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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | JOGOS MORTAIS X



Incontestavelmente, Jogos Mortais é uma das maiores franquias do cinema, totalizando dez filmes ao longo dos seus quase 20 anos de vida. Lançado em 2004 nos EUA, mas somente em 2005 no Brasil, Saw (no original) trouxe o “torture porn” para o grande público com uma trama investigativa inovadora: um serial killer que não matava suas vítimas, e sim elas mesmo faziam isso. Além disso, as vítimas eram sempre pessoas ruins que cometeram algum crime ou eram maldosas com os outros, e John Kramer (Tobin Bell) dava uma escolha, uma segunda chance a elas: “viva ou morra, faça a sua escolha”. Jogos Mortais desandou a partir do quarto filme – e após matarem Kramer no terceiro -, quando as armadilhas e as torturas acabaram se tornando o atrativo da franquia, deixando de lado o desenvolvimento na trama.


Depois do mediano spin-off de 2021, Espiral – O Legado de Jogos Mortais, John Kramer retorna com as suas armadilhas em Jogos Mortais X, décimo filme da franquia ambientado entre o primeiro e o segundo filme. Dirigido por Kevin Greutert (de Jogos Mortais 6, 7 e 8), o décimo capítulo traz todos os elementos que fizeram a franquia ser reconhecida até hoje, além de ser o mais "sentimental". Na trama, o câncer John Kamer já está em estágio avançado, e o criador das armadilhas mortais viaja até o México para participar de um experimento que promete curá-lo, mas tudo é uma farsa. Enganado e vulnerável, Jigsaw promete se vingar dessas pessoas, dando início à novos jogos mortais.


Jogos Mortais X é o filme mais diferente de toda a franquia, mostrando o lado humano de John Kramer. Na primeira parte, a trama foca no câncer de Jigsaw e a sua busca pelo tratamento que promete curá-lo, optando pelo tom mais dramático para “humanizar” o vilão. É um início promissor, já que os roteiristas Josh Stolberg e Pete Goldfinger (de Jogos Mortais 8 e Espiral) desenvolvem melhor a história – pelo menos nessa primeira parte -. Quem está ansioso para ver os banhos de sangue, as torturas, e as novas armadilhas mortais, terá que esperar um pouco porque leva no mínimo uns 30 minutos para acontecer. Mas quando elas surgem, não deixam a desejar. Kevin Greutert traz o visual marcante dos primeiros três filmes da franquia - um galpão abandonado -, além das armadilhas serem bem inventivas e angustiantes, que farão os fãs ficarem satisfeitos. Na minha opinião, a mais pesada é a segunda armadilha do filme. Outro ponto positivo é a edição, que evita os cortes bruscos e a câmera girando presentes nos últimos filmes.



Em todos os filmes da franquia, John Kramer nunca foi o personagem principal da trama, apesar de ser a “carta coringa” de tudo, e a sua importância é tanta que, mesmo após a sua morte no terceiro filme, esteve presente em todos as produções. Em Jogos Mortais X, o jogo virou: Jigsaw é o foco principal da trama, e isso é mais um ponto positivo, já que é algo inédito na franquia. Os roteiristas conseguiram trabalhar melhor no personagem, apresentar outros detalhes sobre a sua doença, além de mostrar o lado mais humano do vilão: em alguns momentos, Jigsaw demonstra empatia com suas vítimas, mas sempre mantendo o tom sádico e frio do personagem. Tobin Bell é a alma da franquia, e o ator segura todas as pontas. Outra adição muito bem-vinda é a de Amanda Young, o braço direito de Jigsaw na primeira trilogia, trazendo o retorno de Shawnee Smith, atriz que interpretou a personagem. A nostalgia é ótima, além de demonstrar uma boa química com Tobin Bell, exatamente como nos primeiros filmes, provando que ela é a melhor parceria do vilão. Os outros personagens, os “falsos médicos”, servem apenas para serem torturados por Jigsaw, e não sentimos muita empatia por eles, com exceção de um. Há uma cena pós-créditos onde aparece um outro personagem da franquia.



Jogos Mortais X consegue figurar entre os melhores filmes da franquia, trazendo uma boa trama que foca muito em John Kramer, tornando-o mais humano, além de trazer todo o clima da primeira trilogia, porém, o terceiro ato deixa muito a desejar – poderia terminar de outra forma -. E assim como em todos os filmes da franquia, Saw X tem uma reviravolta no finalzinho, mas nada de tão impactante como sempre foi. Culpa talvez dos roteiristas que começaram muito bem a trama, mas acabaram se perdendo na nostalgia e na criação das armadilhas mortais. Mas ainda sim é uma ótima adição para a franquia.




JOGOS MORTAIS X (SAW X)


Ano: 2023

Direção: Kevin Greutert

Distribuidora: LionsGate/ Twisted Pictures

Duração: 118 min

Elenco: Tobin Bell, Shawnee Smith ,Steven Brand Synnøve, Macody Lund.



NOTA: 8,0



















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