Junto com a “A24”, a Blumhouse é uma das mais conhecidas produtoras do gênero terror nos cinemas, e com certeza você já deve ter assistido – pelo menos -, alguns dos filmes. Os últimos destaques foram Megan, Five Nights At Freddy’s, e Mergulho Noturno, que abriu a safra de filmes da produtora em 2024. Nem sempre a Blumhouse acerta nos seus filmes, e Mergulho Noturno é o mais recente exemplo. Agora, temos “Imaginário – Brinquedo Diabólico”, o novo terror do estúdio que, mesmo tendo um brinquedo como o vilão, funciona mais como uma história sobrenatural, algo parecido como Annabelle, mas mais criativo. Na trama, Jéssica (DeWanda Wise) se muda com o seu marido e as duas filhas dele para a sua casa de infância. Lá, a garotinha mais nova, Alice (Pyper Braun), encontra um ursinho de pelúcia chamado Chauncey, e começa a conversar com um “amigo imaginário”. Porém, o boneco não é o que aparenta ser.
"Brinquedo Diabólico" é um terror mais sugestivo, até um certo ponto, um suspense psicológico com uma trama mais puxada para o sobrenatural, e é um dos filmes mais criativos entre os que tem sido lançado ultimamente. Isso porque a narrativa explora o imaginário dos personagens, e do espectador, mostrando que Chauncey é muito mais do que um simples ursinho de pelúcia. Aliás, há uma reviravolta lá pela metade do filme, e o terceiro ato é surpreendente e diferente do restante da produção, algo que nunca imaginávamos que poderia acontecer. Os clichês de filmes de terror estão presentes – porão, as olhadas embaixo da cama, traumas do passado, a adolescente revoltada -, e o filme como um todo é bastante criativo, mas nada que irá mudar algo no gênero. Para quem gosta de sustos fáceis, o filme é uma boa pedida, e ambientação escura ajuda no tom de suspense, apesar de faltar a tensão necessária.
O roteiro de "Imaginário: Brinquedo Diabólico" explora muito o passado e os traumas dos personagens, principalmente os de DeWanda Wise, e Pyper Braun. A primeira interpreta Jéssica, que tem problemas na relação com a sua enteada mais velha, Taylor (Taegen Burns), e é a que tem o seu passado mais explorado, fazendo uma conexão com tudo o que está acontecendo no presente. Pyper Braun brilha como a garotinha Alice, que começa a conversar com seu novo amigo, Chauncey. Já Taylor é a típica adolescente revoltada e chatinha, e tem Gloria, uma personagem misteriosa com uma ligação no passado de uma das personagens. E claro, não poderia deixar de mencionar o ursinho Chauncey, que as vezes parece que tem um espírito maligno dentro dele, ou que uma entidade está sempre por perto, e os poucos momentos de suspense são com ele. Sabemos muito por cima sobre a sua origem, mas quem sabe em um outro filme?
À primeira vista, o filme parece ser mais um daqueles típicos sobre assombrações, amigos imaginários, ou até um boneco assassino, e o filme meio que se desenrola assim. Porém, após um “plot twist” inesperado, a trama da uma virada interessante, indo para o lado da fantasia. No fim, "Imaginário: Brinquedo Diabólico" dá a impressão de ser um filme de terror para adolescentes, já que não é um filme pesado e carece de momentos tensos, mas tem uma trama cheia de mistérios, envolve o espectador nesse mundo novo, muitas sequências impressionam pelo que é mostrado – principalmente no ato final -, e é bem criativo e interessante de assistir. É um terror sobre traumas do passado, problemas mal resolvidos, lembranças, e amigos imaginários. Você já teve algum amigo imaginário na infância? E sim, o final deixa em aberto para uma sequência, e quem sabe uma franquia, já que somos apresentados a um universo totalmente diferente.
IMAGINÁRIO: BRINQUEDO DIABÓLICO (IMAGINARY)
Ano: 2024
Direção: Jeff Wadlow
Distribuidora: Paris Filmes/Blumhouse
Duração: 105 min
Elenco: DeWanda Wise, Pyper Braun, Taegen Burns e Betty Buckley.
NOTA: 8,0
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