CRÍTICA | HALLOWEEN 5: A VINGANÇA DE MICHAEL MYERS

O ano era 1988, e franquias como Sexta-Feira 13 e A Hora do Pesadelo já mostravam sinais de cansaço, mas aí veio Halloween 4: O Retorno de Michael Myers trazendo de volta o icônico vilão mascarado que acabou dando um folego para gênero. O quarto filme acabou se tornando um grande sucesso de bilheteria e crítica – não tanto assim, mas para um slasher até que foi muito bem -, e o produtor Moustapha Akkad já estava planejando um quinto filme, provavelmente indo na onda das continuações da franquia do Jason e Freddy Krueger. Um ano depois foi lançado Halloween 5: A Vingança de Michael Myers, um slasher chato e genérico, provando que não devemos fazer um filme no impulso e com pressa.

No final de Halloween 4 uma chocante revelação deixou os fãs empolgados: a garotinha Jamie (Danielle Harris) esfaqueou a sua mãe adotiva, exatamente como Michael Myers matou a sua irmã, mostrado no primeiro filme. O roteiro original mostrava que Jamie seria a nova assassina, ocupando o lugar de Michael, mas essa ideia foi rejeitada pelo estúdio, e os roteiristas tiveram que inventar uma forma de ele “ressuscitar”; o que não era difícil, claro. A trama acontece um ano após o quarto filme, mostrando Jamie internada em um hospital psiquiátrico para crianças, em Haddonfield. Agora, Jamie tem um tipo de ligação telepática com Michael Myers, e tem ataques toda vez que ele começa a perseguir e matar suas vítimas, e claro, a intenção dele é matar Jamie e todos que estiverem no caminho. Ellie Cornell, Donald Pleasence, e Tamara Glynn estão no elenco.

Halloween 5: A Vingança de Michael Myers simplesmente é mais um slasher de um assassino perseguindo jovens e matando-os, sem nenhuma originalidade, mostrando sinais de cansaço de uma franquia que a recém tinha voltado com tudo. O mistério e o suspense são quase inexistentes, não tem momentos tensos, os cenários são escuros demais - e a trama fica circulando em vários lugares -. Há também um sério problema com a máscara de Michael, que parece não estar colocada direito. O fato de a garotinha estar conectada telepaticamente com o seu tio assassino, resultado do “gancho” que o quarto filme deixou, é o ponto mais interessante do quinto capítulo, indicando que ela poderia se tornar a assassina. Porém, os produtores decidiram ir para o lado mais óbvio e genérico. Até as cenas de perseguição e violência deixam a desejar, onde poucas se salvam, assim como a clássica música tema da franquia que, praticamente, está inexistente também.

Os personagens são chatos, desinteressantes, e nada desenvolvidos, pouco sabemos sobre eles e por consequência, pouco se importamos com o que acontece. A garotinha Jamie é novamente interpretada por Danielle Harris e, inesperadamente, acaba se tornando uma ótima “final girl”, e o seu carisma faz com que a gente torça por ela; mas e se ela fosse, de fato, a nova assassina da franquia, pegando o posto do seu tio? Sem muitos spoilers, Rachel (Ellie Cornell) tem uma pequena participação, uma pena porque ela era ótima e provavelmente o maior destaque depois de Jamie Lee Curtis. Donald Pleasence retorna ao papel do dr. Loomis, e seu personagem em Halloween 5 prova que ele já deveria ter sido assassinado – provavelmente seria uma ótima reviravolta para a trama insonsa -. Ele já era obcecado Myers desde o primeiro filme, mas agora, essa obsessão já está chata e exagerada, sempre com as mesmas motivações.

Halloween 5 – A Vingança de Michael Myers não tem grandes surpresas ou reviravoltas interessantes, tem uma trama chata e nada de original, e personagens descartáveis, sendo os primeiros indícios que a franquia de Michael Myers precisava terminar. Mas claro que não seria o fim, até porque, o serial killer conseguiu escapar – pelo menos, ele não morreu de novo -. Aliás, uma figura misteriosa aparece em alguns momentos do filme, e tem um papel importante para o desfecho, e para o próximo filme, Halloween 6 – A Última Vingança.