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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | JUNGLE CRUISE - A MALDIÇÃO NOS CONFINS DA SELVA



Antes das bilionárias adaptações em live-action de suas animações, a Disney “descobriu” o sucesso com a franquia Piratas do Caribe, lançado em 2003, com personagens que ganharam o público, e que hoje, são icônicos (lê-se Jack Sparrow). Quase vinte anos depois, o estúdio lança Jungle Cruise, sua nova aposta para emplacar um “Piratas do Caribe” da atualidade, com vários elementos que lembram muito a franquia, e que também traz referências aos filmes da trilogia A Múmia. O novo casal da vez é Dwayne “The Rock” Johnson e Emily Blunt, que estrelam a aventura, dirigida por Jaime Coullet-Serra, e que ainda tem no elenco Édgar Ramírez, Jack Whitehall, Jesse Plemons, Paul Giamatti e Veronica Falcón.


Na trama, a pesquisadora Lily Houghton (Emily Blunt), junto com seu irmão McGregor (Jack Whitehall) vão até a Amazônia para encontrar uma árvore com poderes de cura, que faz parte de uma lenda local. Junto com Frank (The Rock), eles embarcam em uma aventura onde acabam descobrindo mais sobre a lenda local, e os seus perigos.


Jungle Cruise é um filme bem despretensioso, leve e com muito humor, bem no estilo dos filmes de aventura da Disney. Com uma temática mais sobrenatural, criaturas fantasmagóricas, lendas e maldições, a comparação com as franquias Piratas do Caribe e A Múmia é inevitável, mas o filme de Jaime Coullet-Serra tem seu destaque. O enredo em geral é bem elaborado e tem uma boa reviravolta, a trama sobrenatural é interessante, tem bastante ação, perseguição e lutas, e apesar de ser bastante clichê, cafona e ter situações impossíveis (aquelas cenas que só acontecem em filmes), Jungle Cruise diverte.


Grande parte dos efeitos em CGI são péssimos, e apesar dos cenários da floresta serem incríveis, praticamente tudo é feito com efeitos especiais, deixando tudo bem artificial em várias cenas. Um grande erro está na representação da Amazônia no século 20, mais precisamente em 1916, onde a trama se passa. As lendas, costumes e faunas, além da nossa língua ser muito pouco falada, e dos quase que inexistentes personagens brasileiros, onde a maioria são figurantes e não falam praticamente nada. Isso não é tão importante para a trama, mas só pela história se passar no Brasil, deveriam ter dado mais ênfase, e corretamente.



Trazer Emily Blunt e The Rock como os personagens principais, foi um dos grandes acertos da produção. Blunt não tem tanta experiência em filmes do gênero, mas se sai muito bem no papel de uma mulher que usa calças, e não vestidos, e que é várias vezes criticada por isso, fazendo uma personagem inteligente, esperta e determinada, e seu timing para o humor é ótimo também. Já Dwayne Johnson é mais familiarizado com o gênero, fazendo um herói cômico muito naturalmente, com bastante carisma e cheio de trocadilhos nada engraçados. Blunt e The Rock funcionam juntos, mas como “amigos”, e quando o roteiro força um romance entre eles, não funciona mais, já que, como casal, eles não têm química.


Dos coadjuvantes, destaco Jack Whitehall, que interpreta o irmão da personagem de Blunt, o alívio cômico da produção, e alvo de uma polêmica pelo seu personagem ser gay; não que ele tenha dito com essas palavras, mas da muito a entender a sua preferência. Tem ainda o vilão nazista, o Príncipe Joachim, interpretado por Jesse Plemons, extremamente caricato por sinal, mas convincente, e a simpática tigresa “Próxima”, totalmente criada em CGI, mas é a coisa mais fofa do filme.


Analisando melhor depois desse texto, é quase que escancarada a semelhança da produção com Piratas do Caribe, desde os mocinhos até os vilões sobrenaturais. No fim, é evidente que Jungle Cruise é a tentativa da Disney de criar o seu “Piratas do Caribe” da atualidade, mas se difere ao trazer uma trama descompromissada, leve e divertida, e tem um resultado final positivo, apesar do questionável CGI e da trama mais “bobinha”, mas rica em história e detalhes. Resta saber se a produção conseguirá se tornar uma franquia, porque material tem, mas resta saber se cairá no gosto do público.





JUNGLE CRUISE: A MALDIÇÃO NOS CONFINS DA SELVA (JUNGLE CRUISE)


Ano: 2021

Direção: Jaime Coullet-Serra

Elenco: Dwayne Johnson, Emily Blunt, Édgar Ramírez, Jack Whitehall, Jesse Plemons, Paul Giamatti e Veronica Falcón.



NOTA: 7,5





Disponível no Disney +










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