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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | HISTÓRIAS ASSUSTADORAS PARA CONTAR NO ESCURO

Atualizado: 4 de nov. de 2021



O produtor e diretor mexicano Guilhermo Del Toro é famoso por fazer filmes de terror com criaturas das mais diversas: Mama, O Labirinto do Fauno, Não Tenha Medo do Escuro, O Orfanato, são alguns exemplos. Dono de uma imaginação fértil, Del Toro cria contos apavorantes que envolvem o espectador em um mundo que só ele consegue imaginar. O seu mais novo projeto é um ótimo exemplo disso tudo, Histórias Assustadoras Para Contar No Escuro, onde ele apenas assina como produtor, a direção fica a cargo do norueguês André Øvredal. Bebendo da fonte de Stranger Things e IT, o filme é baseado em contos escritos por Alvin Schwartz, e tem no elenco Zoe Margaret Colleti, Michael Garza, Austin Zajur, Gabriel Rush, Nathalie Ganzhorn e Dean Norris.


Na história, um grupo de amigos vai até uma mansão abandonada na noite de Halloween, e acabam descobrindo um livro com histórias escritas por uma garotinha que já morreu. Não demora muito para que, um a um, eles comecem a desaparecer, de acordo com a história de cada uma escrita no livro.


Com esse mistério de como as histórias aparecem no tal livro, o diretor André Øvredal conduz uma trama inspirada em IT, o que torna Histórias Assustadoras um filme voltado para o público mais jovem. Del Toro não investe em sangue, vísceras e esses elementos de filmes de terror, e muito menos nos sustos fáceis (embora tenha alguns poucos), e sim no mistério envolvendo o segredo em torno do livro. Os piores medos dos protagonistas são os grandes vilões, personificados em criaturas bizarras e assustadoras, fazendo bom uso dos efeitos em CGI. Destaque para a criatura que aparece na vez de Chuck (Austin Zajur), realmente bizarra e assustadora, em uma sequência bem tensa.



Sem fazer muita ligação com a trama, apenas para situar a época que se passa, André Øvredal usa as famosas eleições americanas na qual Nixon foi eleito, além de situar a guerra no Vietnã, que estava no auge. Paralelo a isso, o diretor norueguês aborda temas como Bullying, sexismo, xenofobia e dramas familiares, temas já abordados em Stranger Things e IT. O problema é que o roteiro não explora tanto esses assuntos, e acabam ficando de lado, parecendo que os produtores queriam abordar apenas para se inserir nos problemas sociais, que estão em alta nos dias de hoje.


O elenco juvenil está ótimo, divertido, e consegue arrancar simpatia do espectador, ainda que não chegue perto do clube dos perdedores de IT – A Coisa. Ramón Morales (Michael Garza), Stella (Zoe Margaret Colletti), Auggie (Gabriel Rush) e Chuck (Austin Zajur) são os jovens protagonistas do filme, onde todos têm um medo especifico, problemas familiares e segredos. Os personagens de Gabriel e Austin são os “alivio cômicos” da produção, Zoe Colletti é a jovem garota cujo drama é o mais explorado na história, e Michael Garza é o simpático garoto imigrante que acaba se enturmando com os três amigos de infância.


Com cenários bem produzidos de típicos de filmes de terror, Histórias Assustadoras é eficiente na sua proposta, não tem tanta emoção, mas o diretor conduz bem a trama, apesar de que poderia ter desenvolvido melhor alguns temas. Quando descobrimos o segredo do tal livro, e o da garota que já morreu, parece que tudo ficou um pouco superficial, mas nada que estrague a diversão. Guilhermo Del Toro deixa um final em aberto, bem legal por sinal, para uma possível sequência. História e motivos têm, basta saber se eles vão desenvolver melhor alguns assuntos.



HISTÓRIAS ASSUSTADORAS PARA CONTAR NO ESCURO (SCARY STORIES TO TELL IN THE DARK)


Ano: 2019

Direção: André Øvredal

Elenco: Zoe Margaret Colleti, Michael Garza, Austin Zajur, Gabriel Rush, Nathalie Ganzhorn e Dean Norris


NOTA: 8,0


Disponível na HBO MAX.









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