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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | INTERESTELAR

Atualizado: 4 de nov. de 2021


Christopher Nolan já é considerado um dos maiores diretores da atualidade. Todos os seus filmes são complexos, forçando o espectador a prestar mais atenção (talvez não tanto com a trilogia Batman), e também são ótimos para se discutir após o término da sessão: Amnésia, O Grande Truque, A Origem, são os maiores exemplos disso. O seu novo filme, Interestelar, não foge à regra, e pode ser considerado a sua maior e mais complexa produção. E assim como de costume, alguns dos atores mais renomados de Hollywood encabeçam o elenco: Matthew McConaughey, Anne Hataway, Michael Cane, Matt Damon e Jéssica Chainstain.


A história se passa no futuro, onde o clima da Terra mudou, e estamos ficando sem água e comida, além de pragas estarem acabando com as plantações, seguidas por enormes tempestades de areia, nos levando para a extinção. Cooper (Matthew McConaughey) é chamado para ser tripulante da nave espacial Endurance, com a missão de ir para outra galáxia, através de um “buraco de minhoca” para investigar três planetas onde poderá ser possível a raça humana viver. Essa viagem irá mudar drasticamente suas vidas, e os astronautas enfrentarão não só os perigos do universo, mas também os perigos do tempo.


Mesmo sendo um filme complexo, não podemos negar que Interestelar é um dos maiores filmes dos últimos anos. A ideia de viagem no espaço sempre esteve na imaginação do ser humano, e o filme explora isso de uma forma empolgante e incrível; 2001 – Uma Odisseia no Espaço é a maior inspiração de Nolan. Interestelar tem as mais espetaculares cenas no espaço dos últimos anos, que nos fazem viajar junto, e em sessões de IMAX, é como se estivéssemos realmente no espaço; não foi lançado em 3D, mas vale a pena assistir mesmo assim. O visual do buraco negro, do buraco de minhoca, dos planetas visitados, e os incríveis efeitos visuais, tudo simplesmente belo. Não é por nada que o filme recebeu duas indicações, das suas cinco, nas categorias Direção de Arte e Efeitos Visuais.



Com algumas revelações e reviravoltas, o roteiro tem seus altos e baixos, mas prende a sua atenção desde o início. Interestelar começa como um emocionante drama, explicando o que está acontecendo no mundo, a missão, as complicadas teorias e a relação do personagem principal com sua família, focando mais na filha mais nova, Murphy. Não demora muito para a tripulação partir para outra galáxia, e a partir daí, o roteiro intercala entre cenas do espaço e na Terra. O único problema são os longos diálogos, que mesmo sendo interessantes e importantes para a trama, acabam ficando cansativos para as suas 2h49 minutos de duração. Nolan explica demais as teorias, e acaba confundindo o espectador em alguns pontos. A trilha sonora de interestelar é uma das mais belas do cinema: sem muitos exageros, combina perfeitamente com tudo. É emocionante quando tem que ser, empolgante nas cenas de ação, cheia de mistérios, e melancólicas nas cenas mais dramáticas. O filme também está indicado ao Oscar pela sua trilha sonora.


Interestelar tem uma carga dramática grande, ainda mais com o tema proposto, e atuações convincentes é o mínimo que o longa deve ter. Felizmente, isso acontece, e conseguimos nos emocionar facilmente, especialmente na cena final (com ajuda da trilha sonora, óbvio). O drama central é de Cooper com sua filha, Murph, e ambos os atores estão ótimos, mas Matthew McConaughey carrega nas costas o filme todo com sua atuação. Cooper teve que deixar sua família para participar da missão, sem saber quando poderá retornar, onde o tempo é o maior vilão da história. Do outro lado, temos a personagem de Anne Hattaway, que está junto na missão, e seu pai, interpretado por Michael Cane. Vencedora do Oscar, Hattaway não passa toda a emoção necessária, mas também está longe de ser uma péssima atuação. Em Terra, Jéssica Chainstain é a versão mais velha de Murphy, onde o arco dramático ganha mais ênfase, junto com o professor Brand, interpretado pelo sempre ótimo Michael Kane, cheio de mistérios e segredos. Um dos grandes problemas do diretor é exatamente a parte dos personagens, porque muitos não conseguem se desenvolver na história, ou se perdem, principalmente os coadjuvantes.



Ao terminar a sessão, ou você vai adorar o filme, ou vai odiar, e provavelmente o espectador vai sair confuso, não por falta de explicação, mas sim porque não entendeu. Interestelar é um filme complexo, que precisa ser revisto e debatido, e que exige um entendimento maior de mecânica quântica, teoria da relatividade, e física em geral, por isso, uma breve pesquisa sobre o que o filme mostra é necessário. Não espere muitas cenas de ação, pois o filme é mais reflexivo e tem seus momentos de silêncio. Cheio de questionamentos sobre a fé, amor, razão e esperança, Interestelar consegue muito bem passar sua mensagem: o amor é a única coisa que pode ultrapassar o tempo e o espaço. Vale lembrar que o filme é baseado em teorias, onde muitas não foram testadas, portanto, se achar alguma coisa absurda no filme, esteja ciente que tudo que acontece é possível, mas na teoria. Em geral, Interestelar tem uma história emocionante que prende a sua atenção, com um final intrigante e triste, mas esperançoso, onde você poderá até chorar; tudo isso com a ajuda da sua emocionante trilha sonora. Com certeza, um dos filmes mais intrigantes dos últimos anos.





INTERESTELAR (INTERSTELLAR)


Ano: 2014

Direção: Christopher Nolan

Elenco: Matthew McConaughey, Anne Hataway, Michael Cane, Matt Damon e Jéssica Chainstain



NOTA: 10



Disponível na HBO MAX.










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