O primeiro Invocação do Mal, lançado em 2013, deu uma repaginada nos filmes de mansão mal assombradas e espíritos, mostrando uma história real de um dos casos de possessão do casal Ed e Lorraine Warren. O sucesso foi tão grande, que rendeu uma continuação e alguns “spin-offs”, como Annabelle e A Freira. Desde 2017, ano do lançamento de The Conjuring 2, no original, os fãs estavam “órfãos” de mais um capítulo assustador da franquia, e eis que temos Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio, produção que dividiu público, e críticas, por trazer uma trama bem diferente dos anteriores. Sem James Wan na direção, a produção é dirigida por Michael Chaves, do controverso A Maldição da Chorona, e tem no elenco Patrick Wilson, Vera Farmiga, Ruairi O’Connor, Sterling Jerins, Eugenie Bondurant, John Nobler e Julian Hilliard.
Arne (Ruairi O’Connor) cometeu um assassinato enquanto estava possuído, e acabou preso em um sanatório. Ed e Lorraine (Patrick Wilson e Vera Farmiga) aceitam ajudar o garoto a provar a possessão, e descobrem uma terrível maldição envolvendo bruxarias.
O enredo dos dois primeiros Invocação do Mal, se passavam na casa de uma família, e a história se desenrolava toda no local, onde a tensão e os sustos se sustentavam com os cômodos de cada canto da residência, além da clássica cena de exorcismo no ato final. Já A Ordem do Demônio, segue um caminho bem diferente: a de investigação. Tem a casa da família, mas o foco não é esse, tem o exorcismo no final, mas é diferente, e o caso de possessão é de outra forma. O que mais deixou o público dividido, foi essa grande mudança, já que esperavam mais uma história de casa mal assombrada. Mas isso não deixa o filme menos interessante, muito pelo contrário. Há cenários diferentes para serem explorados, e tem sim os sustos e as cenas de suspense.
A trama de investigação funciona, tem bastante mistério e cria teorias para o público desvendar, mas o problema é que tudo é muito simples, e a reviravolta no final é previsível. Há também uma história paralela, que tem relação com o caso que os Warren estão investigando, além de que, a trama poderia ter explorado mais o fato de Arnie ser condenado, como aconteceu no ótimo O Exorcismo de Emily Rose, de 2005. Outra ressalva, é que o roteiro poderia ter explorado mais os rituais de bruxarias.
Patrick Wilson e Vera Farmiga são as almas de Invocação do Mal, e é difícil imaginar um filme sem a presença dos atores. Sempre disse que o carisma deles soma muito com toda a produção, conseguindo criar uma empatia enorme com o público, e aqui, não é diferente, provando que a química entre eles é incrível. Mas quem se destaca também é Ruairi O’Connor, que interpreta o rapaz possuído, Arne, se saindo muito bem dentro das limitações de seu personagem. O roteiro poderia ter focado também na sua história pessoal com sua namorada, Debbie (Sarah Chaterine Rook), e a trama jurídica que envolve a produção.
Mas nem tudo é perfeito em A Ordem do Demônio. Falta brilho, alguma cena marcante, onde o diretor Michael Chaves pega elementos que James Wan usou nos dois filmes anteriores da franquia, e adiciona seu toque pessoal, se saindo bem melhor do que A Maldição da Chorona, mas ainda sem aquela “magia” que a franquia tem. O novo capítulo de The Conjuring não é ruim, acerta em dar um tom investigativo na trama, que poderia só ser mais desenvolvida, mas nada que tire o mérito do filme. Tem os sustos que todos gostam, os mistérios, as possessões, sessões de exorcismos, situações exageradas, mas sim, é inferior aos outros. Talvez, o que mais tenha deixado os fãs menos empolgados, é pela trama seguir um rumo diferente, o que não é ruim, até porque, mais um filme de mansão mal assombrada, poderia mostrar sinais de cansaço. Qual será o futuro da franquia?
INVOCAÇÃO DO MAL 3: A ORDEM DO DEMÔNIO (THE CONJURING: THE DEVIL MADE ME DO IT)
Ano: 2021
Direção: Michael Chaves
Elenco: Patrick Wilson, Vera Farmiga, Ruairi O’Connor, Sterling Jerins, Eugenie Bondurant, John Nobler e Julian Hilliard
NOTA: 9,0
Disponível na HBOMax
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