante, responsável pelos momentos nostálgicos e as muitas referências à trilogia original.



Nunca gostei muito do fato de trazerem os dinossauros para o continente, como aconteceu em Reino Ameaçado, e anos atrás, com O Mundo Perdido: Jurassic Park, quando a InGen trouxe a mãe T-Rex para San Diego, sequencia essa que dividiu opiniões na época, mas foi memorável, e muito divertida. Em Jurassic World: Domínio, os humanos e dinossauros convivem juntos, precisando lidar com as novas mudanças, fato muito pouco explorado pelo roteiro, se limitando às cenas de ação. Mas a alma da franquia é o fato da trama se passar em uma ilha, e ver os dinossauros nas cidades é interessante, porém, não é a mesma coisa do que a aventura se passar na floresta. Mas isso muda quando os personagens chegam, e se encontram, nos campos da Byosin: a melhor parte do filme, todo esse longo ato final na corporação gananciosa rende as melhores cenas de ação do filme com os dinossauros, apresentando novos animais, muita perseguição, e muito suspense, lembrando bastante os primeiros Jurassic Park, principalmente por causa das referências que faz. Uma mudança muito bem vinda é por usarem mais efeitos de animatrônica, muito utilizado na trilogia original, que dá mais realismo, mas Domínio ainda tem ótimos efeitos especiais.


É incrível poder ver Sam Neil, Laura Dern, e Jeff Goldblum (extremamente carismáticos) voltando a interpretar seus icônicos personagens mais de vinte anos depois, e não são só participações especiais, eles ganham sua própria trama separada, o arco dos gafanhotos. É pura nostalgia vê-los em cena, com direito a muitas referencias a trilogia original, encantando os fãs. Porém, eles deveriam ter ganhado uma outra trama, porque essa dos gafanhotos é bem ruinzinha. Chris Pratt repete os trejeitos de Owen, e que funcionou no primeiro Jurassic World, mas agora, já não empolga mais, e Bryce Dallas Howard mostra uma boa evolução em Claire, protegendo os animais dos contrabandistas. Justice Smith se destacou em Reino Ameaçado como o medroso Franklin, um tipo de alívio cômico, mas em Dominio, ele tem pouco destaque, e uma nova adição ao elenco é a simpática, e debochada, Kayla (DeWanda Wise). Ainda do núcleo de Jurassic Park, B.D. Wong retorna como o dr. Henry Woo, que já apareceu nas produções anteriores; e também, há um outro personagem que muitos podem não lembrar, do primeiro filme ainda, só que não é o mesmo ator.



Jurassic World: Domínio começa e termina da mesma forma, e as diferenças são as duas tramas paralelas que acabam se cruzando eventualmente. E é a partir daí que a produção começa a ficar mais legal, porém, a essa altura, já estamos quase que no final. O filme de Colin Trevorrow não é ruim, tem muitas cenas de ação, vários dinossauros novos, e alguns já conhecidos que retornam, ótimas perseguições com os animais pré-históricos (as melhores dessa nova trilogia), e o famoso embate final, apostando na nostalgia ao trazer Ellie Sattler, Allan Grant, e Ian Malcolm, juntos de volta a franquia, mas não tem muitas cenas memoráveis, e você não sairá tão empolgado do cinema quanto das outras vezes. Não é uma conclusão digna para a franquia, de uma forma geral: como um fechamento para a trilogia de Jurassic World, ficou bom, mas se considerar como franquia, desde o primeiro filme, lá em 1993 (já são quase 30 anos), deixou muito a desejar. Vale mais a pena pela nostalgia, e as várias referências a Jurassic Park. E ainda acho que deviam ter explorado mais a questão dos dinossauros na cidade, do que a trama dos gafanhotos geneticamente modificados.



JURASSIC WORLD: DOMÍNIO (JURASSIC WORLD: DOMINION)


Ano: 2022

Direção: Colin Trevorrow

Elenco: Chris Pratt, Bryce Dallas Howard, Sam Neil, Laura Dern, Jeff Goldblum, Justice Smith, Daniella Pineda, Isabella Sermon, Campbell Scott, DeWanda Wise, e B.D. Wong.



NOTA: 7,5

















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