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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | INDEPENDENCE DAY: O RESSURGIMENTO



Há exatos vinte anos atrás, o diretor alemão Roland Emmerich lançava Independence Day, estrelado por Will Smith, Jeff Goldblum e Bill Pullman, que mostrava os alienígenas invadindo a Terra. Repleto de efeitos especiais inovadores para a época, o filme tinha várias cenas de destruição, incluindo a explosão da famosa Casa Branca dos EUA, levando os filmes catástrofes a um outro nível, resultando em uma bilheteria mundial de U$817 milhões de dólares. Sempre se falou em uma sequência da prodção, e nunca se concretizava, até que, finalmente, a FOX liberou a continuação. Independence Day - O Ressurgimento estreia com a importante missão de honrar o sucesso do original, para a produtora dar o sinal verde para o terceiro filme. Jeff Goldblum, Bill Pullman, Judd Hirsch, Vivica A. Fox e Brent Spiner retornam aos seus papéis, e Liam Hemsworth, Jessie Usher, Sela Ward e Charlotte Gainsbourg são as novas adições no elenco.


Vinte anos após a invasão alienígena que devastou grande parte do planeta, os alienígenas retornam para a Terra com a missão de destruir no núcleo da Terra para conseguir recursos para sobreviver. Dessa vez, eles vieram em maior número e com uma nave muito maior do que a anterior. Mas durante todo esse tempo, os seres humanos se aperfeiçoaram com a tecnologia extraterrestre, e farão de tudo para salvar a humanidade.


ID: O Ressurgimento é totalmente diferente do original, sendo pura ficção com invasão alienígena. É também um filme para entretenimento, sem pretensões de ser sério e com intenção de fazer uma trilogia. A continuação recebeu várias críticas negativas, e mesmo com seus defeitos, o novo filme de Emmerich é muito bom. Um dos seus pontos mais fortes, provavelmente o mais, são os efeitos especiais com as cenas de destruição e a invasão alienígena. Mesmo que não tenha uma destruição como a da Casa Branca, do primeiro filme, tudo o que acontece na continuação é grandioso e impressionante, levando a destruição e cenas de ação a um nível inimaginável. Os efeitos impressionam bastante. e nos apresentam cenas impactantes de deixar Michael Bay e seus Transformers no chinelo. O uso da câmera para mostrar, em escala global, a nave chegando na Terra, e todo o tamanho da nave alienígena é genial. E quando a enorme nave de mais de 4.000 km de comprimento entra na atmosfera, é um espetáculo de destruição. O fato de toda a tecnologia estar avançada e com ares futuristas deixa O Ressurgimento bem distante do seu antecessor. A cena final ganha toques semelhantes com o filme Guerra dos Mundos, com direito a uma rainha dos alienígenas. E se a nave alienígena é enorme, imagina o tamanho da criatura.



Outro ponto a favor é a criatividade em criar um mundo avançado e futurista. No filme, existe um sistema global que cuida de tudo o que acontece na Terra, que tem até uma base na Lua, cheio de naves espaciais futuristas e painéis de computação gráfica. A famosa área 51, que aparece no filme de 1996, reaparece na continuação, mais evoluída e cheia de tecnologia avançada. Mas nem tudo é esse cenário futurista, pois ainda tem casas, carros e ônibus escolares iguais aos que temos nos dias de hoje, sendo apenas o nosso sistema de defesa que avançou tecnologicamente. Diferente do filme de 1996, em O Ressurgimento, os seres alienígenas aparecem muito mais, e os vemos em ação fora das naves menores, no melhor estilo sci-fi, com direito a uma introdução ao seu habitat. Outro detalhe que deixou o filme ainda mais interessante, e fez todo o sentido, é uma esfera branca que, sem dar muitos spoilers, esconde os maiores segredos do universo que poderiam deixar os cientistas felizes, com revelações surpreendentes.


