top of page
Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | GLADIADOR (2000)



Gladiador, dirigido por Ridley Scott e estrelado por Russell Crowe e Joaquin Phoenix, é um dos maiores épicos contemporâneos, e revisitando 24 anos depois de seu lançamento, continua sendo um marco no cinema que consegue superar o tempo. A produção épica foi indicada à 12 Oscars, e ganhou cinco – melhor Filme, Ator (Russell Crowe), Figurino, Efeitos Visuais e Som, e arrecadou mais de U$460 milhões de bilheteria pelo mundo. Além disso, a produção abriu portas para o retorno dos filmes históricos nos cinemas, como Tróia, Alexandre, Cruzada, entre outros.


Na trama, o general Maximus (Russell Crowe) era o braço direito do imperador Marco Aurélio (Richard Harris), e que pretendia voltar a para a sua família. Mas sua vida mudaria totalmente com a decisão do imperador em torna-lo o seu sucessor no poder de Roma, causando a inveja de seu filho, Cômodo (Joaquin Phoenix), que mata seu pai, assume o trono, e ordena que seus soldados matem Maximus e sua família. O general consegue escapar, e promete vingança contra Cômodo, se escondendo como escravo e Gladiador. Connie Nielsen, Oliver Reed, Dijimon Hounsou, Tommy Flanagan e Derek Jacobi estão no elenco.


Ridley Scott foi bastante criticado pelos historiadores por fazer alterações em alguns eventos históricos, mudando alguns acontecimentos, mas mantendo outros. Claro que devemos levar em consideração que é um filme de ficção – apesar de usar fatos reais -, e esses acontecimentos históricos foram alterados para se adequar a uma história de vingança tipicamente norte-americana, e que no fim deu muito certo: Gladiador é um épico eletrizante e emocionante que faz o espectador torcer para que Maximus consiga vingar a morte de sua família. A trama não é o forte do filme de Scott, mesmo fazendo o espectador imergir na história, e o destaque maior vai para os efeitos especiais, a direção de arte, e as intensas sequências de ação, principalmente as dos gladiadores no Coliseu, que são um espetáculo visual cheio de tensão, com lutas coreografadas e repletas de sangue, sequências essas que marcaram na época do lançamento e que impressionam até hoje. Aliás, grande parte desse monumento histórico de Roma foi criado com efeitos especiais, sendo que a produção construiu um Coliseu de 15 metros – incompleto -, resultando em um gasto de U$1 milhão. É interessante a crítica de Scott sobre a manipulação que Comodo faz com a população romana: ele não está sendo bem-visto pelo povo, e para mudar isso – e evitar algumas revoltas -, ele instaura o retorno das batalhas de gladiadores para entreter o público, algo que seu pai tinha banido de Roma.



Mas Gladiador não funcionaria sem a atuação soberba de Russell Crowe, Joaquin Phoenix, Connie Nielsen, e outros coadjuvantes também importantes para a trama. Todo épico tem o seu herói, aquele que o público torce para conseguir a sua redenção, e aqui é Maximus (Russell Crowe). - “Meu nome é Máximus Décimus Merídius, comandante dos exércitos do norte, general das Legiões Félix… servo leal do verdadeiro Imperador, Marcus Aurelius. Pai de um filho assassinado, marido de uma esposa assassinada. E terei minha vingança, nesta vida ou na próxima” -. Essa é a “frase de efeito” que o herói diz na frente da multidão para o antagonista no tão esperado primeiro encontro depois de anos. Crowe interpreta Maximus com um carisma enorme, determinação, e uma intensidade que convence o público em abraçar a sua causa. Sua atuação lhe rendeu um Oscar de Melhor Ator em 2001. Maximus é um personagem fictício e que foi inspirado em gladiadores da Roma antiga, diferente de outros personagens no filme. O antagonista é “Comodus”, interpretado por Joaquin Phoenix, que faz um vilão não tão marcante como era de se esperar, poderia ter sido mais forte, amedrontador, sádico, e acaba sendo chato e sem muito carisma. Mas a construção de seu personagem é ótima, conseguindo mostrar toda a sua inveja, ganância, mas que no fim, acaba sendo apenas um garoto mimado e sem escrúpulos que não teve o amor do seu pai.


A intenção de Ridley Scott não era fazer um filme que seguisse os fatos históricos – ele próprio disse isso nos extras do DVD -, e sim um épico comercial para agradar o grande público. Os roteiristas David Franzoni, John Logan, e William Nicholson contextuam alguns eventos do império Romano, envolvendo o imperador Marco Aurelio e seus dois filhos, Cômodo (Joaquin Phoenix) e Lucila (Connie Nielsen), mudando alguns fatos históricos, e mantendo outros. Na trama, Marco decide nomear seu general, Maximus, como seu sucessor no comando de Roma, fato que não aconteceu na vida real, ficando Cômodo no seu lugar. O roteiro manteve a conspiração e a traição de Lucila contra seu irmão, mas o seu destino filme foi bem diferente. Há também outras diferenças, como o fato de o imperador querer tornar Roma uma lugar democrático, além de outros detalhes não tão relevantes para a trama, como alguns armamentos e até figurinos.



O fato é que, apesar dessas mudanças nos eventos históricos, Gladiador agradou o público com a jornada de redenção de Maximus em vingar a morte de sua família, trazendo um herói tipicamente americano, carismático e com uma forte presença em cena. Tem seus problemas no roteiro – o trecho final é um pouco confuso e desarmoniza com o restante da trama -, e tem o fato de ser um épico bem “americanizado” (não acho isso um grande problema), mas tem todos os elementos de um típico filme pipoca que agrada o público: um herói cativante, um antagonista odiado por todos, a clássica história de vingança, um espetáculo visual incrível, uma trilha sonora emocionante – principalmente a da sequência final, interpretada pela cantora Enya -, e as intensas cenas de lutas entre os gladiadores no Coliseu. Gladiador é um clássico do cinema contemporâneo, aquele filme que “ecoará na eternidade”.



GLADIADOR (GLADIATOR)


Ano: 2000

Direção: Ridley Scott

Distribuidora: Universal Pictures

Duração: 155 min

Elenco: Russell Crowe, Joaquin Phoenix, Connie Nielsen, Oliver Reed, Dijimon Hounsou, Tommy Flanagan e Derek Jacobi



NOTA: 9,5


Disponível no



















3 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comentarios

Obtuvo 0 de 5 estrellas.
Aún no hay calificaciones

Agrega una calificación
bottom of page