CRÍTICA | INVOCAÇÃO DO MAL

É raro ter filmes de terror realmente bons que funcionam e assustam, e quando algum assim estreia o sucesso é garantido. Esse é um dos motivos de Invocação do Mal ter se popularizado tanto entre os fãs de terror. O filme é baseado em uma história real de um dos casos do casal Ed e Lorraine Warren, que são conhecidos como "investigadores paranormais", entre outros nomes, onde ajudam uma família que é assombrada por um espirito demoníaco. Invocação do Mal é dirigido pelo ótimo James Wan, que nos trouxe o primeiro filme da franquia Jogos Mortais, em 2004, e Sobrenatural, de 2010, que apesar do modesto, também é um dos melhores filmes de terror. A trama se passa em 1971, mostrando o casal Roger (Livingston) e Carolyn Peron (Taylor) se mudando para uma casa de campo com suas cinco filhas. À medida que vão se instalando na nova casa, as suas filhas começam sofrer com assombrações, chegando a um nível em que eles não sabem como lidar. Carolyn recorre ao casal Ed (Patrick) e Lorraine (Vera) para ajuda-los. Lá, o casal descobre que a família está sendo atormentada por uma antiga bruxa satânica, e eles terão que enfrentar os maiores perigos de suas vidas para ajudar a família. Lili Taylor, Ron Livingston, Joey King e Mackenzie Foy também estão no elenco.

Invocação do Mal é um filme brilhante, assustador, e veio para figurar entre os melhores filmes de terror do cinema. O longa já começa tenso, em forma de documentário, explicando um pouco sobre a lenda da boneca Annabelle, que viria se tornar uma franquia a parte, e nos apresentando o casal Ed e Lorraine Warren. O filme é simples, feito para criar sustos e tensão no espectador, e faz isso muito bem. O sinistro cenário da casa no campo, a ambientação interna, os móveis antigos, e os corredores escuros, se misturam com portas batendo, sons sinistros, pés sendo puxados, crianças agindo estranhamente, aparições, porões escondidos, enfim; são elementos clichês e básicos em um filme de terror, mas a diferença é que aqui são brilhantemente dirigidos por James Wan, criando uma atmosfera tensa e misteriosa.

Para um filme funcionar, o elenco e as atuações precisam cativar o público. Felizmente, Invocação do Mal consegue fazer isso. Os Perron são uma família simples, passando por problemas como qualquer família, e juntando com o carisma dos personagens, a identificação do público fica maior ainda. Lili Taylor, que atuou em A Casa Amaldiçoada, é Carolyn, uma mãe com uma extrema sensibilidade e fragilidade, chegando ao desespero de não saber o que fazer para ajudar a família. Ao contrário do que geralmente acontece, o pai da família, Roger, se sente familiarizado com o que acontece, fugindo do clichê do pai que não acredita no que está acontecendo. Os filhos do casal, que são cinco, tem personalidades diferentes, uma mais cativante do que a outra, e já são cinco vez mais chances de o demônio atormentar. Entre elas, temos um rosto conhecido, Mackenzie Foy, que interpretou a filha de Bella e Edward Cullen, na Saga Crepúsculo – Amanhecer – Parte 1 e 2.

O famoso casal Warren, são interpretados por Patrick Wilson e Vera Farmiga, que tem uma química inegável e comprovam que foram as escolhas perfeitas para os papéis, como se um completassem o outro. O carisma dos dois é impressionante, e conseguem passar isso para o público. Patrick Wilson já trabalhou com James Wan em Sobrenatural – Capitulo 1, que esse ano também vai estar na continuação, e Vera Farmiga, que já sofreu nas mãos de uma menina que se passava por adulta, em A Orfã, também participou de Contra O Tempo e Os Infiltrados.

Curiosamente, a verdadeira Lorraine Warren participou da produção do longa, orientando Vera Farmiga sobre a sua personagem e dando sugestões, tudo com sua provação para ser usado no longa. Ao longo das quase duas horas, Invocação do Mal consegue ser convincente, com situações assustadoras e cenas fortes repleta de tensão, principalmente a sequência final, misturando a história dos Warren e da família Perron, tudo numa incrível ambientação dos anos 70; um ótimo trabalho de direção de arte. Os clichês podem deixar os espectadores mais exigentes desanimados, mas aqui, é um dos poucos casos que funciona. É uma história apavorante, e com vários sustos. Diversão na certa.