CRÍTICA | GENTE GRANDE

Atualizado: 7 de out. de 2021

É muito bom se reunir com seus amigos de infância, relembrar os momentos mais divertidos e compartilhar histórias e experiências. Mas e se nenhum deles, de fato, realmente cresceu? E como o narrador diz no trailer de Gente Grande, “crescer é uma escolha”, e é exatamente isso que o filme de Dennis Dugan propõe. A produção, que tem no elenco Adam Sandler, Kevin James, Chris Rock, David Spade, Rob Schneider, Salma Hayek, Maria Bello e Maya Rudolph, é uma comédia pastelão divertida e sem nenhuma pretensão de ser algo sério.

Cinco amigos de infância, Lenny (Adam Sandler), Eric (Kevin James), Kurt (Chris Rock), Marcus (David Spade) e Rob (Rob Schneider) se reencontram depois de anos sem nenhum contato, e decidem passar o feriado de 4 de julho, junto com as suas famílias, numa casa em um lago onde eles passavam as férias. E claro, a confusão será generalizada.

Para assistir e se divertir com Gente Grande, é preciso relevar muitas coisas, e sim, a produção não é perfeita. Longe de ser uma comédia com roteiro mais aprofundado, o filme de David Spade é bobo demais, tem piadas imaturas e situações vergonhosas. Mas essa é a proposta do filme, não se preocupar em ser sério ou ter alguma noção, e sim, apenas divertir. Quem nunca agiu dessa forma, com criancice e imaturidade quando se está com os amigos, e claro que em filme, tudo é mais exagerado. O problema é que o roteiro não se desenvolve, não cresce, não tem superações e conflitos, e a história se limita nas confusões e atitudes deles.

Os personagens não são tão desenvolvidos, a maioria não tem seu passado aprofundado, e muitos ficam como coadjuvantes. Mas é inegável a sintonia que os atores têm, como se eles realmente fossem amigos de infância, se divertem bastante e estão muito à vontade. Praticamente todos eles já fizeram alguma produção nesse estilo, principalmente Adam Sandler, muito criticado pelos filmes que faz. O elenco feminino demora para se soltar, mas se divertem bastante também, e se limitam a serem coadjuvantes nessa confusão toda.

Há conflitos de gerações importantes, algumas reflexões e lições moral, nas limitações que o roteiro propõe, claro. E se você relevar toda a imaturidade dos personagens, e os problemas no roteiro, com certeza você irá se divertir e rir muito das confusões vergonhosas que “as crianças” passam. Como disse, Gente Grande não tem nenhuma vontade em parecer sério, correto, ou ter um enredo aprofundado, e sim, apenas entreter o público. É uma comédia pastelão exagerada que diverte, e não espere nada mais que isso.

Postado originalmente em 2010. Editado em 2020.