CRÍTICA | INCONTROLÁVEL

Lá em 1994, o diretor Jan De Bont lançava Velocidade Máxima, sobre um ônibus desgovernado, cheio de passageiros, pelas ruas de Los Angeles, lançando a carreira de Sandra Bullock ao estrelato. Agora, o renomado diretor Tony Scott, de Top Gun e Chamas da Vingança, e irmão de Ridley Scott, lança seu novo “guilty pleasure”, Incontrolável, estrelado por Denzel Washington e Chris Pine, que troca um ônibus por um trem carregado de produtos químicos. A grande diferença é que o filme de Scott é baseado em fatos reais. Rosario Dawson e Kevin Dunn também estão no elenco.

Um trem com vários produtos químicos altamente inflamáveis, parte sozinho da estação, colocando risco a vida de toda uma cidade que fica no caminho dos trilhos. Para tentar impedir o desastre, dois maquinistas, Frank (Washington) e Will (Pine), são encarregados de tentar parar o trem desgovernado.

Tony Scott consegue trazer um pouco dos filmes catástrofes dos anos 70, sem lutas, um vilão significativo, ou alguma catástrofe climática, e cria um filme empolgante e repleto de ação, com toques dramáticos, que prende a atenção do espectador desde o começo. Incontrolável tem um ritmo intenso, e o fato de usarem transmissões de TV ao vivo, dá um toque mais real e emocionante na produção, além da excelente direção de Scott, por focar praticamente a ação toda em função do trem desgovernado.

Assim como todo filme catástrofe, Incontrolável abusa dos clichês básicos do gênero: personagens com problemas familiares, decisões erradas, erros por puro descuido, e um pouco de heroísmo, elementos fundamentais para um filme de ação, mas que poderiam ter resoluções diferentes. Clichês esses que não atrapalham nem um pouco a diversão.

No núcleo da ação no trem, estão os personagens de Denzel Washington e Chris Pine, os “heróis” da produção, onde ambos passam por problemas pessoais, e com essa missão, é a chance da “redenção” deles, bem clichê por sinal. Ambos seguram as pontas no filme, e o entrosamento entre eles é claramente visível em tela. Do lado de fora do trem, no centro de controle, estão os personagens de Rosario Dawson e Kevin Dunn, com presenças marcantes e que praticamente só dão notícias ruins para os protagonistas.

Incontrolável é um filme que rende bons momentos de ação, passando a tensão necessária que uma produção do gênero deve ter, com bons efeitos especiais e uma trilha sonora que capta toda a emoção, mas está longe de se rum dos grandes trabalhos do diretor. Diverte e empolga com seu roteiro engenhoso e intenso que vai crescendo cada vez mais.

Originalmente publicado em 2010. Editado em 2020.