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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | IMPERDOÁVEL



Imperdoável, nova produção da Netflix, traz um tema que divide opiniões: alguém que cometeu um crime, assassinato, no caso aqui, merece uma segunda chance? Merece um perdão? A produção, dirigida por Nora Fingscheidt, e que é baseada em uma série de 2009, mostra exatamente isso, na visão da sempre talentosa Sandra Bullock, que dar um novo rumo à sua vida. Além de Bullock, estão no elenco Vincent D’Onofrio, John Bernthal, Viola Davis, Rob Morgan e Will Pullen.


Ruth Slater (Sandra Bullock) terminou de cumprir sua prisão por matar um policial, há vinte anos atrás, ainda quando estava com a custódia se sua irmã, Katherine. Agora, ela precisa seguir com sua vida, e além dos problemas que enfrentará pelo seu crime, Ruth decide reencontrar sua irmã.


Imperdoável é um filme nu e cru, toca direto na ferida da personagem de Bullock, e não a poupa nem um pouco, mas fica a sensação que poderia ter sido mais aprofundado algumas questões. A trama é bem amarrada, sabe criar momentos de tensão, é angustiante em vários momentos, e o perigo que Ruth passa, sendo ameaçada pelo seu crime, acontece a todo instante. Ela tenta se restabelecer na sociedade, mas o passado, e as pessoas envolvidas, não deixam. Enquanto a trama se desenvolve, vamos descobrindo, aos poucos, o que aconteceu com Ruth, e os motivos do qual ela foi presa, tudo através de flashbacks, deixando uma inesperada reviravolta para o final. O problema no roteiro, é que algumas situações são muito rasas, e os conflitos não tem a magnitude esperada para um filme do gênero. Imperdoável é tenso, angustiante, mas fica numa zona de conforto.


Sandra Bullock prova, mais uma vez, a incrível atriz que é, entregando uma interpretação arrasadora e irreconhecível, mais contida, quieta até a metade, mostrando a solidão da personagem em carregar o peso de ser uma “assassina de policial”, tentando ter uma vida “normal”, em uma sociedade que não aceita dar uma segunda chance. Sua busca para reencontrar a sua irmã, Katherine (Aisling Franciosi), é comovente, mas o roteiro é mal conduzido em relação a elas, assim como o envolvimento dos pais adotivos de Katherine. Outro nome de peso em Imperdoável é Viola Davis, em um papel menor e pouco aproveitado, ainda que tenha mais relevância no final, e toda a carga dramática da personagem está ali, só faltou um conflito melhor.



Um personagem que poderia fazer diferença na trama é o de John Bernthal, Blake, colega de trabalho de Ruth, já que é plantado um possível romance entre eles, mas que não vinga; a química entre eles parecia ser muito boa. Outro núcleo importante é dos filhos do policial que Ruth matou, razoavelmente bem desenvolvidos, e é interessante uma pequena reviravolta que acontece aqui.


Em geral, Imperdoável é um forte e poderoso drama sobre segundas chances, e tentar se restabelecer na sociedade, que, apesar dos problemas no desenvolvimento do roteiro, é eficiente em criar momentos de tensão, além de ter um plot twist inesperado que poderá mudar a visão de tudo que você teve até então. Alguns personagens poderiam ter mais destaques, e o conflito que os envolve com Ruth, poderiam ser mais aproveitados, o que daria uma profundidade maior na trama, duplicando o impacto que a produção deixa no espectador, mas já é o suficiente para a trama nos envolver. E só pela atuação de Sandra Bullock, o filme já vale a pena. Será que uma indicação ao Oscar, vem aí?




IMPERDOÁVEL (THE UNFORGIVABLE)


Ano: 2021

Direção: Nora Fingscheidt

Elenco: Vincent D’Onofrio, John Bernthal, Viola Davis, Rob Morgan e Will Pullen.



NOTA: 8,5




Disponível na NETFLIX.















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