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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | GODZILLA

Atualizado: 1 de abr.



Godzilla é considerado um ícone dos monstros no cinema mundial, e várias versões surgiram desde sua primeira aparição. A maioria dos filmes japoneses mostram Godzilla como um herói que enfrenta outros monstros alienígenas para salvar o mundo. Em 1998, o diretor alemão Roland Emmerich deu uma repaginada no monstro e o colocou em Nova York, onde o retratou como um animal perdido que só quer encontrar um lar para seus filhotes. Agora, o diretor Garret Edwards, que iniciou sua carreira com o ótimo Monstros (Monsters, 2010), foi o escolhido para fazer uma nova versão muito mais parecida com os filmes japoneses. No elenco estão Aaron Taylor-Johnson, Elisabeth Olsen, Ken Watanabe, Juliet Binoche, Bryan Cranston e Sally Hawkings.


Joe Brody (Bryan) criou o filho Ford (Aaron) sozinho após a morte de sua esposa em um acidente nuclear no Japão. Ele sempre suspeitou que não foi um simples acidente, e acaba descobrindo que o governo escondia dois monstros. Se não bastasse a fuga dos MUTOs, uma outra criatura apareceu, Godzilla, mas esse será a única salvação para derrotar os monstros e restaurar a ordem da natureza.


Nessa versão, Godzilla tem um visual diferente, visto nos filmes japoneses, além dele enfrentar outros monstros denominados MUTOs (Organismo Terrestre Massivo Não Identificado), denominação que dá errado depois que um deles começa a voar. A primeira parte do filme mostra um drama familiar bem desenvolvido, mas que se perde (algo comum em filmes desse gênero). Assim que a história se desenvolve, os monstros começam a surgir, junto com as destruições, e o que era para ser empolgante se torna um tédio: Godzilla demora para aparecer, e quando aparece é mostrado durante uns míseros segundos; diferente dos MUTOs, que aparecem várias vezes. O que o espectador quer ver é Godzilla enfrentando os monstros, mas quando eles vão se enfrentar, a cena é cortada. Além disso, o roteiro explica demais o que está acontecendo para o espectador, se tornando chato e tedioso, acabando com todo o ritmo eletrizante que deveria ter. Mas a espera é muito bem compensada nos seus trinta minutos finais, que prometem muita ação, destruição, e embates épicos entre os monstros.



Em filmes catástrofes o grande problema da história é o desenvolvimento dos personagens, algo muito necessário para que a gente tenha alguma empatia quando algo acontece com eles. E Garret Edwards comete esse erro. O drama de Ford com seu pai, onde ninguém acreditou nele e depois todos viram que ele estava certo, podia ter sido muito mais explorado na trama, mas que acabou terminando antes da metade. Depois, temos o drama de Ford com sua esposa, que não convence, pois eles não têm entrosamento nenhum, e na cena final que era para ser emocionante, faz a gente pensar: "Tá, e o Godzilla?" Aaron Taylor convence como o mocinho da história, mas divide esse título com Godzilla, que se sai bem melhor. Elisabeth Olsen está dispensável na trama, e os coadjuvantes ficam "passeando" na história.


Mas o filme do Godzilla realmente impressiona nos efeitos visuais e nas cenas com os monstros, escondendo os defeitos da trama. A batalha entre os três monstros no final é espetacular e cheia de destruição, exatamente o que público quer ver, compensando toda a trama entediante. A produção de Garret Edwards mostra que Godzilla é o verdadeiro herói, e que surgirá novamente quando a Terra estiver em perigo. Não espere um enredo profundo porque o que importa aqui são os efeitos especiais e as cenas de ação, e mesmo tendo problemas no roteiro e na construção dos personagens, a diversão é garantida. Godzilla é o melhor filme de monstros dos últimos anos.



GODZILLA


Ano: 2014

Direção: Garret Edwards

Distribuidora: Warner Bros. Pictures

Elenco: Aaron Taylor-Johnson, Elisabeth Olsen, Ken Watanabe, Juliet Binoche, Bryan Cranston e Sally Hawkings.



NOTA: 8,0


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