top of page
Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | INDIANA JONES E OS CAÇADORES DA ARCA PERDIDA

Atualizado: 4 de jul. de 2023



No verão americano de 1981, Steven Spielberg e George Lucas lançaram Os Caçadores da Arca Perdida, produção que redefiniu o gênero da aventura, e era o primeiro filme de uma franquia que duraria até hoje, mais de quarenta anos depois. Até o seu lançamento, Spielberg tinha no currículo Contatos Imediatos de Terceiro Grau, Tubarão, e George Lucas era o responsável por ter criado a maior franquia do cinema: Star Wars. A ideia de criar Indiana Jones veio de George Lucas muito antes de ter lançado Star Wars, em 1977, mas nunca saiu do papel, até que em um encontro com Spielberg, ele mencionou a ideia ao seu amigo, que rapidamente se interessou. O diretor de Tubarão queria muito dirigir um filme da franquia 007, mas nunca teve a oportunidade, e George Lucas sugeriu produzirem Indiana Jones.


Os dois amigos tentaram fechar contrato com vários estúdios até chegarem na Paramount, que inicialmente achou que o filme seria um fracasso, e só aceitariam produzir se Steven Spielberg e George Lucas concordassem com o orçamento de U$ 20 milhões, relativamente baixo para uma produção desse nível. E o resultado disso tudo: Os Caçadores da Arca Perdida arrecadou U$ 390 milhões ao redor mundo, se tornando a maior bilheteria de 1981, além de ter sido indicado a nove Oscar, incluindo Melhor Filme, e ganhando cinco prêmios da academia: Direção de Arte, Edição, Som, Efeitos Visuais e de Efeitos Sonoros. E provavelmente nem George Lucas e Spielberg previram o sucesso e o impacto que o filme iria deixar no cinema: criaram um dos maiores e mais icônicos personagens da história, e uma franquia com quatro filmes lançados, e um quinto previsto para junho de 2023.


Na trama, Indiana Jones, um professor de arqueologia e caçador de relíquias nas horas vagas, é convocado por dois agentes americanos para encontrar a Arca da Aliança, onde estaria escondido a tábua dos Dez Mandamentos escrita por Moises, antes do exército nazista. Harrison Ford, Karen Allen, Paul Freeman, John Rhys-Davies, Ronald Lacey e Denholm Elliott estão no elenco.



A primeira cena de Os Caçadores da Arca Perdida é considerada a mais icônica de toda a franquia, e se tornaria referência para várias outras produções do gênero. É a primeira aparição de Harrison Ford como Indiana Jones nos cinemas, escondido entre as sombras até um certo momento, mostrando o personagem desvendando as armadilhas e passando por obstáculos para chegar até a relíquia que ele estava procurando. Também, a sequência da bola de pedra perseguindo Indiana Jones, depois que ele retirou a relíquia de onde estava, acabou se tornando a marca registrada da franquia. Uma sequência inicial perfeita em todos os sentidos: introdução ao personagem, a representação do ambiente, e o clima de aventura e suspense que tornaria a franquia um sucesso. Esse é o universo de Jones durante as suas aventuras. Mas ele também é um professor de arqueologia e a sequência seguinte apresentaria esse outro lado personagem, apaixonado pela sua profissão, e desejado pelas suas alunas, além da sua amizade de longa data com o dr. Marcus Brody (Denholm Elliott), dono de um museu onde ele compra os artefatos encontrados por Indy.


Após a explicação do enredo de Os Caçadores da Arca Perdida, seguem-se as clássicas aventuras realizadas por Indiana Jones: viagens para o Nepal, Egito, embates com tanques do exército, aviões, navios, e até submarinos, onde Indy enfrenta aranhas, cobras, perigos da floresta, nazistas, tudo com muita explosão, e até um desfecho sobrenatural tem. Steven Spielberg cria um clássico filme de aventura, repleto de ação e momentos de suspense, intercalados com muito humor, piadas, e situações engraçadas durante as sequências de ação, divertindo o público a todo instante.


