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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | GRAN TURISMO - DE JOGADOR A CORREDOR



Quando algum filme baseado em videogame é anunciado as expectativas acabam ficando baixas, já que a maioria das adaptações nunca caem no gosto do público e dos fãs dos games. Mas esse ano parece que “o jogo virou”: Super Mario Bros é a segunda maior bilheteria do ano – atrás apenas de Barbie -, além do inesperado sucesso de “Five Night At Freddy’s”. Em 2014, Need For Speed tentou emplacar, mas acabou não fazendo o sucesso esperado, e agora, é a vez do maior simulador de corrida do console Playstation, Gran Turismo, tentar ganhar espaço entre as melhores adaptações de videogames para os cinemas. Para criar o roteiro de Gran Turismo: De Jogador a Corredor, o diretor Neil Blomkamp, e a Sony, se basearam na história real do automobilista britânico Jann Mardenborough, que participou do torneio da GT Academy, em 2011, que transforma jogadores de videogame em pilotos de corrida profissionais.


A narrativa de “Gran Turismo: De Jogador a Corredor” não é nenhuma novidade – a clássica jornada de superação do protagonista -, e não poderia ser diferente, já que a história é real. Jann (Archie Madekwe) é um jovem que sonha em se tornar um piloto profissional de automobilismo, indo contra a vontade de seu pai (interpretado por Djimon Hounsou). Quando surge a oportunidade realizar seu sonho, Jann enfrentará uma acirrada competição, além de precisar mostrar para todo mundo que ele é capaz de se tornar um piloto de verdade. Orlando Bloom e David Harbour também estão no elenco.


Gran Turismo: De Jogador a Corredor é uma das grandes surpresas do ano, consegue divertir e emocionar o espectador com uma trama muito bem amarrada, junta a história real do protagonista com as intensas corridas automobilísticas, além de misturar o “gameplay” e simulação com cenas reais. A trama é envolvente, apesar dos clichês de filmes de esportes, e é bastante previsível também – não por ser baseado em uma história real, mas sim porque sabemos que Jann vai conseguir a licença e se dar bem no final -, mas isso não estraga em nada o divertimento e as surpresas que estão por vir. É uma trama bem simples e nada que já não vimos em filmes do gênero, mas empolga e diverte na medida certa. A primeira parte foca na história do protagonista e no seu treinamento para a academia, e as corridas demoram para acontecer. Mas quando chegam não deixam a desejar: são corridas cheias de adrenalina e velocidade em um ritmo frenético, tenso, e com vários problemas e conflitos ao longo da trama. Grande parte desse ritmo é por causa da competente edição e montagem, fazendo com que o espectador seja inserido dentro das corridas e de toda a emoção que o próprio protagonista sente na hora de pilotar.



Gran Turismo nada mais é do que uma história de superação no meio esportivo – o jovem promissor que não se encaixa e que precisa provar que ele, e os outros jogadores de videogame, podem sim se tornar pilotos profissionais -. A trama acompanha a história real de Jann Mardenborough, e coube a Archie Madekwe (Midsommar e Agente Stone) dar vida ao protagonista. Archie tem um carisma incrível e se encaixou perfeitamente no papel de Jann, passando para o espectador toda a dificuldade de mostrar que é capaz de realizar o seu sonho, um jovem inexperiente com problemas pessoais e que é apaixonado por uma garota, além de fazer a gente torcer para que tudo dê certo. E o filme fica ainda melhor quando David Harbour (de Stranger Things), que interpreta Jack Salter, o treinador de Jann, começa a interagir com o protagonista. A química entre os dois é visível em tela, estão em uma sintonia de “professor e aluno” incrível que convence o público de imediato, e a dupla é responsável por mostrar o lado mais humano da trama. No núcleo principal ainda tem Orlando Bloom, que interpreta o executivo Danny Moore, personagem que só faz marketing para a Nissan e mostra o lado cruel dos empresários que só pensam na “imagem” e não nas qualidades dos corredores.



As poucas mais de duas horas de Gran Turismo – De Jogador a Corredor passam rápido graças a sua trama ágil, envolvente, e a ótima interação entre Archie Madekwe e David Harbour, e deve agradar o público em geral e os fãs do simulador do PlayStation. O longa de Neil Blomkamp não pretende inovar o gênero, pelo contrário, a trama é repleta de clichês e sabemos praticamente tudo o que vai acontecer com o protagonista, mas é muito bem desenvolvida, tem momentos emocionantes e cheio de adrenalinas, e entre uma pista de corrida e outra – com um emocionante desfecho na famosa “Le Mans” -, piadas com muito bom humor e drama na medida certa, De Jogador a Corredor consegue atingir todos os públicos perfeitamente.



GRAN TURISMO - DE JOGADOR A CORREDOR (GRAN TURISMO)


Ano: 2023

Direção: Neil Blomkamp

Distribuidora: Sony Pictures

Duração: 135 min

Elenco: David Harbour, Archie Madekwe Orlando Bloom, Djimon Hounsou.



NOTA: 9,0

















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