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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | FIM DOS TEMPOS



M. Night Shyamalan é um diretor de altos e baixos, trazendo histórias interessantes e inovadoras, mas muitas vezes mal executadas. Alavancou sua carreira com O Sexto Sentido, seguido de outros sucessos como Sinais, A Visita, e o recente Tempo, além da trilogia iniciada com Corpo Fechado (que inclui Fragmentado e Vidro). Mas nem sempre ele foi feliz nos seus filmes, e tivemos produções ruins, como A Vila, A Dama na Água, Depois da Terra, O Último Mestre do Ar, e o filme em questão, Fim dos Tempos. Misturando ficção cientifica com suspense, Fim dos Tempos não é um completo desastre, tem uma história interessante, mas que não funciona. Mark Whalberg, Zooey Deschanel, e John Leguizamo estão no elenco.


Um misterioso evento começa a acontecer na região de Nova York, onde as pessoas se suicidam. Vendo que a situação está cada vez mais se agravando, o professor de ciências Elliot (Mark Whalberg) decide fugir com sua esposa, Alma (Zooey Deschanel), e seu colega, o professor de matemática Julian (John Leguizamo), para bem longe da misteriosa ameaça.


Em Fim dos Tempos, Shyamalan novamente aborda as questões da ciência e da fé, quase que sempre presentes em seus filmes, como Sinais. A produção tem um início promissor, já começa apresentando o “vilão” da história – uma neurotoxina que se espalha com o vento -, dando início a um suicídio em massa, tudo com bastante mistério e suspense, típicos das produções do diretor. Os suicídios não são tão chocantes como o esperado (um que outro só), há uma certa tensão nos acontecimentos, e o roteiro consegue prender a atenção do público, nos instigando a querer entender toda a situação. Um dos pontos fortes das produções de Shyamalan é a famosa reviravolta na trama, seja com alguma revelação, ou algo que possa salvar a vida dos personagens, e em Fim dos Tempos, não tem nada disso. A fotografia é interessante, mostrando os belos cenários ao ar livre, no meio de plantações e campos abertos, fazendo com que a tal ameaça seja quase que invencível, e os personagens não tenham para onde fugir.



Shyamalan sabe bem como desenvolver o núcleo familiar, com seus dramas bem explorados, e que sempre tem uma relevância para a trama, em um determinado momento. Mas em Fim dos Tempos, ele deixa muito a desejar, com personagens chatos e desinteressantes. Mark Wahlberg é o que se sai melhor no papel do professor Elliot, “líder da expedição”, apesar de muitas vezes não saber o que fazer. Zooey Deschanel, que interpreta a esposa de Elliot, só chora e tem crises de consciência, e John Leguizamo deixa a trama antes da metade, tem um papel interessante, mas é pouco explorado. Há outros personagens, como um casal que adora comer cachorro quente, e que tem uma teoria sobre o que está acontecendo, três crianças mimadas, e uma senhora misteriosa que lembra muito a avó de A Visita, outra produção do diretor.


Infelizmente, Fim dos Tempos acaba entrando na lista dos filmes mais ruinzinhos de M. Night Shyamalan, mas também não é aquele “desastre natural”, tem uma proposta legal e fora do convencional, mas parece que a ideia não saiu como planejado. A trama familiar não convence muito, não há um clímax marcante, e aquele plot twist que todos esperam, não vem, mas funciona como uma trama de mistério, e no fim, dá uma explicação razoável bastante curiosa.




FIM DOS TEMPOS (THE HAPPENING)


Ano: 2008

Direção: M. Night Shyamalan

Elenco: Mark Whalberg, Zooey Deschanel, e John Leguizamo



NOTA: 5,0



Disponível na STAR +















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