Na época do lançamento os efeitos especiais eram primorosos, tanto é que a produção levou o prêmio nessa categoria do Oscar, e vendo nos dias de hoje é visível que envelheceu um pouco mal, mas acabou sendo um dos charmes da produção. Pelo baixo orçamento cedido pela Paramount, o diretor usou muitos efeitos práticos no próprio set de filmagens, com exceção do desfecho sobrenatural. E o que falar da trilha sonora composta por John Williams? O compositor vinha de uma sequência de sucessos indiscutíveis – Tubarão, Star Wars e Contatos Imediatos do Terceiro Grau -, e esteve mais uma vez ao lado de George Lucas e Steven Spielberg compondo o tema clássico da franquia. Williams criou composições marcantes que aumentavam ainda mais a tensão nas sequências de ação, inclusive entre uma piadinha e outra.



Antes de Harrison Ford, quem estava cotado para interpretar Indiana Jones era Tom Selleck, mas ele havia assinado contrato com a CBS para estrelar a série Magnun. Para a sorte de tudo e todos, o papel do herói ficou nas mãos de Harrison Ford, que já tinha um grande personagem no currículo, Han Solo, da franquia Star Wars, e a escolha não poderia ter sido melhor. Sabe aqueles atores que foram perfeitos para o papel de determinado personagem? Esse é o caso de Ford. Com seu chapéu de confiança, o chicote, a jaqueta de couro, o humor ácido, o seu jeito atrapalhado, e as decisões que dão erradas, tudo isso durante os perigos que Indy passa, Ford cria um personagem icônico, divertido, teimoso, extremamente carismático e que ganha o público com as suas inusitadas formas de escapar dos problemas. E ainda tem medo de cobras.


Karen Allen é a ex-namorada de Indy, Marion Ravenwood, faz uma protagonista forte que foge do estereotipo da mulher frágil, encarando todas as aventuras e os perigos juntos com o seu amado. A interação entre eles é divertida, já que ficam implicando um com o outro por causa do relacionamento que tiveram no passado, além de terem uma boa química juntos. Essa parceria iria se repetir vinte e sete anos depois, em Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal.


Os nazistas seriam os vilões de praticamente toda a franquia, sendo muito mais explorado no terceiro filme, A Última Cruzada – contando até com a aparição de Adolf Hitler -. Em Os Caçadores da Arca Perdida eram Mayor Toth (Romald Lacey), um vilão bem caricato que trabalhava para o serviço secreto alemão, considerado o maior inimigo de Jones, e René Belloq (Paul Freeman), um arqueólogo rival de Jones que é contratado pelos nazistas para encontrar a Arca dos Dez Mandamentos. E ainda tem Alfred Molina em seu papel de estreia nos cinemas, e que só aparece na sequência inicial.



A partir do segundo filme, o nome Indiana Jones apareceria no título de todos os filmes da franquia, tudo por causa do sucesso que o personagem faria. Os Caçadores da Arca Perdida é perfeito em todos os sentidos, um divertido filme de aventura que até os seus erros – seja na história ou nas sequências de ação – passam despercebidos, apesar de eu ainda preferir os outros filmes da franquia. Steven Spielberg e George Lucas criaram uma emocionante aventura que mistura humor inteligente, comédia, ação, suspense, romance, e até momentos sobrenaturais, sem temas mais profundos ou uma trama complicada, apenas puro entretenimento do melhor tipo. E Spielberg sabe muito bem o que está fazendo. Harrison Ford foi a escolha perfeita para interpretar Indiana Jones, trazendo carisma e elementos marcantes para o personagem, e ainda tem a trilha sonora de John Williams. Não tem como dar errado. Indiana Jones é o filme de aventura definitivo, e o maior da história do cinema.



OS CAÇADORES DA ARCA PERDIDA (RAIDERS OF THE LOST ARC)


Ano: 1981

Direção: Steven Spielberg

Duração: 116 min

Distribuidora: Paramount Pictures

Elenco: Harrison Ford, Karen Allen, Paul Freeman, John Rhys-Davies, Ronald Lacey e Denholm Elliott



NOTA: 9,5


Disponível no:















10 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comentários

Avaliado com 0 de 5 estrelas.
Ainda sem avaliações

Adicione uma avaliação
bottom of page