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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | GEMINI - O PLANETA SOMBRIO



Alien – Oitavo Passageiro foi um marco na ficção cientifica em relação aos monstros alienígenas, servindo de base para vários filmes que viriam ao longo dos anos, além de criar uma longa franquia que se estende até hoje. Interestelar, lançado em 2014, foi outra produção do gênero que ganhou destaque recentemente, sem um alienígena matando os tripulantes da nave, mostrando viagens interestelares para tentar salvar a humanidade de um fim eminente – a escassez de alimentos -. Gemini – O Planeta Sombrio, que estreou em fevereiro nos cinemas brasileiros, mistura elementos dessas duas produções, e tinha tudo para ser um ótimo exemplar do Syfy, mas acaba se tornando um filme ruim, confuso e mal desenvolvido em todos os sentidos. Na trama, a Terra está passando por uma pandemia de um vírus que ainda não tem cura, e uma equipe de cientistas faz uma viagem até um planeta distante para criar um novo lar para a humanidade, com a ajuda de uma capsula chamada Gemini. Ao chegar nesse lugar desconhecido, a missão começa a dar errado quando um ser alienígena ameaça os tripulantes.


Gemini – O Planeta Sombrio prometia ser um dos filmes de ficção mais interessantes dos últimos anos, com uma premissa muito inovadora que poderia ter sido mais explorada, mas coloca tudo a perder com uma trama confusa e um péssimo desenvolvimento. Dirigido pela dupla Serik Beiseuov e Vyacheslav Lisnevskiy, é evidente que a produção Russa tenta ser um “novo alien” – tem um planeta desconhecido, tripulantes de uma nave espacial, e um ser alienígena misterioso -, mas falha totalmente. O suspense não funciona, não há uma imersão do espectador na trama e tudo acaba se tornando chato. Project Gemini, no original, é uma produção praticamente feita para a TV, com cortes estranhos, edição ruim, diálogos nada inspirados, e não teria motivos para passar no cinema. A trama foca muito no embate entre alguns personagens que se acham superiores a todos os outros, irritando o espectador ainda mais. Também, os roteiristas Natalya Lebedeva e Dmitriy Zhigalov tentam inserir um drama familiar na trama, que aparentemente parece ser desnecessário, mas tem uma importância para o desfecho, criando uma reviravolta dramática interessante, pelo menos.



O elenco é outro problema de Gemini, não tem simpatia nenhuma, seus personagens são confusos, chatos, tomam decisões erradas, e são muito mal desenvolvidos no roteiro – apenas Steven (Egor Koreshkov) e Amy (Alyona Konstantinova) que tem um drama mais explorado -. A parte técnica é razoável: tem ótimos efeitos especiais, mas tudo é muito escuro, e não ajuda a criar o suspense necessário para uma produção do gênero. Já o ser alienígena é interessante, mas aparece muito pouco e demora para descobrirmos como ele realmente é. Talvez, os diretores quisessem manter o suspense na revelação do monstro, como Ridley Scott fez com Alien, como Steven Spielberg fez em Tubarão, e muitas outras produções fizeram o mesmo, mas a forma que eles escolheram não funciona.


Gemini – O Planeta Sombrio tem um desfecho dramático bem interessante, junto com a revelação do monstro, além de ter uma premissa interessante que poderia dar certo, mas falha como uma produção Syfy cheia de problemas: é confuso, chato, e mal desenvolvido – no roteiro e na parte técnica -. O bom é que tem apenas 1h40 minutos de duração, mas ainda não é uma experiência boa. Uma pena, pois tinha tudo para ser um “novo alien”, principalmente por ter ideia bem interessante em mãos.



GEMINI - O PLANETA SOMBRIO (PROJECT GEMINI)


Ano: 2023

Direção: Serik Beiseuov e Vyacheslav Lisnevskiy

Duração: 1h40min

Elenco: Egor Koreshkov, Alyona Konstantinova



NOTA: 4,0

















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