CRÍTICA | JACK O CAÇADOR DE GIGANTES

Hollywood realmente gostou da ideia de adaptar contos infantis, em versões diferentes, para as telonas: Alice, Branca de Neve. No início do ano, tivemos o lançamento da versão de João e Maria, Os Caçadores de Bruxas, que fez bonito nas bilheterias, mas não é lá aquela maravilha. Agora, temos uma versão do conto João e o Pé de Feijão: Jack – O Caçador de Gigantes. A ideia veio já desde 2005, que teve vários diretores cotados, mas coube ao renomado Brian Singer, que dirigiu Os Suspeitos, Superman e os filmes do X-Men, a missão de revisitar o conto da terra dos gigantes. No elenco estão Nicholas Hoult, Ewan McGregor, Stanley Tucci, Iam McShane e Eleanor Tomlinson.

Jack (Hoult), um fazendeiro que vive com seu tio, vai até o reino para tentar vender o seu cavalo. O jovem encontra um monge em fuga, que lhe entrega feijões. Ao voltar para casa, ele recebe a visita da princesa Isabelle (Eleanor), que está fugindo do seu reino, e de um forte temporal, no qual acaba molhando um dos feijões misteriosos, assim, crescendo uma enorme árvore para os céus. Sequestrada por gigantes de um lugar a muito tempo inexplorado, Jack e os guardas do Rei têm que subir no pé de feijão e resgatar a princesa.

Sem muita emoção, e sem uma história bem trabalhada, O Caçador de Gigantes acaba se tornando um filme infanto-juvenil, sem exigir muito do seu público. Mas o filme diverte, conta com ótimos efeitos especiais e cenas de lutas grandiosas. Faltou magia, e os cenários foram poucos trabalhados, com exceção de algumas cenas na terra dos gigantes. O roteiro tem mudanças em relação ao conto, e agora, o plano de fundo é uma conspiração no reino, sem reviravoltas e nada de novo; além de substituírem a vaca do João por um cavalo branco e não mostrarem a galinha dos ovos de ouro.

O Caçador de Gigantes tem grandes nomes no elenco, mas são desperdiçados pela falta de desenvolvimento de alguns personagens, como o guarda do rei Elmont (Ewan McGregor), e do próprio rei Brahmwell (Ian McShane), mas pelo menos são personagens carismáticos. Stanley Tucci interpreta o vilão Lorde Roderick, futuro pretendente da princesa, fato que o roteiro não dá muita importância. Sua motivação e suas maldades não convencem, e nem o próprio convence como vilão, apesar dos esforços do ator. O destaque vai para o casal de protagonistas, Jack (Nicholas Hoult) e a princesa Isabelle (Eleanor Tomlinson), que tem uma boa química e torcemos para que fiquem juntos, já que ele é um plebeu e ela princesa. Hoult, que se destacou em Um Grande Garoto, de 2002, a recente comédia Meu Namorado é Um Zumbi, e que ganhou o papel da Fera na saga X-Men, entrega um personagem carismático, divertido e querido pelo público.

Jack – O Caçador de Gigantes é um filme simples, sem o brilho e a magia que geralmente tem nas adaptações dos contos, mas diverte com as cenas de ação e os bons efeitos especiais, tem bastante humor e tem um resultado final mediano. Não é um filme ruim, só não tem a magia do conto infantil.