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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | JOVENS BRUXAS: NOVA IRMANDADE

Atualizado: 4 de nov. de 2021



No final dos anos 90, um subgênero do terror ganhava forças, os “Slasher Movies” envolvendo adolescentes, que também foi bastante explorado nos anos 80. A trilogia Pânico e Eu Sei O Que Vocês Fizeram no Verão Passado, onde um assassino perseguia jovens colegiais, são os principais percussores. Alguns filmes dessa safra fugiam um pouco do personagem “assassino”, trazendo outros enredos, que é o caso de Prova Final, onde seres alienígenas invadem uma escola no interior de Ohio.


No mesmo ano da estreia de Pânico, em 1996, o diretor Andrew Fleming lançava Jovens Bruxas, sobre um grupo de garotas de um colégio que eram bruxas, e usavam feitiçaria para conseguirem o que queriam. Nancy (Fairuza Balk), Bonnie (Neve Campbell) e Rochelle (Rachel True), conheceram a recém chegada Sarah (Robin Tunney), e se tornaram grandes amigas. O longa demorou para conseguir o devido sucesso, mas hoje, é considerado um filme cult dos anos 90 e uma grande referência a cultura pop da época. Indo na onda dos remakes, a produtora Blumhouse achou que deveria fazer uma nova versão, ou uma sequência, desse grande clássico, e lançou Jovens Bruxas – Nova Irmandade. No elenco estão Cailee Spaeny, Gideon Adlon, Lovie Simone, Zoey Luna, Michelle Monagan e David Duchovny.


O maior problema desse novo Jovens Bruxas, é que o roteiro deixa um pouco de lado a magia e as feitiçarias para focar mais no drama adolescente. A história é praticamente a mesma: quatro amigas bruxas, Lily (Cailee Spaeny) Frankie (Gideon Adlon), Tabby (Lovie Simone) e Lourdes (Zoey Luna) se encontram, tornam-se grandes amigas, e descobrem que, juntas, seus poderes são mais fortes, o que acaba saindo fora de controle. Tudo isso acontece muito superficialmente, não tem aprofundamento, pegaram bastante os elementos de bruxarias, mas deixaram de lado na história. O filme de 1996 tinha muito mais envolvimento com feitiçarias, e as protagonistas também tinham seus dramas de adolescentes, mas a história engrenava. Já no remake, os rumos são bem diferentes, e tem uma reviravolta, que não é boa e nem ruim, mas sim diferente.



Nancy, Bonnie, Rachel e Sarah tinham seus dramas pessoais muito bem desenvolvidos no original, e elas tinham uma sintonia visível em tela; já nesse novo, é um pouco diferente. A amizade das quatro bruxas em O Legado é maravilhosa, e todas esbanjam carisma, mas seus dramas não são aprofundados, e muitas delas são deixadas de lado na trama, onde somente a personagem de Cailee Spaeny ganha um destaque maior. O filme de Zoe Lister-Jones aborda temas importantes, como a homossexualidade e bullying, mas a impressão que fica é que tudo é adolescente demais; acredito que essa seja a proposta do novo filme. E quando surge um conflito entre elas, é apresentado de uma forma bem simples, sem emoção nenhuma, tomando rumos diferentes do original.


Quem conhece o Jovens Bruxas de 1996, é quase certo que não vai gostar dessa nova versão, tanto pelo seu desenvolvimento, quanto pelos rumos que essa nova história leva. Tudo isso leva para um final que não faz muito sentido com o legado da franquia, servindo apenas para ter uma reviravolta. Faltou um pouco mais de envolvimento com elementos de bruxarias, falta também um conflito maior na trama e um desenvolvimento melhor dos personagens, onde tudo ficou raso demais, sem muito conteúdo. Uma das partes mais interessantes do filme, é a ligação que esse Nova Irmandade faz com o original, ainda que seja muito breve. Se você não assistiu o original, não perca tempo. Assista. É muito melhor.





JOVENS BRUXAS: NOVA IRMANDADE (THE CRAFT: LEGACY)


Ano: 2020

Direção: Zoe Lister-Jones

Elenco: Cailee Spaeny, Gideon Adlon, Lovie Simone, Zoey Luna, Michelle Monagan e David Duchovny



NOTA: 7,0




Disponível na HBO MAX.









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