Um dos maiores erros do filme, talvez seja a trama simples, com seus diálogos, e os personagens poucos desenvolvidos. O primeiro filme teve muito mais suspense e mistério para apresentar a nave alienígena, mesmo que ela tenha aparecido logo no início. Ninguém sabia o que os alienígenas iriam fazer, sabíamos apenas que o filme prometia muita destruição. Em ID: O Ressurgimento, isso tudo não acontece. O diretor até tenta criar um suspense, mas não consegue muito, talvez por causa do excesso de piadinhas, ou apenas porque já sabemos o que vai acontecer. Ao invés disso, ele nos impressiona com tudo que está por vir. O enredo tem situações absurdas e os problemas são resolvidos facilmente, mas isso não estraga a proposta de entretenimento, e pode não parecer, mas tudo faz sentido e tem um porquê de estar acontecendo, inclusive um ônibus escolar com dez crianças estar no meio do deserto, exatamente onde acontece a batalha final.


ID: O Ressurgimento tem dois núcleos de personagens principais, misturando os do filme original com os novos. Jeff Goldblum, Bill Pulman, Brent Spiner, Vivica A. Fox e Judd Hirsch retornam aos seus papeis de origem, e traze-los de volta foi um grande acerto do filme, e a nostalgia de revê-los foi maravilhosa; pena que Will Smith não quis participar da sequência. Todos os personagens tem seus dramas explorados, mas sem muito aprofundamento, e temos situações que nos deixam apreensivos, mais porque são personagens queridos e conhecidos pelo público. Um dos coadjuvantes mais marcantes do original, o dr. Okum, retorna com todo o seu jeito doido cativa ainda mais. O personagem de Goldblum, David, tem muito mais importância na trama, e continua o mesmo com o seu jeito irônico e suas piadinhas, a maioria sem graça. O pai de David, Julius (Judd Hirsch) está na história somente por nostalgia, apesar de todo o seu carisma, tanto no original quanto na sequência, e sua relação com David é praticamente inexistente. O ex-presidente Withmore, personagem de Bill Pulman, está extremamente caricato, e repete o seu discurso de incentivo moral, do primeiro filme, totalmente desnecessário nessa sequência.



Dois dos novos personagens tem ligação direta com os do primeiro filme. Maika Monroe é Patricia, filha do ex-presidente Withmore, e Jessie Usher interpreta Dylan, filho do personagem de Will Smith, do primeiro filme. Aliás, Smith não aceitou retornar ao papel porque tinha recebido convite para atuar em Esquadrão Suicida. Liam Hemsworth é o mocinho Jake, noivo da Patricia Withmore, um ágil soldado com um carisma enorme.


O Independence Day de 1996 é um filme catástrofe com toques de ficção e O Ressurgimento é um filme de ficção sci-fi com toques de Guerra dos Mundos e batalhas entre humanos e alienígenas, o que poderá não agradar muita gente. São dois filmes diferentes, mas o enredo é praticamente o mesmo, só que em uma escala muito maior, com espetaculares cenas de destruição. Independence Day - O Ressurgimento é puro entretenimento, sem intenções de ser sério ou ter uma história profunda, e mesmo com alguns problemas, o filme diverte e empolga. Afinal, porque um filme sci-fi de invasão alienígena tem quer sério? A intenção é esquecer os problemas e divertir, e apesar das inúmeras falhas de seus filmes, Roland Emmerich sabe muito bem como entreter. Não é um filme perfeito, mas cumpre seu dever. A intenção do diretor é fazer mais um filme, e o final deixa muito claro isso. A Fox liberou apenas uma sequência, e resta esperar o resultado nas bilheterias para o diretor alemão receber o sinal verde e iniciar o seu ambicioso projeto. E sim, é muito ambicioso porque ele quer levar os filmes a um nível que irá se distanciar completamente do primeiro filme. Em uma recente entrevista, o diretor disse que o próximo filme terá viagens interestelares. Então, imagina só o que está por vir.





INDEPENDENCE DAY: O RESSURGIMENTO (INDEPENDENCE DAY: RESURGENCE)


Ano: 2016

Direção: Roland Emmerich

Elenco: Jeff Goldblum, Bill Pullman, Judd Hirsch, Vivica A. Fox, Brent Spiner, Liam Hemsworth, Jessie Usher, Sela Ward e Charlotte Gainsbourg



NOTA: 9,0













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