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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | HEREDITÁRIO



Um dos subgêneros do terror que mais tem atraído pessoas é o sobrenatural, muito devido ao sucesso de filmes mais comerciais, como Invocação do Mal, Sobrenatural, Atividade Paranormal, entre outros. Esse subgênero tem se desgastado muito com lançamentos irrelevantes e ruins, mas existem outros filmes mais independentes e que muitas vezes passam longe do grande público, como A Bruxa, O Ritual, entre outros, produções onde o espectador precisa pensar mais, o roteiro não entrega tudo “mastigado”.


Hereditário, filme de estreia do diretor Ari Aster, é um outro exemplo de produções nesse estilo, trazendo uma trama cheia de detalhes e interpretações onde tudo acaba se conectando no final. Abordando temas como depressão, o luto, a loucura, e problemas familiares, Hereditário mostra os traumas da família Graham, Annie (Toni Collette), Peter (Alex Wolff), Charlie (Milly Shapiro) e Steve (Gabriel Byrne), que começa com a morte da matriarca – que sofria de distúrbios mentais -, e a partir daí terríveis acontecimentos acabam destruindo a família.


Hereditário não é um filme fácil de se compreender, tem muita coisa oculta, muitos detalhes e informações jogadas ao longo da trama, mas que no final tudo vai fazer sentido. De uma forma geral, o filme de Ari Aster é um terror psicológico, com uma forte carga dramática, temas pesados, e cenas angustiantes que vão deixar o público incomodado, de alguma forma. Hereditary, no original, é um filme mais subjetivo, o espectador precisa entender o que está acontecendo, prestar atenção no filme e em cada detalhe das cenas de terror, nada é entregue pronto. A tensão vai aumentando aos poucos – começa como uma história sobre luto, e vai se transformando em um misto de loucura com uma pegada sobrenatural, e tem até rituais e cultos demoníacos -, a atmosfera sombria e pesada se mistura com uma trilha sonora melancólica e cenas impactantes, criando momentos de puro suspense. E também não é um filme de sustos fáceis, e o medo fica por conta das situações chocantes que a família passa.



Todos os personagens têm traumas e problemas mentais – com exceção de Steve (Gabriel Byrne), o único lúcido -, e os temas são os mais diversos: angústias, puberdade, problemas familiares, abortos, e cada um dos personagens entregam excelentes atuações. Mas Toni Colette rouba a cena em todos os momentos, além do que, a sua personagem é a que mais sofre pelos traumas. A atriz domina sua personagem de uma forma aterrorizante, mostrando todas as nuances e sentimentos de sua personagem – seja nos momentos dramáticos, nos de tensão, de desespero, descontrole -. O passado de sua personagem, Annie, é fundamental para entender a trama e todos os eventos que acontecem, um passado cheio de segredos e com revelações surpreendentes.


Outro detalhe interessante em Hereditário, são as maquetes que Annie faz, que nada mais são que a casa deles em miniatura, e aí tem muitos detalhes que estão conectados com a trama, e se você prestar bem a atenção, faz muito sentido. Com muitas cenas sugestivas, metáforas, e detalhes escondidos em várias cenas, Hereditário não é um filme fácil de se entender, onde o espectador precisa ficar ligado na trama para não perder os pequenos detalhes, além de ter um clima pesado e sombrio. A cena final pode dividir opiniões, ainda mais pela intensidade que o filme inteiro foi, mas surpreende e ainda assim é tenso. É um suspense psicológico com toques sobrenaturais, e também um forte drama sobre perdas, lutos e problemas do passado, com atuações marcantes que tornam o filme ainda mais assustador. Hereditário foge dos filmes de terror mais comerciais, é uma produção mais cult e que tem um tipo de abordagem bem diferente.



 

HEREDITÁRIO (HEREDITARY)(


Ano: 2028

Direção: Ari Aster

Distribuidora: A24

Duração: 127 min

Elenco: Toni Collette, Alex Wolff), Milly Shapiro, Gabriel Byrne e Ann Dowd.


NOTA: 9,5


Disponível na






| O TEXTO ABAIXO CONTÉM SPOILERS SOBRE O FILME:





ENTENDENDO HEREDITÁRIO


Hereditário vem de genética, e isso explica por que Annie tem problemas psicológicos – sua mãe tinha distúrbios e acabou passando para ela -. Ao decorrer da trama, é revelado que a mãe dela se envolvia com ocultismo e rituais, mais precisamente com o demônio Paimom, o “oitavo rei do inferno”. A mãe de Annie pretendia invocar o demônio, e para isso ela precisava de um “corpo”, o de seus netos, Peter (Alex Wolff) e Charlie (Milly Shapiro). Primeiro ela tentou com Charlie, e por isso ela tinha uma forte conexão com a sua avó. Mas acontece que Paimon precisava de um corpo masculino, e o corpo ideal era o de Peter. Annie era uma “intermediária e fazia parte da família, já Steve não levava o sangue da família, e então não servia para nada – por isso ele foi queimado, descartado -, além de ser o único que estava "lúcido" o filme inteiro.




É revelado que a mãe de Annie fazia parte de um culto para trazer o demônio Paimon de volta a Terra. Primeiro, ela tentou com o Charles, irmão de Annie – no grupo de apoio, ela revela o que aconteceu com ele -, e depois tentou com Peter. Porém, a avó não tinha muita proximidade com ele porque Annie e ela estavam afastadas, e daí a terceira tentativa foi Charlie. Logo quando Charlie nasceu, ela ficou um tempo com sua avó, e foi aí que Paimon conseguiu entrar na garotinha, só que o ritual não foi completado porque o demônio precisava de um corpo masculino. Através de Charlie, e de uma amiga da avó, Joan (Ann Dowd), ela “conseguiu acesso” a Peter – mesmo após de morta -, e finalmente conseguiu completar o ritual.












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