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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | GRAVIDADE

Atualizado: 4 de nov. de 2021



É raro um filme ser realmente bom, daqueles sem defeitos, que ganha nota máxima nas críticas. Tá, sem defeitos pode até ser um exagero, mas o novo longa do diretor Alfonso Cuarón, é um desses raros casos. O cineasta já nos trouxe ótimos filmes, como Filhos da Esperança, de 2006, com uma baita reflexão sobre a humanidade; e também dirigiu o terceiro filme da saga Harry Potter, O Prisioneiro de Askabam. Gravidade, a mais recente película do diretor e roteirista mexicano, é uma imersão ao universo, com todos os perigos que o espaço pode causar aos seres humanos, como diz no início: “A vida no espaço é impossível.” Estrelado por Sandra Bullock e George Clooney, Gravidade é uma emocionante e tensa história sobre tentar sobreviver no espaço.


Dois astronautas, a dr. Ryan Stone (Bullock) e o comandante Matt Kowalski (Clooney), estão no espaço fazendo reparos no telescópio Hubble. Eles, e toda sua equipe, são avisados pelo centro de controle que a Rússia abateu uma estação deles, e os destroços ficaram presos na gravidade, rondando todo o planeta. Sem demora, toda a nave deles é destruída, deixando os dois astronautas à deriva no espaço tentando encontrar um jeito de chegar até uma estação espacial e retornar para a Terra.


Gravidade é um filme impecável, desde a sua parte técnica, até a trilha sonora e a atuação de Bullock e Clooney, onde os únicos erros são alguns dados técnicos que não poderiam acontecer em uma situação real. Começando pela parte técnica, o longa de Cuarón é, praticamente, 80% de efeitos especiais, o que seria algo muito duvidoso de dar certo. A história de Gravidade se passa o tempo todo no espaço, e não só dentro das espaçonaves, mas principalmente do lado de fora, onde os personagens ficam “flutuando” ao redor da Terra. O plano de fundo, mostrando a Terra, é de uma beleza impecável, e nos faz sentir como se estivéssemos lá com os atores; são cenários de tirar o fôlego e muito realistas. E podemos ver isso logo no início, e durante o filme todo também, nos belos momentos antes de acontecer as catástrofes.



Falando nisso, todos os acidentes, e as cenas de ação são grandiosas e impressionantes, deixando o espectador de “queixo caído” com tanta coisa que acontece; e a forma como o diretor mostra, em planos sequências, nos faz sentir todo o pavor dos personagens, além de nos deixar curiosos pra saber o que aconteceu.


Para deixar tudo ainda mais belo, temos a maravilhosa trilha sonora de Steven Price, que mistura sons calmos que combinam com as belas imagens no espaço, e trilhas mais emocionantes nas cenas de ação; destaco aqui as cenas finais, que poderão fazer o espectador mais sensível chorar, de tão lindo que é. Sabemos que no espaço, o som não se propaga, como por exemplo, uma explosão ou objetos destruindo algo, não emitem som nenhum; e Gravidade retrata muito bem. São várias cenas onde só podemos ouvir os personagens conversando, e a ausência do som nos faz imergir dentro filme ainda mais. E quando temos as cenas de ação, a trilha sonora faz todo o trabalho.



Sandra Bullock e George Clooney são, praticamente, os únicos atores em cena, e a personagem de Bullock é que mais vemos em tela. Clooney é o veterano astronauta Kowalski, que está em sua ultima missão antes de se aposentar. Ele é o alívio cômico, contando histórias, piadas, e ajudando a dr. Ryan Stone. Clooney esbanja todo o seu charme e carisma no personagem em uma ótima atuação, ainda que não se destaque tanto. O maior feito é Sandra Bullock e sua angustiada Ryan Stone. É um personagem forte, tem uma história de superação, fica grande parte do filme com medo, e enfrenta as situações mais terríveis no espaço. Bullock está simplesmente sensacional, em uma atuação natural, simples e emocionante, fazendo a gente se emocionar com a sua história e situação, digna de Oscar.


Quando Gravidade termina, depois das cenas finais de alta carga emocional, ficamos com uma sensação de que tivemos sorte de ter presenciado esse espetáculo de filme. E tudo isso com uma história simples e básica o suficiente para causar impacto nos seus 90 minutos de duração. Alfonso Cuaron nos entrega um filme perfeito, emocionante, e repleto de tensão, com cenários maravilhosos e muito bem feito.






GRAVIDADE (GRAVITY)


Ano: 2013

Direção: Alfonso Cuarón

Elenco: Sandra Bullock e George Clooney.



NOTA: 10




Disponível na HBO MAX.









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